No dia 10 de Abril, o Pavilhão Atlântico vai abrir as suas portas para receber um riquíssimo leque das maiores estrelas da música de Angola, interpretando SEMBA, KIZOMBA, HIP-HOP, KUDURO, MÚSICA CLÁSSICA e DANÇA, sem esquecer os mais importantes representantes em Portugal da DIÁSPORA MUSICAL Angolana e alguns convidados, lusos e não só, de grande renome !
YURI DA CUNHA, PAULO FLORES, YOLA SEMEDO, KALIBRADOS e DOG MURRAS são alguns dos muitos nomes presentes dia 10 de Abril no Pavilhão Atlântico.
No Dia 10 de Abril, entre na maior discoteca do País – o Pavilhão Atlântico – e vibre ao ritmo da melhor música de Angola ! Divirta-se pela noite dentro e conheça ou relembre, os sons quentes e envolventes de um dos mais bonitos países africanos – ANGOLA
Confesso que me deixei ficar a ver o Prós&Contra sem grande convicção.
No entanto, ouvir o presidente da Associação de Estudantes do Camões a deixar embaraçada a direita bem pensante – Nuno Crato, Paulo Portas e Helena Matos – valeu bem o tempo perdido.
Feijó, um jovem estudante do 12º ano, ao afirmar de forma clara e firme, que estavam na sala pessoas que defendiam um paradigma de escola em que os alunos não passam de animaizinhos sem cérebro, a quem só se pode ensinar com recurso a reflexos pavlovianos (estimulando-os com castigos quando não aprendem ou não se comportam de acordo com o padrão dominante), fez corar de vergonha a pseudo-autoridade CratoPortasMatosiana.
Não sou espectador habitual de televisão, sobretudo de programas de entretenimento.
Não sou apreciador do modelo de televisão que é praticado por Júlia Pinheiro, nem gosto particularmente do seu estilo, mas esse é um problema que só a mim diz respeito.
Tenho sérias dúvidas de que um programa com este formato, e com a presença de tais convidados, seja de grande utilidade para o debate sobre os temas propostos.
Ainda assim, porque acredito que há muita gente que pensa de forma diferente e, uma vez que me foi feito o pedido, aqui fica a divulgação:
Muito boa-tarde,
O meu nome é Liliana Pacheco e sou jornalista do programa ‘As Tardes da Júlia’, apresentado diariamente por Júlia Pinheiro, na TVI. No próximo dia 7 de Abril, período de férias escolares da Páscoa, vamos ter no programa o Coordenador da Comissão de Educação do PS, o deputado Bravo Nico. Primeiramente, o convite foi dirigido à Sra. Ministra da Educação, Profª Isabel Alçada, mas, perante a recusa da mesma, contactámos o grupo parlamentar do PS que sugeriu a presença do deputado Bravo Nico.
Nesta mesma emissão, vamos ter em estúdio uma mãe, com filhos em idade escolar e um jovem de 23 anos, que está a terminar um curso técnico profissional e que pretende ingressar no ensino superior. Para que este leque de convidados fique completo, gostaríamos de poder contar com a presença de um professor no activo que, para além de todas as questões relacionadas com o Estatuto da Carreira Docente, pudesse também falar, na primeira pessoa, da questão da violência escolar; ou seja, um/a professor/a que já tivesse sido alvo de agressão (física, psicológica, ou ambas) por parte de alunos. A ideia consiste em promovermos uma espécie de debate entre o Coordenador da Comissão de Educação do PS, o deputado Bravo Nico, e uma mãe, aluno e professor, em torno de questões pertinentes, relacionadas com as várias áreas da educação: segurança, violência escolar, carga horária, acção social, qualidade do ensino, educação especial, entre outras.
Depois de fazer uma pesquisa na internet, deparei-me com vários blogues de professores e é através destes que venho pedir ajuda, no sentido de conseguir a presença de um professor que possa aceitar o nosso convite e estar presente no referido programa.
Desde há uns tempos que a minha actividade “bloguística” se tem vindo a reduzir de forma drástica, devido a vários factores, dos quais destaco dois:
em primeiro lugar, a necessidade de dedicar grande parte do meu tempo diário a um conjunto de leituras e pesquisas, relacionadas com um projecto de doutoramento que quero realizar na área da Política e Administração da Educação;
em segundo lugar, porque me sinto cada vez mais farto e afastado de um nível de discussão e de divulgação de notícias, que não consegue ultrapassar o imediatismo e primarismo da conversa de café e do ouvi dizer que…
Hoje, porque as coisas que ando a ler coincidem, de alguma forma, com o centro do debate político / destaque mediático, arranjei um pouco de tempo para reflectir sobre essa coisa que nos vai esmagar nos próximos anos (se nós deixarmos) e que dá pelo nome de Pacto de Estabilidade e Crescimento – PEC.
Como muito outros instrumentos de que os governantes lançam mão para governar, utilizando formas de regulação pós-burocráticas, o PEC é-nos apresentado como um conjunto de medidas técnicas, cuja aplicação é “inevitável” no quadro de “crise” económico-financeira em que vivemos. A coisa é de tal modo “grave”, que governo, presidente da república, presidente da comissão europeia, governador do banco de Portugal (futuro vice-governador do banco central europeu) e mais umas quantas luminárias, têm aparecido com regularidade nos OCS a exortar os partidos (e os portugueses) a unirem-se para salvar este PEC.
Tudo em nome da salvação da pátria e dos portugueses, exaltando as qualidades técnicas do instrumento, e escondendo convenientemente as opções políticas que as determinaram. Em resumo, segundo estes “técnicos”, que se apresentam despidos das suas filiações e passados partidários, temos que nos conformar porque não existe alternativa. E no entanto, em França uma certa esquerda ganhou as eleições deste fim de semana, porque existe um outro caminho. E na Alemanha a sra. Merkel também começa a ter a vida tão difícil como o sr. Sarkozy.
Por cá temos uma dificuldade adicional. É que à esquerda de Sócrates temos hoje, além da esquerda portuguesa, um PSD que vai a votos no próximo fim de semana e um CDS com um discurso social putativamente mais preocupado com os pobres do que o pai do RSG.
Face a isto, parece-me que a solução é mesmo estar atento e não nos deixarmos enganar, um pouco como o Casimiro Baltazar da Conceição.
Lascoumes e Le Galès consideram que os governantes têm necessidade de recorrer a uma despolitização das questões fundamentalmente políticas, criando um consenso mínimo de reforma, que se apoia numa aparente neutralidade de instrumentos, apresentados como modernos e cujos efeitos se farão sentir a prazo.
Os instrumentos de acção pública (IAP) são portadores de representações e de significados e determinam em parte a maneira como os actores se comportam, porque criam incertezas sobre os efeitos das relações de força, levam a que se privilegiem uns actores em detrimento de outros, constrangem os actores e fornecem-lhes recursos, veiculando uma representação dos problemas.
Quando muita gente começou a criticar a assinatura do acordo por parte dos sindicatos, houve quem chamasse a atenção para a possibilidade de ainda termos que voltar à rua, para exigir que ele fosse cumprido. Foi o caso de Mário Nogueira, numa das entrevistas que na altura concedeu, não me recordo a que jornal ou jornalista.
Essa posição de precaução assentava na antevisão dos contornos de decisão política em que assenta a acção governativa, e na admissão de que a equipa da educação não teria peso político para se opor ao omnipotente ministro das finanças Teixeira dos Santos.
Nesse contexto, era fundamental para os interesses dos professores reforçar a posição de aliados conjunturais – Isabel Alçada e Alexandre Ventura -, em vez de os fragilizar face a inimigos poderosos, como Teixeira dos Santos e o batalhão dos consultores do capitalismo de desastre.
A divulgação de um conjunto de medidas, introduzidas na proposta de revisão do ECD, que emanam directamente do PEC de Teixeira dos Santos (redução de efectivos na função pública), é a prova de que estamos perante uma reedição do discurso financeiro de 1928, que levou o país pelos caminhos que todos temos a obrigação de conhecer.
A norma proposta no artigo 73º, 1 –O exercício de funções docentes a tempo inteiro em agrupamentos de escolas ou escolas não agrupadas pode ser assegurado por outros trabalhadores em funções públicas que preencham os requisitos legalmente exigidos para o efeito, é reveladora da insensatez técnica que presidiu à decisão política e só se pode entender porque quem nos governa não está preocupado com a qualidade técnica das suas decisões e o respectivo impacto social.
Embora não tenha sido dito por Teixeira dos Santos, a forma como ele e o 1º ministro estão determinados em esmagar a qualidade de vida dos portugueses indicia que o texto que se segue podia aplicar-se-lhe integralmente:
Neste contexto não vale a pena discutir se algo teria sido diferente se os professores tivessem aderido à greve da função pública. Para o bem e para o mal, os professores são funcionários públicos e como tal são tratados pelo ministério que tutela a administração pública.
A luta está definitivamente no campo político e é bom que não haja ilusões quanto a uma hipotética contenção das divergências no plano técnico. A retórica do interesse nacional, ou de um interesse colectivo, que se deve sobrepor ao interesse das pessoas é uma forma de tentar despolitizar a acção pública. O chamado interesse nacional é definido por quem detém o poder a cada momento, o que significa que no actual contexto o “interesse nacional” é o interesse do poder económico e das classes sociais que detém o poder de condução do Estado.
É contra esse interesse de classe que os trabalhadores têm que se levantar e opor o seu próprio interesse. Sem receio de com isso serem acusados de radicalismo, ou de tentativas de impedir um progresso que só é risonho para o capital e para os seus serventuários.
Nas últimas semanas o tema da violência entre jovens, e de alguns jovens sobre os adultos que têm a incumbência de os educar e ensinar, tem sido motivo de longos textos, quer na blogosfera docente quer nos media.
Trata-se de uma questão que perturba o quotidiano de muita gente, há demasiado tempo, mas que só é motivo de debate e de manchetes mediáticas quando algo irremediável acontece. Nesta matéria, como no que diz respeito a quase tudo o que tem a ver com educação e ensino das gerações mais novas, a precaução e a prevenção são conceitos votados ao esquecimento.
Claro que há algumas pessoas, entre elas um número significativo de professores, que trabalhando em comunidades mais “difíceis” sempre se preocuparam e tentaram prevenir, antecipar problemas e evitar acontecimentos irremediáveis. Mas é um trabalho insano, pouco reconhecido e apoiado, cujos resultados são quase irrelevantes, sobretudo se confrontados com o esforço desenvolvido.
Há já alguns anos passou em alguns cinemas portugueses um filme que retrata uma situação de violência extrema, envolvendo alunos e professores de uma escola secundária da Califórnia. Um professor que leccionara em Nova York, onde tinha sido agredido selvaticamente por um aluno que pertencia a um gang, é colocado nessa escola secundária em substituição de uma professora.
O esforço que este professor tenta fazer para recuperar o seu sonho de ensinar e a forma como os seus novos alunos se relacionam com ele, entre si, com a escola e com a vida, constituem um excelente guião para a reflexão sobre os limites que cada um se coloca e como os ultrapassa na vida.