(Re)Flexões

~ Defendendo a Cidadania

(Re)Flexões

Monthly Archives: Abril 2010

Pausa

30 Sexta-feira Abr 2010

Posted by fjsantos in Não classificado

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interlúdio, interrupção

Este blogue entrou em hibernação para balanço.

A falta de tempo devido a afazeres pessoais e profissionais, a que se junta uma eventual remodelação da linha editorial, determinou esta ausência, temporária e por tempo indefinido.

à cata dos comissários políticos do “me”

28 Quarta-feira Abr 2010

Posted by fjsantos in absurdos

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alucinogéneos, deixa-me rir

Graças ao P.Prudêncio, vi finalmente o tão glosado plano inclinado do último sábado.

Depois de ver a gravação, devo dizer que percebi claramente a forma encomiástica como a prestação do P.Guinote foi aplaudida, já que se situou na linha editorial do programa, apenas com uma roupagem e um discurso menos oco do que o dos comentadores residentes, Medina Carreira e Nuno Crato.

Houve, no entanto, uma afirmação repetida à exaustão por Nuno Crato (na sequência do seu discurso recorrente sobre a matéria), que me deixou bastante inquieto – existem uns comissário políticos do ministério, que vão às escolas obrigar os professores a fazerem coisas que eles não querem, mas fazem.

comissário político sem bigode

E se até aí eu sempre pensei que se tratava da imaginação fértil do maior beneficiário do conceito do “eduquês”, a forma como o P.Guinote corroborou a tese do ilustre matemático, identificando os tais “comissários políticos” com as EAE’s e a IGE, levou-me a tomar medidas sérias para resolver o problema.

Inspector Clouseau à cata

Recorri a algumas amizades e consegui chegar à fala com o inspector Clouseau, que me confirmou que desde sábado à noite que andava à cata dos comissários políticos do ME e que, logo que apanhasse algum, me garantia que o mandaria catar-se.

comissário político com bigodeHá poucos minutos, o inspector Clouseau mandou-me, por email, uma foto do primeiro comissário político já catado, e que agora se vai catar atrás das grades, para não se meter mais com os professores e deixar de incomodar o presidente da SPM

Quem são os Saharauís?

26 Segunda-feira Abr 2010

Posted by fjsantos in absurdos

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R.A.S.D., solidariedade


Em 1975 Madrid decidiu abdicar do seu domínio colonial sariano deixando o território à mercê de Marrocos e da Mauritânia que tiveram de fazer face à resistência armada saraui da Frente Polisário, uma história semelhante à ocupação indonésia em Timor.

Há sempre uns inimputáveis, que andam no mundo sem dar conta do que se passa à sua volta, ou que acham que a desgraça alheia é um bom mote para a chalaça. Para esses ficam mais estas imagens de um povo que continua a lutar pela sua dignidade, porque LUTAR VALE SEMPRE A PENA e quem não luta é que está sempre derrotado à partida.

Contrariando regras elementares do direito internacional, o reino de Marrocos ocupou a maior parte do território da vizinha R.A.S.D., tendo nele construído um muro com um comprimento de 2.700 quilómetros de comprimento, instalando-se do lado “fértil”, onde existe uma importante reserva piscícola, bem como importantes jazigos de fosfatos, deixando para o povo saharauí apenas deserto.

Convergências estratégicas, tácticas e agendamentos mediáticos

25 Domingo Abr 2010

Posted by fjsantos in ambiguidade, ética

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narcisismo, umbiguismo

Passei dois dias em Montemor-o-Novo, integrado num colectivo constituído por mais de 800 professores que, nas escolas de norte a sul do país, nas regiões autónomas e no estrangeiro, foram eleitos pelos seus colegas para representar os 59.679 sócios dos 7 sindicatos que constituem a Fenprof.

Durante estes dois dias houve dezenas de intervenções de todos os delegados que se inscreveram para falar (p. ex., o facto de a mesa do congresso não ter cortado o direito de intervir a ninguém, apenas limitando algumas intervenções a 3 minutos em vez dos 5 regimentais, já no final da sessão, fez atrasar mais de duas horas o início da sessão de encerramento).

Foram discutidos os documentos de reflexão estratégica consubstanciados em 3 propostas de Programa de Acção e em 2 Projectos de Resolução sobre a Acção Reivindicativa.

Em sede de votação na especialidade, das propostas aprovadas globalmente, foram aprovadas 8 alterações ao Programa de Acção e 6 à Resolução sobre a Acção Reivindicativa, tendo sido rejeitada apenas 1 proposta de alteração ao Programa de Acção.

Foram discutidas 17 moções fora da ordem de trabalhos, tendo sido aprovadas 13 e rejeitadas 4. Das aprovadas apenas 2 o foram por unanimidade, tendo sido sempre possível a cada delegado exercer o seu direito de voto em total liberdade.

A liberdade de voto existente no congresso permitiu que na votação de uma moção pedindo a libertação dos presos saharauís em greve de fome não tivesse havido unanimidade.

Conhecendo, embora mal, o Paulo Guinote, atrevo-me a considerar que se ele lá tivesse estado (bem sei que é uma impossibilidade material e um mero devaneio conceptual), teria estado de acordo com a esmagadora maioria das posições tomadas. De resto, as posições expressas por ele nos posts que ontem escreveu, como este ou este, são exemplos significativos de que no plano estratégico, e até nas tácticas que advoga, o Paulo não propõem nada de substancialmente diferente daquilo que os mais de 800 colegas dele, reunidos em Montemor, decidiram e anunciaram.

Então, porque será que um professor empenhado, um indivíduo atento, informado e esclarecido, aceita ser usado por uma comunicação social empenhada em desvalorizar o sindicalismo de classe, e em amesquinhar a classe docente e a escola pública para todos, como no caso desta notícia do Diário Económico, ou no agendamento de um programa televisivo, em que ele participou, para o dia do fim do congresso da Fenprof?

É que sobre “teorias da conspiração” há mais quem veja tanto ou mais do que o P.Guinote.

De facto, agendar o Plano Inclinado para a noite do encerramento do X Congresso da Fenprof, quando podia ter sido passado na semana passada (por já estar gravado) ou na próxima e seguintes, revela alguma coincidência a que não será estranha a postura do pivot do programa e dos seus colaboradores residentes. O P.Guinote não terá culpa nenhuma de tal facto, mas lá que se pôs a jeito, não restam dúvidas.

Da mesma forma que se pôs a jeito quando permitiu que a jornalista do DE lhe atribui o mesmo estatuto de representatividade que é reconhecido aos secretários gerais da FENPROF e da FNE, na tal notícia do DE.

O narcisismo tem limites e, estou certo, o próprio P.Guinote é capaz de se sentir incomodado quando a voz que lhe é dada é comparada com o esforço reflexivo de mais de 800 colegas, que como ele trabalham diariamente nas escolas, são directores de turma, têm alunos do currículo regular, mas também com NEE’s, PCA’s, CEF’s, EFA’s, PIEF’s, CNO’s, horários de 35 e muitas mais horas na escola e, fazendo tudo isto, continuam a acreditar que em conjunto, debatendo, discutindo, “partindo pedra”, ouvindo outras experiências e tomando contacto com outras realidades, se acaba por tomar decisões mais acertadas e que servem melhor todos nós.

post scriptum: ainda não vi o programa, porque ontem cheguei a casa perto da 23 h e demasiado cansado para me sentar em frente à televisão. Pelo que li em alguns comentários, a prestação do P.Guinote terá sido dignificante para os professores (outra coisa não seria de esperar). Vou tentar ver a repetição.Espero, pois, que fique claro que a critica aqui deixada é sobre o oportunismo da comunicação social na exploração do narcisismo individualista, ao serviço de uma estratégia anti-sindical, ao qual pessoas inteligentes, reflexivas e informadas (como devem ser todos os professores) não podem nem devem sujeitar-se.

Chegado por email, enviado por um bom amigo

25 Domingo Abr 2010

Posted by fjsantos in cidadania

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25 de Abril

“Este é um país de bananas
governados por sacanas !!!”

Era assim que se dizia há 50 anos,
fazendo-se justiça à corja que mandava
e à cobardia dos que se vergavam,
para grande alegria dos que se amanhavam.
No tempo em que, p.ex., para se implantar uma empresa de pesca
ou transformadora de pescas, mesmo em Angola, se tinha de pedir
autorização ao escroque Henrique Tenreiro
(Ah! as queridas leis de fomento… lembram-se? Claro que não!)
que a concedia se ficasse com uma quota, cedida gratuitamente.
Falo do que sei, por conhecimento directo, rapaziada,
não percam tempo a tentar alindar o que era sujíssimo.
(Como reparam, a técnica usada hoje
pelos todo-poderosos de Angola, já tem muitos lustros.
Foram bons discipulos dos mestres…)
No tempo em que  de um preto dócil e subserviente
se dizia que tinha “coração de branco”
e de um branco altamente cafageste e f.p.
se dizia que tinha um “coração negro”.
Conhecem coisa mais racista?
(Não me digam que tb usaram a frase…)
Hoje, continuamos a ser
um país de bananas,
governados por sacanas.
Porem, há muitos anos (ou será que foi ontem ?…)
alguém escreveu:
Pergunto ao vento que passa,
notícias do meu país.
E o vento cala a desgraça,
o vento nada me diz.
A diferença é só essa: hoje não é preciso perguntar ao vento que passa.
Basta abrir a TV ou ler os jornais.
Porque os sacanas de hoje já não conseguem esconder a podridão,
como faziam os sacanas de antanho.
Sem tribunais ou escutas a controlá-los… Era trigo limpo e farinha “Amparo”.
Porque sacanisses, todos os sacanas fizeram e fazem.
Os actuais, também tentam calar a comunicação social,
como faziam outrora os Moreiras Batistas e o resto da escumalha.
E outra coisa:
a estes sacanas que nos governam, somos nós que os lá colocamos
e mal queiramos, eles deixam de nos sacanear.
Aos sacanas de antanho ninguem os mandatou para nada,
ninguem lhes atribuiu o poder. Sacanearam-no e pronto.
Com o “pax vobiscum que o teu pai é franciscum” do
beato Cerejeira e seus apaniguados.
E a quem bufasse, o Tarrafal estava alí tão perto.
E só deixaram de nos sacanear quando numa madrugada
já quase esquecida, ali da minha Santarém natal, saiu um grupo de homens,
daqueles que não tinham nada a perder e que, com algumas ajudas,
abanaram a arvore que, de tão podre, caiu, mesmo sem serra nem corda.
Nada de venal pediram em troca, porque não era a isso que vinham.
Já morreram quase todos e nenhum deles enriqueceu.
Não eram clientela partidária. Pelo sonho é que iam.
Quem os conhecia como conheci (designadamente, o Salgueiro Maia),
não precisa que lhe contem estórias.
E se acaso estiverem tentados a apostar numa teoria da conspiração,
façam um exercício, apostando numa conspiração da teoria…
É que, sete dias depois, as ruas estavam cheias de gente
irmanada naquilo que não queria, debitando um caudal infinitamente superior
ao das “manifestações expontâneas” de apoio ao Tonho e sua quadrilha…
Mas…
Mas foram apanhados ali logo, na esquina…
os abutres oportunistas, estavam a postos.
O tempo passou, passou e a sacanagem foi trocando de roupa, de bandeira
e subindo a escadaria do poder. Será fatalismo histórico?
(O sebastianismo será mesmo a histórica demissão dum povo?
Uma fatalidade? Ou uma panaceia sacanistica?…)
Pq, até que me provem o contrário, estou convicto de que
o mal não esteve no 25A que baniu,
por breves momentos, a sacanagem.
O mal esteve e está em que a sacanagem
escondeu-se, camaleou-se, reagrupou-se,
reciclou-se, mas nunca cessou de tentar banir o 25A.
E a sacanagem não tem casta nem regras de sucessão.
Não é hereditária. Não se confundam as coisas.
A sacanagem é uma irmandade comungada num estado de alma.
Quem a tem, tem. Depois, é só esperar uma vaga no quadro…
Ainda que possa assumir várias cores e nomes.
O 25A foi só aquilo:
uma fé de alguns justos em que o homem não tinha de ser lobo do homem.
Em que o homem não tinha de ser, necessáriamente, um canibal sacanote.
Foi só um sonho de igualdade, solidariedade, fraternidade.
Durou o fugaz tempo que duram os sonhos bonitos…
Um sonho altruísta como muitos outros, que se desvaneceu,
pq a espécie humana é mesmo assim,
maioritáriamente egoísta, invejosa, desleal, oportunista, asquerosa.
Mas, como sempre, a injustiça e a iniquidade,
tenham a cor e o perfume que tiverem,
podem ir de vitória em vitória, mas só até à derrota final.
Porque as vitórias cujas raízes são só a ganancia e o egoísmo,
duram só o tempo que o tempo quiser.
E o tempo, a seu tempo, como notam, vai fazendo uns ajustes,
até ao ajuste final…
Voltaremos a dar as mãos, num próximo 25A.
(pode ser num Julho ou Agosto, que as manhãs são mais claras
e os dias mais longos)
Desta vez, de preferência, sem camaleões…
até porque a jóia da coroa já cá não está.
……………………………………………………………………………..
Este mini texto foi, o meu apontamento deste ano.
Como recordam, todos os anos o faço, pq a memória,
a consciência e os afectos é o que, fundamentalmente,
nos torna diferente dos demais animais.
Se algum amigalhaço sentir vontade de fazer qq coisa,
então, antes de obtemperar, aproveite a energia para reler e treler…
pq está lá tudo. Não posso é ensinar ninguém a ler.
Já cumpri esse dever. Há muito, muito tempo.
E fui muito gratificado por isso.
Pq isso, ajudou-me a crescer.
Não a encher os bolsos, mas a ser.
E recordem que o pior cego é o que não quer ver (ou ler…).

Repolitização das Políticas Educativas

18 Domingo Abr 2010

Posted by fjsantos in acção pública, cidadania, políticas públicas

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polis, sindicalismo docente

“De facto, o capitalismo global é, mais do que um modo de produção, um regime cultural e civilizacional que se impõe de um modo tentacular a todas as instituições sociais, ao modo de vida dos cidadãos, aos comportamentos sociais, produzindo uma consciência colectiva impeditiva da afirmação de outras práticas. Os dominados, deserdados e oprimidos, sem que tenham verdadeira consciência, configuram os seus comportamentos a partir das representações dos dominadores, o que constitui um dos grandes obstáculos à crítica e denúncia da dominação e à consequente libertação.” Tavares, M. (2009) Recensão – Epistemologias do Sul. In Revista Lusófona de Educação , p. 184 http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/rle/n13/13a12.pdf

Nos últimos anos temos assistido, em Portugal e no mundo globalizado, à crescente “despolitização” das políticas públicas.

Num mundo em que a economia tomou posse da política, a partir da emergência de modelos regulatórios em que a empresarialização dos serviços públicos surge como a única forma de os salvar da extinção, os governos aceitam como inevitável a adopção dos princípios do mercado, enquanto nova bíblia que conduzirá o homem à salvação.

O movimento de entrega do governo da polis a especialistas não eleitos constituiu uma necessidade imposta pelos modelos de boas práticas (benchmarking), mas em simultâneo colocou um problema de legitimidade perante as populações eleitoras.

A solução encontrada, sobretudo no seio das elites governamentais e dos burocratas não eleitos, (que pululam nos organismos internacionais de regulação – FMI, BM, OCDE, Comissão Europeia) tem sido a de uma crescente despolitização das decisões, invocando critérios de índole técnica e apontando as soluções encontradas como a “one best way” possível para sobreviver num mundo global e globalizado.

A posição que, em Portugal,  tem sido assumida por um número significativo de professores (seja na sua prática profissional, seja na intervenção cívica em blogues e nos movimentos “independentes”) tem sido muito acrítica em relação a este discurso despolitizador da política.

De um modo geral, seja quando olhamos para a contestação às medidas do governo anterior, seja em relação à análise dos problemas e constrangimentos que hoje se colocam à vida da escola pública, o discurso desses actores concentra-se em questões de ordem técnica e processual, reivindicando regulamentos tecnicamente mais perfeitos, mas evitando entrar pela análise política das opções.

Na verdade, uma parte significativa do discurso que pode ser classificado como “anti-sindical”, radica na necessidade que muitos desses professores sentem de não se identificarem com posições políticas, associadas a opções partidárias pouco reconhecidas socialmente no nosso país.

Num quadro em que a actuação do secretário geral da Fenprof, eleito em 2007, devolveu credibilidade ao movimento reivindicativo dos professores, por oposição ao descrédito do seu antecessor (que apesar da sua honorabilidade não tinha a capacidade de intervenção, nem a competência mediática, necessária ao exercício do cargo), é relevante anotar que a maior crítica que se lhe faz é a sua militância partidária, e a assumpção clara da defesa de uma postura ideológica na condução das políticas reivindicativas, respeitando as diferentes correntes que se reivindicam da esquerda e que, proclamando a defesa dos professores e da escola pública, têm assento nos órgãos dirigentes da Fenprof.

É que ao contrário do que interessa ao capital e à direita, a solução dos problemas que se colocam hoje à economia global não passa por uma continuidade da despolitização do quotidiano da polis, que garante a hegemonia dos interesses do capital e dos actores não eleitos, que não respondem perante os seus concidadãos. É fundamental voltar à política, no sentido do exercício da cidadania, levando os dominados, deserdados e oprimidos [tendo consciência disso,] a [não] configurar os seus comportamentos a partir das representações dos dominadores.

Tal desiderato necessita de uma escola que, sendo uma escola de cidadãos, garanta a todos a capacidade de questionar a bondade das soluções técnicas, a par da bondade e equidade das decisões políticas. O que implica a clarificação e confronto ideológico e não o apagamento das diferenças entre a esquerda e a direita.

Hora decisiva – assumindo responsabilidades

17 Sábado Abr 2010

Posted by fjsantos in acabar com o medo, ética, cidadania

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luta política, luta sindical

Há uma semana atrás, na sequência da publicação do aviso de abertura do concurso para 2010/11, escrevi um post que intitulei de Inaceitável, por me parecer que a inclusão dos efeitos do simplex na graduação dos concorrentes é inaceitável por parte de todos os professores e das suas organizações de classe.

Ao longo dos dias seguintes procurei interpretar os dados que tinha disponíveis, não à luz de teorias conspirativas (que podem ser mais ou menos populares), mas identificando os actores envolvidos nesta acção concreta (impor um modelo de avaliação errado, mesmo reconhecendo o seu demérito) e analisando as lógicas de acção que determinaram as suas decisões. O último post que fiz sobre o assunto foi intitulado de Medindo forças, na medida em que ficava claro que este assunto é, do ponto de vista do governo (e em particular do tandém José Sócrates/Teixeira dos Santos), a pedra de toque na estratégia de esvaziamento do poder que mais os afrontou (com as consequências eleitorais conhecidas) durante a anterior legislatura.

Aparentemente, a conjuntura política e económica é, no momento actual, extremamente favorável aos desígnios de José Sócrates.

No plano económico, o papão da crise e o receio de eventuais consequências ainda mais negativas para a vida dos portugueses, faz com que o bonecreiro-mor (Teixeira dos Santos) vá ganhando cada vez maior espaço de manobra, e imponha a sua vontade a um conselho de ministro sem peso político e a um partido cada vez mais dependente dos humores do chefe, por temer a perda do poder a curto/médio prazo.

No plano político a eleição de Passos Coelho para líder do PSD, e a perspectiva de que a sua chegada ao poder se traduza em maior dureza nas medidas de contenção orçamental, condiciona o sentido de protesto e de voto de franjas da população mais fragilizadas economicamente e menos informadas do ponto de vista político.

Quando a única alternativa a José Sócrates que é sugerida é Passos Coelho, como se fosse uma inevitabildade as pessoas saltarem da frigideira para o lume, é natural que muita gente prefira continuar a ser cozida em fogo lento.

No entanto, essa não pode ser a postura de uma classe que tem a obrigação de ser mais informada e mais firme na defesa da cidadania. De forma ainda mais clara, essa não pode ser a posição das organizações sindicais, que têm a obrigação de assumir as suas responsabilidades político sindicais, não hipotecando a defesa dos direitos dos seus associados e da classe que representam, a cálculos de ganhos e perdas eleitorais.

Nesse sentido, penso que é tempo de todos nós retirarmos as consequências do que aconteceu nos últimos meses, e de reclamarmos o fim da chantagem política que o 1º ministro e o ministro das finanças têm exercido sobre o país.

O próximo acto será levado à cena na próxima semana. Ou o governo (e não a ministra da educação) cede ao imperativo do bom senso e recua na injustiça que quer impor, ou a AR terá que assumir a responsabilidade de intervir. Para isso é necessário que todos os partidos da oposição (PSD-CDS-BE-PCP) tomem uma posição clara, que concretize as belas palavras ditas esta semana na comissão de educação. Nesse caso poderemos estar na situação pré orçamento de 2010, identificada pelo PS como “um governo de assembleia”.

Caso nem o governo, nem a assembleia resolvam de forma justa este imbróglio, só me parece restar uma solução aos professores: pedir a demissão da equipa da educação, uma vez que o seu capital político é comprovadamente inexistente.

Em simultâneo deve dar-se início a um movimento de contestação ao governo que conduza à substituição do 1º ministro e do ministro das finanças, considerando-os personas non gratas e inimigos públicos dos trabalhadores deste país. Se isso passar por eleições antecipadas, tanto melhor. Cada um assumirá a responsabilidade individual de contribuir para a escolha de uma alternativa, seja ela apenas de figurantes da política, seja efectivamente uma alteração de políticas.

Omissões do “estoriador”

17 Sábado Abr 2010

Posted by fjsantos in associativismo

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esclarecimento

A imagem que podem ver acima, que “abusivamente” roubei daqui, reproduz uma folheca que foi usada por mim, para elaborar uma proposta de resolução, a sair do encontro promovido pelo Paulo Guinote, em Janeiro de 2008.

No seu registo sabichão, e detentor da suprema verdade das coisas, o Paulo vai reescrevendo a história, ao omitir alguns dos factos e ao reinterpretar alguns aspectos relevantes para descrever o que aconteceu.

A minha versão dos factos, tão legítima como a que ele conta, quanto mais não seja porque a autoria do rascunho é minha, não é coincidente na totalidade com o que ele publica.

De facto, na tal reunião em que estavam presentes cerca de 30 professores, houve tudo menos consenso para redigir uma proposta de resolução, ou um compromisso mínimo entre os presentes.

Se a maior parte dos presentes na sala lá chegou com a intenção de discutir tudo sem pré conceitos e de espírito totalmente livre, a verdade é que se verificou uma clivagem clara entre dois grupos, que defendiam pontos de vista diversos sobre a criação de uma “Associação Cívica em Defesa da Escola Pública”.

Ao contrário do que o Paulo sugere (e não creio que tenha sido só a memória a trair o relato que faz dos factos), a APEDE não é a associação que ali está referida. Até porque os seus proponentes, que desde o início defenderam o alargamento dessa associação a não professores, eram a Carmelinda Pereira e o Manuel Baptista, membros da CDEP e promotores de um grupo do google, que existe com o lema “Espaço de debate sobre o estado da educação pública em Portugal”.

Na reunião estavam três membros da que foi depois a 1ª direcção da Apede, que defendiam que a associação a criar devia ter um carácter claramente profissional.

Foi porque se chegara a uma situação de impasse, com uma aparente divisão insanável num pequeno grupo, que surgiu a ideia de encontrar uma redacção de consenso.

De facto, a partir desse dia os caminhos começaram a separar-se, muito embora com percursos paralelos.

O Paulo continuou o seu percurso individual e individualista, de que legitimamente não quer abdicar.

O grupo Escola Pública foi criado no google groups, como complemento à acção da Comissão de Defesa da Escola Pública – CDEP, dinamizada pela Carmelinda Pereira e pela Paula Montez. Tanto eu como o Trindade estamos inscritos nesse grupo e, embora de forma muito esporádica, tenho lá escrito alguns pequenos textos.

A Apede foi criada, tendo sido dirigida inicialmente pelo Machaqueiro, com a presença do Trindade e do António Ferreira, os três presentes nessa manhã de Janeiro de 2008 na Baixa da Banheira. Eu participei em diversas reuniões preparatórias da sua criação e contribuí com algumas ideias e textos para o seu lançamento.

Tal como em relação a este texto, agora referenciado pelo Paulo Guinote, sempre assumi a minha presença e os contributos que dei para os primeiros passos da Apede. Tal como fui eu a primeira cara a aparecer na Sic-N, em defesa da associação (que na data não tinha existência formal) nas vésperas da manifestação de 8 de Março.

Saí pelo meu pé, ainda antes da constituição dos primeiros corpos sociais da Apede, por motivos que não quero discutir publicamente, mas que admito poderem ser debatidos se isso for considerado necessário pelos órgãos dessa associação.

Argumento pró-privatização da escola

15 Quinta-feira Abr 2010

Posted by fjsantos in absurdos

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futuro esplendoroso, sucesso, um pouco de demagogia

Os admiradores do tão apreciado modelo de livre escolha da escola, de que os republicanos nos EEUU são os grandes campeões, devem orgulhar-se da qualidade desta representante de um dos bastiões conservadores – miss South Caroline em todo o seu esplendor.

Na verdade, havendo quem fale porque sim, também há quem seja obrigada a falar (enchendo o tempo de antena) porque essas são as regras do jogo.

Uns e outros nada têm a dizer, mas não abrem a mão aos seus 48 segundos de fama.

Respostas em marcha

14 Quarta-feira Abr 2010

Posted by fjsantos in associativismo, cidadania

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luta política, luta sindical

Na sequência da informação, disponibilizada hoje, de que o ME não pretende alterar nada na aplicação informática do concurso de professores, estão já em marcha diversas iniciativas que podem e devem ser divulgadas, mobilizando todos quantos estejam disponíveis para travar mais uma batalha nesta longa guerra.

Ao que parece, como tem sido reclamado por alguns activos membros da blogosfera docente, volta a ser tempo de pegar em armas e cerrar fileiras.

Assim, amanhã às 14 horas haverá uma reunião de dirigentes sindicais da Fenprof com a Comissão de Educação da AR, para tentar desbloquear a situação. Entretanto o ME já fez sair uma nota dizendo que não está fechada nenhuma solução.

De qualquer forma está em marcha uma concentração de professores contratados, a que podemos e devemos juntar-nos todos os que recusamos esta medida injusta.

Estão também a ser recolhidas assinaturas para um abaixo-assinado, a entregar segunda-feira à ministra, altura em que serão realizadas novas concentrações de professores, convocadas pela Fenprof, para a frente do ministério na 5 de Outubro e para a frente das DRE’s.

Comunicado da Fenprof

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25A – SEMPRE

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