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Daily Archives: Abril 25, 2010

Convergências estratégicas, tácticas e agendamentos mediáticos

25 Domingo Abr 2010

Posted by fjsantos in ambiguidade, ética

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narcisismo, umbiguismo

Passei dois dias em Montemor-o-Novo, integrado num colectivo constituído por mais de 800 professores que, nas escolas de norte a sul do país, nas regiões autónomas e no estrangeiro, foram eleitos pelos seus colegas para representar os 59.679 sócios dos 7 sindicatos que constituem a Fenprof.

Durante estes dois dias houve dezenas de intervenções de todos os delegados que se inscreveram para falar (p. ex., o facto de a mesa do congresso não ter cortado o direito de intervir a ninguém, apenas limitando algumas intervenções a 3 minutos em vez dos 5 regimentais, já no final da sessão, fez atrasar mais de duas horas o início da sessão de encerramento).

Foram discutidos os documentos de reflexão estratégica consubstanciados em 3 propostas de Programa de Acção e em 2 Projectos de Resolução sobre a Acção Reivindicativa.

Em sede de votação na especialidade, das propostas aprovadas globalmente, foram aprovadas 8 alterações ao Programa de Acção e 6 à Resolução sobre a Acção Reivindicativa, tendo sido rejeitada apenas 1 proposta de alteração ao Programa de Acção.

Foram discutidas 17 moções fora da ordem de trabalhos, tendo sido aprovadas 13 e rejeitadas 4. Das aprovadas apenas 2 o foram por unanimidade, tendo sido sempre possível a cada delegado exercer o seu direito de voto em total liberdade.

A liberdade de voto existente no congresso permitiu que na votação de uma moção pedindo a libertação dos presos saharauís em greve de fome não tivesse havido unanimidade.

Conhecendo, embora mal, o Paulo Guinote, atrevo-me a considerar que se ele lá tivesse estado (bem sei que é uma impossibilidade material e um mero devaneio conceptual), teria estado de acordo com a esmagadora maioria das posições tomadas. De resto, as posições expressas por ele nos posts que ontem escreveu, como este ou este, são exemplos significativos de que no plano estratégico, e até nas tácticas que advoga, o Paulo não propõem nada de substancialmente diferente daquilo que os mais de 800 colegas dele, reunidos em Montemor, decidiram e anunciaram.

Então, porque será que um professor empenhado, um indivíduo atento, informado e esclarecido, aceita ser usado por uma comunicação social empenhada em desvalorizar o sindicalismo de classe, e em amesquinhar a classe docente e a escola pública para todos, como no caso desta notícia do Diário Económico, ou no agendamento de um programa televisivo, em que ele participou, para o dia do fim do congresso da Fenprof?

É que sobre “teorias da conspiração” há mais quem veja tanto ou mais do que o P.Guinote.

De facto, agendar o Plano Inclinado para a noite do encerramento do X Congresso da Fenprof, quando podia ter sido passado na semana passada (por já estar gravado) ou na próxima e seguintes, revela alguma coincidência a que não será estranha a postura do pivot do programa e dos seus colaboradores residentes. O P.Guinote não terá culpa nenhuma de tal facto, mas lá que se pôs a jeito, não restam dúvidas.

Da mesma forma que se pôs a jeito quando permitiu que a jornalista do DE lhe atribui o mesmo estatuto de representatividade que é reconhecido aos secretários gerais da FENPROF e da FNE, na tal notícia do DE.

O narcisismo tem limites e, estou certo, o próprio P.Guinote é capaz de se sentir incomodado quando a voz que lhe é dada é comparada com o esforço reflexivo de mais de 800 colegas, que como ele trabalham diariamente nas escolas, são directores de turma, têm alunos do currículo regular, mas também com NEE’s, PCA’s, CEF’s, EFA’s, PIEF’s, CNO’s, horários de 35 e muitas mais horas na escola e, fazendo tudo isto, continuam a acreditar que em conjunto, debatendo, discutindo, “partindo pedra”, ouvindo outras experiências e tomando contacto com outras realidades, se acaba por tomar decisões mais acertadas e que servem melhor todos nós.

post scriptum: ainda não vi o programa, porque ontem cheguei a casa perto da 23 h e demasiado cansado para me sentar em frente à televisão. Pelo que li em alguns comentários, a prestação do P.Guinote terá sido dignificante para os professores (outra coisa não seria de esperar). Vou tentar ver a repetição.Espero, pois, que fique claro que a critica aqui deixada é sobre o oportunismo da comunicação social na exploração do narcisismo individualista, ao serviço de uma estratégia anti-sindical, ao qual pessoas inteligentes, reflexivas e informadas (como devem ser todos os professores) não podem nem devem sujeitar-se.

Chegado por email, enviado por um bom amigo

25 Domingo Abr 2010

Posted by fjsantos in cidadania

≈ 2 comentários

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25 de Abril

“Este é um país de bananas
governados por sacanas !!!”

Era assim que se dizia há 50 anos,
fazendo-se justiça à corja que mandava
e à cobardia dos que se vergavam,
para grande alegria dos que se amanhavam.
No tempo em que, p.ex., para se implantar uma empresa de pesca
ou transformadora de pescas, mesmo em Angola, se tinha de pedir
autorização ao escroque Henrique Tenreiro
(Ah! as queridas leis de fomento… lembram-se? Claro que não!)
que a concedia se ficasse com uma quota, cedida gratuitamente.
Falo do que sei, por conhecimento directo, rapaziada,
não percam tempo a tentar alindar o que era sujíssimo.
(Como reparam, a técnica usada hoje
pelos todo-poderosos de Angola, já tem muitos lustros.
Foram bons discipulos dos mestres…)
No tempo em que  de um preto dócil e subserviente
se dizia que tinha “coração de branco”
e de um branco altamente cafageste e f.p.
se dizia que tinha um “coração negro”.
Conhecem coisa mais racista?
(Não me digam que tb usaram a frase…)
Hoje, continuamos a ser
um país de bananas,
governados por sacanas.
Porem, há muitos anos (ou será que foi ontem ?…)
alguém escreveu:
Pergunto ao vento que passa,
notícias do meu país.
E o vento cala a desgraça,
o vento nada me diz.
A diferença é só essa: hoje não é preciso perguntar ao vento que passa.
Basta abrir a TV ou ler os jornais.
Porque os sacanas de hoje já não conseguem esconder a podridão,
como faziam os sacanas de antanho.
Sem tribunais ou escutas a controlá-los… Era trigo limpo e farinha “Amparo”.
Porque sacanisses, todos os sacanas fizeram e fazem.
Os actuais, também tentam calar a comunicação social,
como faziam outrora os Moreiras Batistas e o resto da escumalha.
E outra coisa:
a estes sacanas que nos governam, somos nós que os lá colocamos
e mal queiramos, eles deixam de nos sacanear.
Aos sacanas de antanho ninguem os mandatou para nada,
ninguem lhes atribuiu o poder. Sacanearam-no e pronto.
Com o “pax vobiscum que o teu pai é franciscum” do
beato Cerejeira e seus apaniguados.
E a quem bufasse, o Tarrafal estava alí tão perto.
E só deixaram de nos sacanear quando numa madrugada
já quase esquecida, ali da minha Santarém natal, saiu um grupo de homens,
daqueles que não tinham nada a perder e que, com algumas ajudas,
abanaram a arvore que, de tão podre, caiu, mesmo sem serra nem corda.
Nada de venal pediram em troca, porque não era a isso que vinham.
Já morreram quase todos e nenhum deles enriqueceu.
Não eram clientela partidária. Pelo sonho é que iam.
Quem os conhecia como conheci (designadamente, o Salgueiro Maia),
não precisa que lhe contem estórias.
E se acaso estiverem tentados a apostar numa teoria da conspiração,
façam um exercício, apostando numa conspiração da teoria…
É que, sete dias depois, as ruas estavam cheias de gente
irmanada naquilo que não queria, debitando um caudal infinitamente superior
ao das “manifestações expontâneas” de apoio ao Tonho e sua quadrilha…
Mas…
Mas foram apanhados ali logo, na esquina…
os abutres oportunistas, estavam a postos.
O tempo passou, passou e a sacanagem foi trocando de roupa, de bandeira
e subindo a escadaria do poder. Será fatalismo histórico?
(O sebastianismo será mesmo a histórica demissão dum povo?
Uma fatalidade? Ou uma panaceia sacanistica?…)
Pq, até que me provem o contrário, estou convicto de que
o mal não esteve no 25A que baniu,
por breves momentos, a sacanagem.
O mal esteve e está em que a sacanagem
escondeu-se, camaleou-se, reagrupou-se,
reciclou-se, mas nunca cessou de tentar banir o 25A.
E a sacanagem não tem casta nem regras de sucessão.
Não é hereditária. Não se confundam as coisas.
A sacanagem é uma irmandade comungada num estado de alma.
Quem a tem, tem. Depois, é só esperar uma vaga no quadro…
Ainda que possa assumir várias cores e nomes.
O 25A foi só aquilo:
uma fé de alguns justos em que o homem não tinha de ser lobo do homem.
Em que o homem não tinha de ser, necessáriamente, um canibal sacanote.
Foi só um sonho de igualdade, solidariedade, fraternidade.
Durou o fugaz tempo que duram os sonhos bonitos…
Um sonho altruísta como muitos outros, que se desvaneceu,
pq a espécie humana é mesmo assim,
maioritáriamente egoísta, invejosa, desleal, oportunista, asquerosa.
Mas, como sempre, a injustiça e a iniquidade,
tenham a cor e o perfume que tiverem,
podem ir de vitória em vitória, mas só até à derrota final.
Porque as vitórias cujas raízes são só a ganancia e o egoísmo,
duram só o tempo que o tempo quiser.
E o tempo, a seu tempo, como notam, vai fazendo uns ajustes,
até ao ajuste final…
Voltaremos a dar as mãos, num próximo 25A.
(pode ser num Julho ou Agosto, que as manhãs são mais claras
e os dias mais longos)
Desta vez, de preferência, sem camaleões…
até porque a jóia da coroa já cá não está.
……………………………………………………………………………..
Este mini texto foi, o meu apontamento deste ano.
Como recordam, todos os anos o faço, pq a memória,
a consciência e os afectos é o que, fundamentalmente,
nos torna diferente dos demais animais.
Se algum amigalhaço sentir vontade de fazer qq coisa,
então, antes de obtemperar, aproveite a energia para reler e treler…
pq está lá tudo. Não posso é ensinar ninguém a ler.
Já cumpri esse dever. Há muito, muito tempo.
E fui muito gratificado por isso.
Pq isso, ajudou-me a crescer.
Não a encher os bolsos, mas a ser.
E recordem que o pior cego é o que não quer ver (ou ler…).
Correio Electrónico!

25A – SEMPRE

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