Ao escrever o título deste post pensei que seria preferível estar a fazê-lo num teclado sem cedilhas, pois corresponderia melhor ao sentimento que este processo profundamente anti-democrático e centralista me inspira.
Sobretudo depois de ter tido notícia de que, recorrendo a uma artigozito manhoso a que muita gente não ligou, mas que faz parte do articulado do DL 75/2008, o ministério se prepara para tomar de assalto os últimos bastiões da resistência.
É que, segundo se vai sabendo nos “mentideros”, as hostes socialistas andam numa roda viva, procurando homens de mão que se disponibilizem para ser nomeados em comissão de serviço, para substituir órgãos de gestão legal e democraticamente eleitos, nas escolas que não cumprem os desígnios do boss. E nalguns casos a interrupção da Páscoa pode trazer amargas surpresas.
Resta a satisfação de saber que os professores que se orgulham de o ser não vergarão e saberão dar a resposta adequada a esses paraquedistas arrivistas e carreiristas. Tal como o outro, também eles cairão das cadeiras…
Grande abraço companheiro.
Eu imagino a alegria que esta gente sente quando lhes telefonam a saber se. O sorrisito do “lembraram-se de mim” ou “afinal o meu nome fala-se por aí” ou “meto-me nisto que um dia destes calha-me outra coisa com mais importância” ou “serei eu o primeiro a quem falaram disto?” ou “quanta guita é que isto envolve” ou “isto sempre compensa não me terem posto nas listas” ou “não é bem isto que eu pedi mas também serve” ou “não é mau, pois não?” ou “a alternativa é voltar a aturar os fedelhos dos outros, chiça”.
a gente sabe.
esse sorrisito.
É triste mesmo o que vai acontecer!
É triste o fim da gestão democrática.
É triste o fim da escola pública.
É triste o estado do país.
Belo post e obrigada pelo apoio.
Aos colegas que resistem, impedindo que o arbítrio e o abuso se instalem definitivamente, é devida toda a solidariedade e apoio.
Não foi mais do que isso o que quis expressar, até porque o vosso exemplo é que é merecedor de um enorme aplauso.
Estava eu em Anadia, quando se deu o 25 de Abril de 1974: ao Director , de consciência pesada, ia -lhe dando o “fanico”… Participei nas primeiras eleições para as 1ª Comissão Executiva, – creio que era o nome na altura , o qual foi sofrendo actualizações(?) – à qual passaram a pertencer professores como nós, fazia parte da “evolução” democrática; dizem que os ciclos da História se repetem de 50 em 50 anos; neste caso, em Portugal, não é preciso tanto: trinta chegam para as pessoas se esquecerem da ditadura e das «competências» de um Director; quando acordarem, pode ser tarde ou talvez seja a hora de outro 25 de Abril…e eu, que pensava que nunca mais ia estar um Director numa Escola…
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