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Se alguém tinha dúvidas …
29 Sexta-feira Abr 2011
29 Sexta-feira Abr 2011
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29 Sexta-feira Abr 2011
Posted ambiguidade, bullying, demagogia
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Dois dos órgãos de comunicação social mais prestigiados e que com maior empenho defendem o estado a que isto chegou dão hoje corpo às reivindicações da Sociedade Civil.
Na democracia em que vivemos a sociedade civil é essa coisa difusa e sem rosto, sob cuja capa se escondem os rostos de quem efectivamente dirige a vida pública, ou usa de todos os meios ao seu alcance (mesmo os mais ignóbeis) para influenciar a decisão dos poderes legislativo, executivo e judicial em seu exclusivo benefício, mandando às malvas os direitos dos seus concidadãos.
Pois é no DN online e na TSF online que se podem ler notícias dos seus comentadores habituais, que há anos são convidados regulares das suas páginas e fóruns, recomendando soluções para os males que afligem o país.
Só que hoje surgem-nos travestidos de Movimento Mais Sociedade e de Fórum Para a Competitividade, entidades da tal sociedade civil que vêm sugerir aos portugueses as mesmas soluções de austeridade, miséria e recessão que regularmente nos são propostas por João Duque e Pedro Ferraz da Costa, com o respaldo de gente ilustre e muito civil como os professores Daniel Bessa, Álvaro Santos Pereira e Pedro Portugal, os economistas João Salgueiro e Mira Amaral, os gestores Alexandre Relvas e José Silva Rodrigues, e o advogado Jorge Bleck (até parece que são verdadeiros anónimos independentes e nunca tiveram nada a ver com a governação do país).
Depois do apelo patético a uma unidade partidária que oficialize a prestação de vassalagem aos interesses económicos internacionais, protagonizado pelos quatro presidentes eleitos depois da restauração da democracia, é a vez dos mesmos do costume retomarem a narrativa da inevitabilidade, mudando de fato apenas para parecer que são outros e que são muitos.
28 Quinta-feira Abr 2011
Posted acção pública, liberdade
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O medo de ouvir dizer NÃO
25 Segunda-feira Abr 2011
Posted acabar com o medo, esquerda
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… e nada como olhar para a experiência passada, para melhor compreender o presente:
E perceber que é tudo ao contrário do que a ironia do José Mário Branco “aconselhava”:
24 Domingo Abr 2011
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Tenho alguns amigos que acreditam que há dois PS’s. Um PS liderado por Sócrates, tendencialmente mais comprometido com o capital e com a política neoliberal, e um outro a que chamam “a Esquerda do PS”, que teria sido decapitada na sequência do processo Casa Pia e da qual fariam parte personagens ilustres como Vera Jardim, António Costa, Paulo Pedroso ou Ferro Rodrigues.
Este último, após um exílio dourado e muito conveniente como embaixador na OCDE, regressou agora para encabeçar e “dar um ar de esquerda” à lista de deputados por Lisboa para ajudar o querido líder a evitar o naufrágio que se adivinha.
E, para mostrar como apoia coerentemente quem o convidou de forma tão generosa, vem agora defender uma aliança pós-eleitoral do PS com a direita, porque acha completamente impossível uma aliança com os partidos à sua esquerda, «porque ao longo do último ano e meio os partidos de “extrema-esquerda”, mais não fizeram do que “colaborar com a direita em relação à queda do Governo”».
Análise “lúcida e brilhante”, desta esquerda do PS que acha bem aliar-se com a direita porque PCP e BE se opuseram às políticas neoliberais do seu líder.
Com “esquerdas” destas para que raio é que banqueiros, grandes accionistas das multinacionais, especuladores e agiotas necessitarão de Passos Coelho e outros neófitos nas negociatas do grande capital financeiro.
23 Sábado Abr 2011
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Porque ainda há sonhos por cumprir e continuam a mandar os mesmos que tiraram o “R” à REVOLUÇÃO, vamos comemorar o DIA DA LIBERDADE sem esquecer que é também um DIA DE LUTA PELO FUTURO
21 Quinta-feira Abr 2011
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Há muito tempo, pelo menos para quem assistiu a todas as eleições que se realizaram em Portugal desde a aprovação da Constituição da República em 1976, que estamos habituados a ouvir dizer que as sondagens valem o que valem.
Para quem vai à frente valem como um estímulo e ajudam a “animar a malta”. Para quem vai um pouco mais atrás valem como um outro estímulo, desde que a diferença para os putativos vencedores não pareça inultrapassável.
Já para o cidadão anónimo, mais ou menos bem informado, os “resultados” apresentados pelas sondagens constituem um indicador sobre qual o “cavalo certo” em que se deve apostar. Para os mais determinados nas suas convicções político-ideológicas as sondagens servem sobretudo para ajustar o guião do discurso quando estabelecem contacto com familiares, amigos, colegas ou conhecidos.
Por isso não deixa de ser curioso que Ricardo Costa, um dos “mais importantes” opinion-makers da nossa praça, tenha chamado a atenção para o facto de que as sondagens que vamos conhecendo não passam de “tendências”, alertando para que dentro de três semanas os eleitores serão confrontados com dados concretos sobre as imposições das instituições internacionais que invadiram o país com o consentimento dos partidos que há 35 anos nos governam. No link que aqui deixo [ http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/noticias-pais/2011/4/ricardo-costa-comenta-sondagem-que-aproxima-ps-do-psd-e-escolha-de-nobre21-04-2011-205021.htm ] repare-se como entre o minuto 2:10 e o 3:20 Ricardo Costa explica que por volta de 15 de Maio (a cinco dias do início da campanha) o efeito desse conhecimento pode explodir e rebentar com as “tendências” que agora se conhecem.
Na minha modesta opinião Ricardo Costa antecipa uma explicação para um eventual falhanço estrondoso das “sondagens” com que a comunicação social dependente dos interesses económicos vai tentando condicionar a escolha dos eleitores menos informados.
20 Quarta-feira Abr 2011
Posted acção pública, eleições
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Mas afinal isso não é conversa irrealista desses comunistas, que se excluem de qualquer solução governativa e não contribuem em nada para resolver os problemas dos portugueses?
É que foi já no dia 5 de Abril que o PCP apresentou várias medidas para solucionar a crise com que nos confrontamos e, curiosamente, a reestruturação da dívida figura da lista apresentada e é mesmo a primeira a ser elencada.
19 Terça-feira Abr 2011
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Desde que ontem, finalmente, a comunicação social fez eco da decisão de PCP, PEV e Bloco recusarem o convite para “negociar” com a troika FMI/CBE/UE que se levantou um coro de críticos, em que se mistura o aproveitamento cínico e eleitoralista do PS com a ingenuidade bem intencionada de muitos comentadores de esquerda.
Alguns dos pesos-pesados do Vias de Facto explicam com clareza e clarividência analítica que se trata de um “erro estratégico monumental”, no que são acompanhados pela profunda visão do mais mediático comentador/jornalista da nossa praça, no Arrastão.
Ao que parece, todos eles partilham da ideia de que recusar a participação numa reunião, que não passa de um simulacro de negociação, corresponde a uma renúncia a participar com propostas para solucionar os problemas dos portugueses no plano institucional.
Permito-me discordar, embora saiba que discordar de gente tão iluminada e ilustrada pode ser considerado um verdadeiro sacrilégio. É que esta recusa de negociar com terceiros é a única forma de preservar as instituições democráticas que nos representam. De um ponto de vista institucional, a “negociação” de qualquer acordo entre a troika e cada um dos partidos subtrai ao governo a sua legitimidade e, mais grave ainda, subtrai ao soberano o direito de exprimir todas as suas opções no dia 5 de Junho.
Ao contrário do que advogam Miguel Serras Pereira, Luis Rainha e Daniel Oliveira, aceitar as “negociações” seria errado porque os partidos estariam a usurpar uma legitimidade que pertence institucionalmente ao governo. Aos partidos, através da Comissão Permanente da Assembleia da República (art. 179º), apenas compete fazer o acompanhamento da actividade do governo, na qual se inclui esta negociação com a troika. Tudo o que exceder esses limites, nomeadamente um comprometimento relativamente a medidas que deverão ser sufragadas nas próximas eleições de 5 de Junho, é que significa excluir-se do campo institucional.
19 Terça-feira Abr 2011
Posted acção pública, esquerda
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Mário Soares, um dos grandes artífices do “estado a que isto chegou”, volta a fazer no DN de hoje uma crónica em que atribui aos malvados e ignorantes neoliberais todos os males que assolam Portugal e a Europa.
Apregoando um “europeísmo convicto”, embora não esclareça a favor de que classe o ajudou a construir, esquece que a experiência neoliberal não começou no Reino Unido com Tatcher e nos USA com Reagan, mas sim uns anos antes com Pinochet no Chile.
O ditador chileno, cuja importância para a experiência neoliberal é injustamente omitida, foi financiado pelos amigos americanos de Soares. Exactamente os mesmos amigos americanos (Kissinger-Carlucci) que em Portugal foram peças fundamentais no processo de repatriamento de 600.000 retornados, deixando as ex-colónias de Angola e Moçambique despojadas de recursos humanos qualificados e trazendo para “a metrópole” a massa crítica que permitiu conter a “ameaça comunista” nas eleições de 1975 para a Assembleia Constituinte.
Mas Soares sacode também a água do capote quando finge esquecer que foi ele e os seus aliados do PSD (mesmo que adversários eleitorais, garantem-se mutuamente a partilha do país desde 1976) os negociadores das condições de adesão à então CEE.
Nesse exercício hipócrita, Mário Soares omite que colocou o socialismo na gaveta (nas suas próprias palavras e por sua própria iniciativa) para aderir às teses neoliberais, que na década de 80 se espalharam pela Europa com total colaboracionismo e apadrinhamento dos partidos da Internacional Socialista. Ao ponto de, já na década de 90, a substituição dos conservadores de Tatcher e Major pelos “trabalhistas” de Blair ter apenas servido para aprofundar a aplicação da receita neoliberal no Reino Unido, espalhando-a de forma mais eficaz pelos novos aderentes à União.
Omite também que foi pela sua mão que os sindicatos reformistas alemães trouxeram o dinheiro e a expertise necessária para consolidar a UGT e, desse forma, tentar quebrar as espinha aos sindicatos de classe, como fizeram Tatcher como o sindicatos dos mineiros em Inglaterra e Reagan com o sindicato dos controladores aéreos nos USA.
Tudo o que critica aos seus ex-amigos, foi aplicado em Portugal pelas suas mãos ou com a sua bênção. Daí a sua admiração por Sócrates, um legítimo sucessor da sua estratégia de governar à direita com os votos obtidos à esquerda. Daí o seu entusiasmo pela intervenção externa e contra a afirmação da esquerda sobre a existência de uma alternativa que não passa por engordar os ricos à custa do suor dos pobres.
Quando agora verbera o que chama de “nacionalismos”, Mário Soares omite que a revolta que alastra em alguns países tem por base as condições concretas em que foram negociados os tratados que moldam as relações entre Estados Soberanos dentro da União. No caso Português, Mário Soares finge ignorar que a nossa dívida externa tem como causa principal o facto de as normas comunitárias nos impedirem de produzir o que necessitamos para garantir as nossas necessidades básicas.
Ao contrário do que insinua Mário Soares (e com ele todo o sector financeiro e da distribuição de bens e serviços) os partidos de esquerda não se opõem à Europa apenas porque sim. A oposição da esquerda, que não se vende nem se rende, é a um conjunto de regras que foram estrangulando a produção nacional até ao ponto a que desgraçadamente chegámos.
Ao contrário do que Mário Soares primeiro e Cavaco Silva depois andaram a apregoar, Portugal não é um país de serviços e o único caminho para sairmos do buraco para onde as normas comunitárias nos atiraram é defender a produção nacional, nomeadamente na agricultura, nas pescas e na indústria, de forma a Produzirmos Mais para Importarmos Menos.