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Sofistas, Socráticos e Socratinos

26 Segunda-feira Maio 2008

Posted by fjsantos in cidadania

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antiguidade clássica, filosofia, pós-modernidade socratina

A matriz do pensamento ocidental é grega e, para a formação desta, a medicina desempenhou um papel incontornável.

Se por um lado os sofistas atribuíam às convenções humanas o fundamento de todas as desigualdades entre os homens, a medicina hipocrática forneceu a Sócrates (filho de uma parteira), Platão e também a Aristóteles (filho de um médico) alguns conceitos científicos, que cada um a seu modo utilizou de forma magistral.

Para os sofistas a natureza humana foi concebida de uma forma igualitária. “Bárbaros e gregos, temos todos a mesma natureza, em todos os aspectos”, afirmou o sofista Ateniense Antifonte (A Verdade). O fundamento das diferenças nacionais e das desigualdades entre os homens não radica na natureza, mas nas convenções sociais decorrentes de relações de domínio que os homens foram estabelecendo entre si.

Já para os socráticos (e na sua esteira para os socratinos), os conceitos da medicina de Hipócrates permitiram desenvolver uma filosofia completamente oposta.

O primeiro conceito foi o de que o homem é em grande parte produto das condições naturais em que nasce e se desenvolve. A ordem do Todo determina o estado de cada coisa singular, determinando-lhe a sua natureza.

O segundo foi o da harmonia global que reina entre todas as coisas. As enfermidades, para Hipócrates, não eram mais do que as consequências resultantes da alteração da ordem estabelecida.

O terceiro conceito essencial foi o da norma que devia, em cada caso, ser seguida para que o equilíbrio não se rompesse. A fim de manter o equilíbrio que permite a saúde, Dócles, na sua obra “Da Dieta”, estabeleceu um vasto conjunto de prescrições que cada um deve cumprir desde que acorda até que se deita.

A concepção da natureza humana foi assim definida de forma estática, para o equilíbrio da qual era necessária a manutenção de uma ordem estabelecida.

Com base nestes conceitos Sócrates, Platão e Aristóteles defenderam, cada um a seu modo, a diversidade da natureza intrínseca dos homens.

Platão dirigindo-se aos cidadãos escreveu: “Cidadãos, deveremos dizer-lhes segundo a nossa fábula, sois todos irmãos, e no entanto Deus vos constituiu de modo muito diferente. Alguns de vós têm o poder de comandar, e na composição destes ele fez entrar o ouro; daí o facto de terem também direito às maiores honras. Outros foram feitos de prata, para serem auxiliares. E outros ainda, que são os lavradores e os artesãos, foram feitos de cobre e ferro; e essas espécies geralmente se conservarão em seus filhos” (A República).

Aristóteles, na sua obra “Política”, demonstrou como as tendências, capacidades e aptidões humanas são definidas pela região de origem, sendo todavia de natureza desigual: “Desde o nascimento, alguns estão destinados a mandar e outros a serem mandados…”. O mesmo é dizer que uns quando nascem estão destinados a serem senhores, outros escravos (Politica).

Sócrates, o outro, continua hoje a aplicar estes ensinamentos, explicando ao povo que os predestinados têm um brilho próprio e, acima de tudo, não recebem lições de ninguém!

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