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Tag Archives: propaganda

Demência? Senilidade precoce? Ou apenas desejo de mostrar serviço?

10 Sexta-feira Ago 2012

Posted by fjsantos in o prazer do disparate

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propaganda

A direita encontrou em Zita Seabra o instrumento que está sempre à mão (e disponível) para “contar” os maiores disparates e alarvidades, sempre que com isso seja possível atingir o PCP ou pessoas conotadas com este partido.

Tendo-se sido conhecida mais uma decisão, no mínimo pouco acertada, do governo cancelar o apoio a um projeto que se propunha criar cerca de 2000 novos postos de trabalho, tornou-se necessário atingir o empresário que estava à frente da iniciativa, para o descredibilizar.

Sendo conhecido por “barão vermelho”, por alegadas ligações ao PCP e por ser um dos “notáveis” benfiquistas, eis que surge a inefável Zita afirmando que «os comunistas usavam os aparelhos de ar condicionado para espiar “tudo o que eram ministérios, sítios nevrálgicos e órgãos de poder”, instalados nos anos 1980 pela FNAC – Fábrica Nacional de Ar Condicionado».

Convenientemente, o instrumento utilizado pelos perigosos espiões comunistas só podia ser fornecido pelo não menos perigoso barão vermelho, já que a FNAC era propriedade de Alexandre Alves, o empresário agora em litígio com o governo por causa do projeto dos painéis solares em Abrantes.

Será que Zita Seabra não se manca e não percebe que, mesmo para a silly season, o disparate tem limites?

Nuno Crato e a explosão da escola pública

31 Segunda-feira Out 2011

Posted by fjsantos in hipocrisia, neo-liberalismo

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demagogia, propaganda

Nuno Crato reaparece hoje, em grande, no Público, fazendo a única coisa que sabe realmente fazer: DEMAGOGIA.

Uma prova evidente do uso abusivo da demagogia, da mentira e da leviandade pode encontrar-se numa afirmação sem qualquer suporte científico como: «No 9.º ano a maioria dos jovens já domina os computadores perfeitamente e é questionável que seja necessário ter uma disciplina de TIC»

A ideia que se pode extrair de uma entrevista editada em três páginas, mas cujo conteúdo dificilmente encheria duas, é a de que Nuno Crato gostaria de transformar o ministério da educação numa espécie de agente financiador da iniciativa privada no campo da educação.

Isso fica patente na forma como se refere à Parque Escolar, cuja existência é compreendida e aceite desde que o esbanjamento de dinheiro não cause escândalo.

Do mesmo modo, o ministro também declara que vê com bons olhos o alargamento dos contratos de associação, nos quais o ministério financia privados para que estes fiquem com parte significativa dos salários do pessoal, que deixará de figurar nas folhas de pagamento do Estado.

Ao contrário do que algumas almas “bondosas” e “ingénuas”, que proliferam no seio da classe docente, andam a espalhar pelos blogues e caixas de comentários fazendo coro com o ministro, Nuno Crato sabia muito bem ao que vinha e para que vinha – privatizar a educação em nome de uma liberalização do serviço público de educação.

Todos sabemos onde nos levaram anteriores liberalizações de serviços públicos, desde a comunicação social até à energia e às telecomunicações: lucros para os accionistas e degradação do serviço para os cidadãos.

Foi para levar a cabo essa tarefa que Nuno Crato foi contratado para a equipa neoliberal de Passos Coelho. Até ao momento o manager tem todos os motivos para se orgulhar da contratação.

 

Imperdoável

31 Domingo Jul 2011

Posted by fjsantos in deixa-me rir...

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demagogia, propaganda

Júlio Magalhães e Marcelo Rebelo de Sousa “convidaram” o ministro Arrobas para largos minutos de tempo de antena… e esqueceram-se do café e das bolachinhas.

O “spin” mantém-se, os “spin doctors” é que estão a mudar

05 Terça-feira Jul 2011

Posted by fjsantos in accountability, escola pública

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demagogia, propaganda

O DN de domingo deu à estampa uma “notícia” feita à medida para “compor” a imagem do ministro Crato, um pouco abalada entre muitos dos seus crentes devido ao facto de não ter ainda anunciado a “morte matada” da famigerada ADD.

Não podendo (ou não querendo) anunciar a suspensão imediata dos efeitos da ADD em curso, resta ao ministério de Crato encontrar alguns anúncios que apazigúem as hostes e proporcionem a boa imprensa que não pode faltar. Até porque se adivinham tempos difíceis, tão logo muitos milhares de professores descubram que em Setembro não têm horário.

Logo alguns neo-spin doctors se colocaram em bicos de pés, afirmando com toda a convicção que o “não fecho” das tais 654 escolas é a prova da bondade das políticas cratistas. É até a única medida anunciada sobre a qual é possível avaliar o trabalho de Nuno Crato.

Por mim declaro que fico agradado com a ideia de se reavaliar o plano da rede escolar. Mas já não fico tão satisfeito com o anúncio, incluído na mesma medida, de que a racionalização passa pelo fecho de escolas, sem que se anunciem simultaneamente os critérios em que assentará tal fecho.

Tudo visto e revisto, a medida anunciada acaba por deixar tudo mais ou menos na mesma. Quanto mais não seja porque fica no ar a suspeita de que esta “reavaliação” pode ter algo a ver com a penúria orçamental em que vivemos. Se por um lado ficamos a saber que a requalificação do parque escolar (menina dos olhos de Sócrates e das construtoras associadas à Parque Escolar, E.P.) pode ficar a meio por falta de financiamento, por outro Fernando Ruas, presidente da ANMP, já informou que concorda com a reavaliação do fecho das escolas, mas apenas nos casos em que não haja dinheiro para concluir os novos centros escolares.

Como se vê, coreografias e coreógrafos há-os para todos os gostos.

E agora, para uma narrativa assaz diferente e nada conspirativa…

07 Quinta-feira Abr 2011

Posted by fjsantos in accountability, avaliação de professores

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demagogia, propaganda

… que eu não creio em bruxas e, tal como o outro que não cito nem nomeio, sou pouco dado a teorias da conspiração.

Pouco me surpreenderia que o envio da suspensão da ADD para o Tribunal Constitucional fosse a sequência lógica de uma coreografia, bem encenada por PPC e CS, para garantir a simpatia dos professores relativamente ao PSD, numa altura em que cada voto conta para que o “homem invulgar” seja entronizado como sucessor do “menino de ouro“.

Vamos, então, por partes.

A jogada genial de Sócrates, ao forçar o PSD a chumbar o PEC IV ou ficar a ele irremediavelmente amarrado, tinha que ser compensada por Passos Coelho com uma acção directa de charme junto de uma fatia significativa de eleitores. Havia um grupo numeroso mesmo à mão, ansiando por um salvador que o retirasse das angústias do seu quotidiano: os professores e a ADD.

É certo que esse era um terreno minado, no qual as cambalhotas e reviravoltas dos laranjinhas estavam há muito identificadas, com faltas estratégicas a votações e votos alinhados com o governo, tanto nos tempos gloriosos de Maria de Lurdes Rodrigues, como nos mais aventureiros de Isabel Alçada.

Além de que a posição do baronato, e do próprio chefe do clã laranja, sempre foi muito clara: a ADD é uma conquista da modernidade sobre o anacronismo e o imobilismo corporativo-sindical, sendo altamente funesto admitir a sua alteração.

Foi então que se fez luz nas cabeças de algum estratega laranja, cheio de vontade de meter as mãos na massa, ou mais prosaicamente de ir com toda a sede ao pote: «Seria genial aproveitar o agendamento da discussão da ADD, feito pelo BE, para fingir que queremos mesmo (e muito) acabar com esta farsa». E se bem o pensou, melhor o fez.

Sabendo-se que o tempo escasseava para aprovar um texto complexo, que careceria de debate em sede de especialidade e retorno ao plenário, corria-se o risco de a AR ser dissolvida antes da votação final global, no caso de ter que cumprir todos os procedimentos regimentais. Foi nessas circunstâncias que foi possível consensualizar o texto que foi votado e que teve, da parte da bancada do PSD, um voto contra e perto de uma dezena de declarações de voto.

Logo aí ficou claro que o PSD deixou passar o diploma, não lhe dando exactamente o mesmo destino que tinha dado a texto idêntico votado em 7 de Janeiro, mas tinha a secreta esperança (quiçá certeza) de que Cavaco Silva se encarregaria de tornar inútil a votação.

Tudo ficava, como parece ter ficado assim, no melhor dos mundos: o PSD com os louros de estar ao lado dos professores para acabar com a ADD pode pedir-lhes o voto com um ar compungido, ao mesmo tempo que promete que para o ano tudo mudará (para que tudo fique na mesma); Cavaco Silva que promulgou compungido as leis da IVG e do casamento entre pessoas do mesmo sexo, reconcilia-se agora com os seus indefectíveis apoiantes ao impedir que os madraços dos professores e seus perigosíssimos sindicalistas, façanhudos e de bigode, averbem uma vitória contra o rigor e a exigência da accountability, tão necessária para ajudar o FMI a combater a crise.

Nota final: Se alguém, algum dia, confirmar que esta ficção tem algo a ver com a realidade, podem ter a certeza que é mera coincidência.

Novo conceito estratégico ou supressão dos direitos de cidadania?

19 Sexta-feira Nov 2010

Posted by fjsantos in iniquidade, neo-liberalismo, prepotência, violência

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globalização, hipocrisia, propaganda

A sanha securitária, que torna “normal” impedir o direito de circulação das pessoas, impedindo-as de se manifestarem [Vilar Formoso: quarenta activistas foram impedidos de entrar naquele ponto de fronteira. Trinta e cinco, na sua maioria de nacionalidade finlandesa, foram interceptados num autocarro, com destino a Lisboa, na posse de “material com mensagens anti-NATO”.] fica bem retratada neste cartoon:


Reorganização da rede escolar, Estado Central, Autarquias e Partidos

20 Sexta-feira Ago 2010

Posted by fjsantos in administração educacional, bem público, escola pública

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demagogia, políticas públicas, propaganda

Estamos a assistir, na comunicação social, ao retomar de um conflito antigo entre governo e oposições sobre o arranque do ano escolar, a menos de duas semana do seu início.

A questão que agora agita as águas, e na qual os media pegaram com a avidez proporcionada pela falta de outras matérias, prende-se com a decisão governamental de acabar de vez com as escolas das aldeias, amontoando as crianças nas vilas sede de concelho.

Os argumentos utilizados por governo e alguns dos seus opositores, em particular os partidos à direita do espectro partidário, dariam uma bela antologia cómica, não estivéssemos a falar de um assunto da maior relevância para a qualidade de vida de milhares de crianças, das respectivas famílias e, sobretudo, para o futuro de muitas comunidades no interior deserto e desertificado do país.

Como sempre acontece nestes casos os contendores com maior influência junto dos fazedores de opinião mobilizam-se para fazer passar as respectivas mensagens e, nesse particular, os partidos do centrão governativo alargado conseguem sempre algum destaque nos OCS que lhes são mais afectos.

É nesse registo que se entende o editorial de hoje do DN, que volta a cumprir o seu fado de apoio ao governo. Desta vez vem-nos acenar com uma alegada orientação da OCDE para fechar escolas “sem meios, sem professores diferenciados, sem alunos, sem estímulos por parte das comunidades locais”, para justificar a opção pela construção de “centros escolares” onde serão amontoadas centenas de alunos, em vez de se investir no sentido oposto, que seria o de conceder meios, professores e outros profissionais diferenciados, alunos e estímulos, a um maior número de pequenas escolas, mesmo que em alguns casos houvesse necessidade de agrupar duas ou três escolas mais pequenas de aldeias vizinhas.

A discussão a que assistimos entre o Estado central e o Estado autárquico utiliza os argumentos errados. A questão não está em saber quem deve pagar o gasóleo dos transportes escolares.

Afirmar, como a ANMP, que as autarquias “não têm condições” para pagar do próprio bolso os encargos adicionais com o transporte de alunos transferidos das escolas do 1.º ciclo agora fechadas, ou como Francisco Lopes presidente da CM Lamego, agora, ofereceram 300 euros anuais por aluno, que não aceitámos, porque são cerca de 20% dos 600 mil que contamos gastar com os transportes, é aceitar o princípio errado de que os centros escolares, com centenas de alunos, são melhores e acrescentam qualidade de ensino em relação à dimensão mais humanizada de pequenas escolas dispersas pelo território, desde que nelas haja investimento em infraestruturas e profissionais qualificados.

O que está em causa é saber se o dinheiro que o ME vai poupar num investimento na melhoria de condições das pequenas escolas das aldeias, que não chegou a fazer, será mais bem empregue em transportes escolares. Para já agradecerão as distribuidoras de combustíveis. Daqui a algum tempo veremos que mais beneficiará com o disparate.

Opiniões vs factos

18 Domingo Jul 2010

Posted by fjsantos in hipocrisia, políticas públicas

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Combate político, propaganda

Ontem escrevi um post comentando o programa Plano Inclinado e a forma como Rosário Gama não soube, ou não quis, dizer aos comentadores residentes que as afirmações que fazem sobre a escola pública são erradas e não passam de propaganda arrivista, ao serviço de uma agenda privatizadora do ensino.

Paulo Guinote, o zeloso guardião dos professores contra o perigo do comunismo, decidiu classificar o que escrevi como «absolutamente vergonhoso [com] ranço no ataque pessoal».

Paulo Guinote, não só como o mais mediático “profbloguer” luso, mas também como cidadão do Portugal de Abril, tem direito a ter opinião e a expressá-la. Convém, no entanto, que quando acusa alguém de cometer actos vergonhosos e rançosos no ataque a outrém, apresente os factos em que baseia a sua opinião.

Eu vi o programa em causa. Não sei se Paulo Guinote o viu, embora ele afirme que o tem gravado (se calhar ainda não teve tempo de ver).

Se Paulo Guinote não viu ainda o programa, a acusação que me fez é infundada, injusta e revela uma falta de honestidade a toda a prova. Se já viu o programa, terá reparado (como eu e todos os espectadores) que foram produzidas afirmações gravíssimas pelos comentadores residentes e que Rosário Gama nem sequer as contestou.

Cito de memória algumas pérolas:

Sobre direcção das escolas

  • Medina Carreira afirmou que não deve haver democracia na gestão das escolas. Os directores existem porque é preciso “haver quem mande” e “uma cara para saber a quem pedir responsabilidades”;
  • Nuno Crato afirmou que a qualidade da direcção de uma escola se mede pela ausência de barulho nos corredores e pela forma como [os funcionários] interpelam os visitantes;
  • Nenhum dos dois admite a possibilidade de não haver uma direcção unipessoal.
  • Rosário Gama foi incapaz de contrapor a esta visão autoritária e antidemocrática, os valores da liberdade, da democracia e da qualificação profissional dos professores como parte imprescindível no governo da escola.

Sobre negociação de políticas educativas

  • Medina Carreira afirmou que os ministros não têm que negociar nada. Têm que chegar ao ministério e aplicar a “sua reforma”, desde os programas, à avaliação dos professores, ao estatuto dos alunos.
  • Rosário Gama perdeu a oportunidade para explicar a Medina Carreira que essa foi a forma de actuar de Maria de Lurdes Rodrigues, Jorge Pedreira e Valter Lemos, superiormente comandados por José Sócrates, Teixeira dos Santos, Pedro Silva Pereira e Augusto Santos Silva, com os resultados sobejamente conhecidos por todos os professores e pela generalidade dos portugueses.

Sobre cumprimento dos deveres profissionais dos professores

  • Nuno Crato afirmou que, ao contrário do que acontecia antes, quando os alunos tinham “uma balda” e festejavam porque esse era um acontecimento raro, agora os alunos desejam ter professores exigentes e cumpridores, porque o normal é os professores faltarem e as aulas serem uma balda.
  • Rosário Gama ficou muda e queda e, com o seu silêncio, admitiu que a generalização feita por Nuno Crato é correcta, permitindo que mais uma vez passasse a mensagem de que os professores portugueses faltam muito e não ensinam nada.

Estes são apenas alguns dos factos, constatáveis por quem viu ou quiser dar-se ao trabalho de ver o referido programa.

Denunciar os ataques que os comentadores residentes fazem contra os professores das escolas públicas e chamar a atenção para o facto de uma “líder” dos professores ter deixado passar tais ataques em claro, só poderá ser classificado como ataque pessoal por quem se revê no discurso que é produzido naquele programa e por aqueles comentadores.

Sob a capa de “técnicos”, “especialistas” e agora de “pensadores do meu país” como os apelidou Mário Crespo, estes senhores fazem política, defendem uma visão do país e perseguem uma agenda que tem claros contornos partidários no espectro mais à direita do panorama político nacional.

Denunciá-lo é um dever de cidadania e não um ataque pessoal a quem quer que seja.

Quanto aos outros indivíduos que, de forma mais ou menos provocatória, comentaram o que escrevi sem o ter lido ou, tendo lido, sem o perceber, não merecem mais do que um sorriso complacente, esperando que um dia vejam mais do que o “prato do dia” que lhes põem à frente.

Debate extemporâneo ou, de como criar a ideia de uma inevitabilidade nacional

29 Quarta-feira Jul 2009

Posted by fjsantos in "puxa-saquismo"

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propaganda, publicidade enganosa

O debate que a SIC promoveu ontem, entre os candidatos do PS e do PSD à câmara de Lisboa não serviu, aparentemente, para nada.

Quando digo “aparentemente” é porque estou convencido que, na verdade, aquele programa serviu o objectivo, não enunciado, que presidiu à sua realização – promover e vincar no eleitorado a ideia de um confronto esquerda/direita, polarizado nos dois partidos do centrão.

Nem A.Costa nem S.Lopes estavam muito interessados em “ganhar a câmara” no debate de ontem. Evidentemente que ambos tinham que evitar gaffes comprometedoras. Mas o objectivo do programa era vincar a ideia de que no país mediático e político apenas existem as alternativas corporizadas pelo PS ou pelo PSD. E isso é de uma importância vital para promover a bipolarização nas eleições legislativas.

Não deixa de ser curioso que a eleições que se vão realizar mais tarde tenham tido honras de abertura do debate político-eleitoral. No entanto, basta olharmos com um pouco mais de atenção, percebe-se o alcance da coisa.

A poucos dias de se entrar na pré-campanha para as legislativas, com entrevistas consecutivas aos líderes dos partidos concorrentes às eleições (em que todas as vozes terão que ser ouvidas), a que se seguirão debates com a presença dos dirigentes de todos os partidos, era fundamental deixar uma última mensagem de que só vale a pena escolher entre PS e PSD (porque só eles contam para governar).

Não podendo fazer um único frente a frente com Pinto de Sousa e Manuela Ferreira Leite, a SIC colocou no ar os putativos números dois de ambos os partidos, sob a capa das eleições para Lisboa. Não o fez por acaso.

Em Lisboa, as candidaturas de PS e PSD apresentam-se como polarizadoras dos votos alegadamente da esquerda e da direita, que as direcções dos respectivos partidos gostariam que tivessem tradução no voto popular de dia 27 de Setembro.

Aliás, numa operação de pesca à linha em tudo semelhante à que A.Costa protagonizou com o “acordo coligatório” que deu o 2º lugar a Helena Roseta e a cooptação de Sá Fernandes, também o PS nacional lançou as redes à “esquerda” pescando uma actriz e um antropólogo gay, que antes de terem convicções de esquerda e preocupações de solidariedade social, estão preocupados com os seus umbiguinhos. Pelo caminho, o PS ainda tentou “iscar” uma psicóloga que assina com três nomes, mas que parece ter mais convicções do que os outros dois.

Tudo o que iremos assistir nos próximos meses, em termos de fabricação da opinião pública, estará balizado pelo objectivo de excluir do debate e do acesso ao poder os partidos que possam obrigar o PS a inflectir à esquerda, assumindo a responsabilidade de cumprir os desígnios dos seus fundadores.

Para os interesses instalados, para os detentores do capital e para o lúmpen que vegeta à volta desses interesses (comentadores, jornalistas, funcionários e carreiristas do aparelho) é fundamental que o centrão não se desfaça.

Compete aos cidadãos, que estão fartos do desgoverno dos últimos 30 anos, dar voz às política alternativas, votando em consciência e de forma útil para correr com o parasitismo e a corrupção, que se foram instalando no país por acção de PS e PSD.

O governo PS, a campanha eleitoral e a quadratura do círculo

21 Domingo Jun 2009

Posted by fjsantos in a mim não me enganas tu

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cosmética, eleições, propaganda

Depois do sucedido no dia 7 de Junho é pacífico, para qualquer português medianamente informado, que o PS construído e governado por Pinto de Sousa se encontra em maus lençóis.

Quando se olha para a história do PS da última década pode perceber-se que a frustração da quase maioria absoluta falhada por Guterres, que conduziu ao episódio do queijo limiano, foi a janela de oportunidade que permitiu que uma pessoa, com a esperteza e determinação que se reconhece ao actual secretário geral, tivesse metido o que restava da alma socialista no fundo do baú, aproveitando para meter no bolso a quase totalidade do que se convencionou chamar a ala esquerda do partido.

Foi este o caldo de cultura que permitiu que sob a bandeira do “socialismo democrático”, e da 3ª via já em falência no seu país de origem, Pinto de Sousa tivesse ganho, primeiro o partido e depois o país.

Uma vez chegado ao poder o “novo homem socialista” assumiu em definitivo a pele do líder determinado, por oposição à do homem dialogante e “indeciso” que tinha sido colada a Guterres. Claro que Pinto de Sousa sabia (e sabe) que o português “profundo” é também o português suave, mas que gosta de ter alguém que mande. Basta ler os manuais de história de Portugal e ver quem foram os líderes que deixaram marca e “obra feita”. E qual o seu perfil psicológico, desde o Marquês até Cavaco, passando pelo inevitável tio António de Stª Comba – autoritário, determinado e inflexível.

Dentro deste quadro como olhar o homem que nos faz regressar, quatro anos depois, às Novas Fronteiras? O que se pode esperar que aconteça daqui até Setembro? Como poderão reagir os portugueses ao discurso, que podendo parecer novo na forma, será necessariamente velho e repetitivo no conteúdo?

Tomando como exemplo as políticas educativas, que são o assunto principal deste blogue, parece-me que a primeira coisa a fazer é descodificar o ruído que ainda possa ser feito a partir da 5 de Outubro.

Nesta altura do ano, e com as matérias ainda em agenda, não será fácil esconder toda a equipa do ME. Mesmo que Pinto de Sousa decida colocar a ministra atrás de um biombo (ou mandá-la de férias prolongadas mais cedo), haverá sempre necessidade de tomar algumas decisões relativamente a matérias tão explosivas como a da avaliação/classificação dos professores.

Tomando como boa a ideia de que a educação deixou de ser uma prioridade de campanha para o PS, que sob a batuta de Vitorino tentará produzir um relatório de auto-avaliação pouco menos do que excepcional, a verdade é que a educação continua a ser uma prioridade para o desenvolvimento do país.

Cabe aos professores, e aos partidos que querem propor uma alternativa de políticas e de governo, manter a educação, a escola pública e os seus problemas na agenda mediática e política.

É por isso que importa ir registando, e denunciando, as contradições entre forma e conteúdo no discurso dos responsáveis rosinhas. Como, por exemplo, as seguintes afirmações:

  • de Pinto de Sousa dizendo que está muito satisfeito com o trabalho realizado nestes quatro anos, conseguindo não elevar o tom de voz nem apontar o dedo em riste;
  • de Pinto de Sousa dizendo que está arrependido de ter “aplicado” uma avaliação demasiado exigente aos professores, quando sabe que de exigente e formativa ela nada teve nem tem;
  • de Maria de Lurdes Rodrigues afirmando que pode “retornar” à avaliação complex, ao mesmo tempo que pede a uma comissão científica (que tem um mero poder consultivo) que tome a decisão política sobre qual a versão a aplicar nos próximos dois anos, por um governo que há-de sair das eleições gerais e depois de contados “os votozinhos”;

O que isto indicia é que a máquina eleitoral socialista está perante uma verdadeira quadratura do círculo. Na educação como nas restantes políticas. Por um lado precisa desesperadamente de convencer os votantes fiéis ao ideário de um PS que já não existe (que são cada vez em menor número)  de que não devem mudar de voto. Por outro precisa de convencer os nostálgicos do autoritarismo e do homem providencial de que nada de essencial vai mudar, depois de retirada a cosmética indispensável para ficar bem nas fotografias da campanha.

Os exemplos de alguns dos representates desta última categoria passeiam-se pelas televisões, pelas rádios e pelos jornais.

Ainda ontem João Marcelino, no DN, dava o mote: «Se este Governo deixar cair algumas das suas bandeiras, com a das escolas à cabeça (e ver-se-á o que sai do programa de Vitorino e da campanha que se seguirá ao texto), muito mais depressa perderá a confiança de quem nele ainda confia do que retomará o apoio de quem dele já se afastou.»

E hoje, em editorial do mesmo jornal, Alberto Gonçalves acrescentava: «A José Sócrates exige-se que mantenha a determinação e que seja coerente com aquilo que tem dito, em vez de ceder a interesses eleitoralistas como parece estar a acontecer nos últimos dias. Será congelar em três meses reformas e projectos pelos quais foram pedidos sacrifícios nos últimos quatro anos. Adiar decisões que são irreversíveis só contribuem para adiar o País.»

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