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Vários estudos biológicos demonstram que um sapo colocado num recipiente com a mesma água da sua lagoa fica estático durante todo o tempo em que aquecemos a água, mesmo que ela ferva. O sapo não reage ao aumento da temperatura (mudanças de ambiente) e morre quando a água ferve.
Inchado e feliz.
Por outro lado, outro sapo colocado nesse mesmo recipiente com a água já a ferver, salta imediatamente para fora. Meio chamuscado, mas vivo!
A persistência da nossa manutenção no euro torna-nos muito parecidos com o primeiro sapo e, aparentemente, também estamos prontos a morrer, miseráveis mas felizes.
Tudo porque nos dizem que está tudo muito bem, ou o que está mal vai passar, é só uma questão de tempo. Estamos à beira da morte mas ficamos a boiar, estáveis e apáticos, na água que aquece a cada minuto. Vamos acabar por morrer, exangues e felizes, sem percebermos o que se passa à nossa volta.
Há por aí muitos sapos a serem fervidos, que ainda acreditam que o fundamental é a obediência e não a coragem: “manda quem pode e obedece quem tem juízo” credor dixit.
Numa altura em que a única hipótese de sobrevivência dentro do euro dependeria da existência de uma federação solidária, que sabemos ser uma impossibilidade política, acreditar no papão da ruína associado ao regresso a uma moeda nacional é o mesmo que ficar dentro do caldeirão enquanto a água continua a aquecer.
Por mim estou pronto a saltar, mesmo que com isso parta uma perna ou esfole um braço.