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«Porque não me é lícito deixar cair o poder na rua… pus-me à procura dos verdadeiros democratas portugueses… os verdadeiros democratas portugueses somos nós.»
26 Quinta-feira Mar 2009
Posted a bem da nação
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«Porque não me é lícito deixar cair o poder na rua… pus-me à procura dos verdadeiros democratas portugueses… os verdadeiros democratas portugueses somos nós.»
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… como tal deverá arcar com todas as consequências legais que decorrerem das injustiças e atropelos à lei que venham a verificar-se nos 35 “concursos locais” de colocação de professores nos agrupamentos TEIP.
É que, como já vem sendo hábito, este “responsável” governativo veio mais uma vez criar um monstro, agora a propósito da contratação de docentes e do acesso ao trabalho dos professores.
Por iniciativa do ME, os horários que os agrupamentos TEIP indicaram como necessidades a serem preenchidas pelo concurso nacional foram retiradas desse concurso. Na semana passada os conselhos executivos desses agrupamentos terão sido chamados ao ministério e terão recebido instruções no sentido de abrirem concursos locais, que serão regulados por critérios a definir por cada agrupamento.
Não se sabendo ainda quais os critérios que virão a ser definidos podem, desde já, adiantar-se duas coisas:
Isto acontece porque em cada agrupamento TEIP terá sido constituída uma comissão, a quem foi atribuída a missão de elaborar o regulamento do seu concurso.
Mesmo que nos esforcemos por acreditar que todos os professores de todas as comissões empossadas são pessoas íntegras, honestas e exemplares, que darão o seu melhor para construir regulamentos em que o “factor cunha” seja expurgado, ainda assim as injustiças serão tremendas.
Para melhor explicar o que quero significar com o conceito de “injustiça” vou falar de dois professores virtuais, que foram colegas do mesmo curso na faculdade, fizeram o estágio juntos na mesma escola e continuam a ser amigos que se visitam e convivem regularmente.
Quando há meia dúzia de anos concluíram o estágio, o professor Xis ficou como uma classificação profissional de 17 valores e o professor Ipsilon apenas com 15. O curso e o estágio que fizeram habilitaram-nos a leccionar uma disciplina do 3º ciclo e secundário e durante os últimos dez anos foram conseguindo os seus contratos, uma vezes em escolas do ES/3, outras vezes em EB 23.
Durante esses anos voltaram a trabalhar juntos mais do que uma vez porque conseguiram contrato na mesma escola. Mas no ano passado o professor Ipsilon ficou numa escola EB 23 que pertence a um agrupamento TEIP e o professor Xis ficou numa escola EB 23 “normal”. Por acaso ambos ficaram com turmas de 9º ano. Também por acaso o agrupamento TEIP, em que trabalha o professor Ipsilon, apenas tem essa classificação porque uma das escolas do 1º ciclo do agrupamento foi integrada no projecto TEIP. O professor Ipsilon nem sabe de que cor é essa escola e nunca viu nenhum dos meninos que lá estudam.
Como costumam fazer todos os anos, os dois amigos juntaram-se para analisar o mapa de vagas a concurso para os próximos quatro anos, sabendo que as probabilidades de conseguirem um lugar de quadro são diminutas, uma vez que o seu grupo de recrutamento é bastante difícil e ainda nem conseguiram ser QZP’s.
Foi então que descobriram que este ano, graças a um passe de mágica do SE Lemos, o professor Ipsilon tem quase garantido um horário e um lugar no seu agrupamento TEIP, porque os critérios instituídos pela comissão valorizam o facto de qualquer professor já ter prestado serviço no agrupamento com uma pontuação que vale tanto como a classificação profissional que ele possui. E para obter essa pontuação não é necessário nem relevante que o professor tenha efectivamente trabalhado com alunos integrados no projecto TEIP.
Já o professor Xis terá que ficar a rezar a todos os santinhos, quiçá ir em peregrinação a Fátima, para ver sa a graça divina lhe concede a possibilidade de arranjar um horário, nem que seja incompleto, para poder continuar a trabalhar naquilo que gosta de fazer: ser professor.
(In)justiças que o ME tece…