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Liderança, Compromisso, Responsabilidade

24 Sexta-feira Jul 2009

Posted by fjsantos in educação, escola pública

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aprendizagem, Formação, reflexão

Acabo de chegar do Porto.

É uma cidade onde sempre “me senti em casa”. Fosse quando lá estudei, seja agora nas curtas e poucas visitas que fiz nos últimos anos.

Desta vez fui lá devido a um convite e um desafio do José Matias Alves, organizador de um dos muitos Cursos de Verão da Universidade Católica.

Foi um dia e meio de grande intensidade e de muita aprendizagem, quer pela extraordinária capacidade de comunicação dos conferencistas – Giovanna Barzanò e Antonio Bolívar -, quer pela enorme  qualidade dos comentários às suas conferências, a cargo de Maria do Carmo Clímaco e de Roberto Carneiro, quer ainda pelo interessantíssimo painel que teve a participação de José Maria Azevedo, José Matias Alves, Ana Rio e João Trigo e que foi moderado por Natércio Afonso.

No primeiro dia o tema central foi a Liderança, olhada à luz das Lógicas de Responsabilidade, tendo por base o estudo comparativo que Giovanna Barzanò realizou sobre os modos de reponsabilização e de prestação de contas das lideranças escolares em Inglaterra, Itália e Portugal.

Depois da conferência da manhã, o painel da tarde e o debate subsequente completaram um dia em que se afirmaram algumas ideias-chave, das quais achei mais significativas duas afirmações de JMAzevedo – Inspector Geral da Educação

  • A liderança deve ser entendida como a capacidade de dar sentido à escola (cada escola como uma entidade única, com um contexto, uma história, um projecto)
  • A Administração deve confiar sem abandonar (realizando um compromisso entre a pressão externa  da prestação de contas e a capacidade de auto-regulação profissional dos professores)

A conferência de hoje, a cargo de Antonio Bolívar e com os comentários de Roberto Carneiro, foi o complemento perfeito para os trabalhos de ontem.

O factor crítico identificado por A.Bolívar como o compromisso dos professores, embora não permita abandonar as preocupações com o controlo hierárquico que permite reduzir as incertezas, aponta claramente no sentido do que foram as palavras de JMAzevedo quanto à necessidade de se confiar nos professores, em vez de estes serem “os culpados de serviço”.

Esta pequena crónica não ficaria completa sem uma referência às magníficas intervenções de Roberto Carneiro. Confesso que nunca o tinha ouvido em intervenções deste tipo. E confesso que fiquei deslumbrado. Foi uma lição que não esquecerei e pela qual teria valido a pena a ida ao Porto, mesmo que fosse a única intervenção que eu tivesse ouvido.

O Professor Roberto Carneiro falou-nos da necessidade de termos líderes que saibam ser servidores, i.e., que sejam capazes de

  1. Ouvir o outro
  2. Entender os problemas e as necessidades do outro
  3. Transformar o outro
  4. Estar atento ao outro
  5. Inspirar o outro
  6. Sonhar e fazer sonhar o outro
  7. Intuir as coisas que vão acontecer
  8. Dar a orientação que crie confiança
  9. Comprometer-se com o crescimento do outro, em todas as dimensões
  10. Construir comunidades e criar riqueza social

Todo um programa que explica, de forma definitiva, porque falhou a perspectiva de Maria de Lurdes Rodrigues, Jorge Pedreira e Valter Lemos. Três pessoas que, porque eventualmente não conseguiram nunca um compromisso efectivo com o profissionalismo docente, só conseguem imaginar os professores como uns malandros e os maus da fita. No fundo, como diz a sabedoria popular, o bom julgador a si se julga.

Não fiquei para assistir ao painel que se realizou hoje à tarde. De facto, depois da apoteose que foi a lição magistral de Roberto Carneiro, não me seria possível ficar para ouvir o “pai dos pais” e o “presidente dos presidentes” (ou o “director dos directores”) a falarem sobre escolas e saída de labirintos. Seria o completo anti-climax.

Nota 1: a declaração de princípio enunciada por Roberto Carneiro, ao afirmar que a Escola não é um Mercado e que a Relação Pedagógica não é uma Relação Comercial, é algo de enorme importância que deve ficar para as actas.

Nota 2: penso que dentro de algum tempo o JMAlves disponibilizará no Scribd alguns dos textos das conferências, que recomendo vivamente a quem não teve a oportunidade de estar presente.

Quem está já a ganhar com a avaliação de professores?

07 Quarta-feira Maio 2008

Posted by fjsantos in avaliação, educação

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Formação, Negócio

Imagem do Palácio

O INA é um instituto público, com autonomia científica, administrativa, financeira (esta suspensa em 2003) e patrimonial. A sua lei orgânica, Decreto-Lei nº85/2007, de 29 de Março, estabelece-lhe como missão: “contribuir, através da formação, da investigação científica e da assessoria técnica, para a modernização da Administração Pública e para a actualização dos seus funcionários”

Visitando o sítio do INA na web podemos descobrir um conjunto vasto de acções de formação que, de acordo com a publicidade, pretendem modernizar a administração e actualizar os funcionários públicos.

Uma das formações disponíveis é sobre a Avaliação do Pessoal Docente e reza o seguinte:

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE
16 Horas de 12-05-2008 / 13-05-2008
09H00/18H00
Enquadramento:
Tendo o presente Governo definido como uma das metas prioritárias do seu programa a Reforma da Administração Pública, a avaliação do desempenho individual e das organizações públicas surge como elemento essencial desse objectivo.
No caso das escolas e dos professores, torna-se necessário entender a actual legislação e desenvolver os conceitos, ferramentas, mecanismos e processos que possibilitem a implementação eficaz da avaliação de desempenho dos docentes e contribua para o seu desenvolvimento e valorização profissional e pessoal.
Objectivos:
Analisar e discutir sobre a avaliação do desempenho, os seus contornos, suas vantagens e dificuldades.
Enquadrar a avaliação do desempenho dos docentes dentro dos contornos da presente legislação.
Treinar a montagem de um sistema de avaliação do desempenho, incluindo a definição de objectivos, de forma prática e clara, obedecendo aos requisitos definidos superiormente.
Analisar os vários níveis da avaliação do desempenho e o que pode diferenciar cada um desses níveis.
Debater sobre a objectividade num modelo de avaliação do desempenho.
Desenvolver um modelo de avaliação do desempenho que suporte o Estatuto da Carreira Docente e dê respostas concretas ao modelo proposto superiormente e que sirva de suporte ao desenvolvimento das competências necessárias ao sucesso na função.
Departamento:
Formação de Quadros Superiores
Destinatários:
Membros de Conselhos Executivos, Coordenadores, Docentes, bem como outras pessoas envolvidas no processo de avaliação do pessoal docente.
Formador(es):
Dr. Jorge Fatal Nogueira.
Nº máximo participantes: 25
Local: OEIRAS
Preço (privadas/públicas): 200€ / 200€
Metodologia:
Expositiva, debates e trabalhos de grupo . Construção de instrumentos em sala que se adaptem à realidade de cada escola.
Programa:
A Atitude e a mudança comportamental
Medir o quê e para quê
O desenvolvimento intra e interpessoal, presentes na performance do professor
Para Desenvolver há que gerir e para gerir há que medir – Medir o quê e como
Princípios orientadores dos diplomas que regulamentam a avaliação de desempenho
Princípios da avaliação de desempenho
Os mecanismos indispensáveis à aplicação do novo sistema de avaliação de desempenho do pessoal docente,
Planeamento das actividades de avaliação,
Fixação dos objectivos individuais,
Gestão por objectivos
O que são objectivos
Avaliação pelo exercício da actividade lectiva
As dimensões da avaliação do desempenho
a) Vertente profissional e ética;
b) Desenvolvimento do ensino e da aprendizagem;
c) Participação na escola e relação com a comunidade escolar;
d) Desenvolvimento e formação profissional ao longo da vida.
A interconexão entre objectivos, competências, atitudes, as 4 dimensões do Estatuto da Carreira Docente
A observação e as evidências
Periodicidade
Instrumentos de registo
Os intervenientes da avaliação e como cada uma das partes pode participar na avaliação global do professor
As dificuldades na medição
As competências e os modelos de gestão por competências
A interacção em sala e as várias funções do professor
Processo de avaliação
A auto-avaliação e os seus parâmetros
As diferenças de níveis de cada um dos parâmetros da avaliação
Instrumentos de avaliação
Fichas de avaliação
A entrevista de avaliação
A Preparação da entrevista de avaliação
A negociação da avaliação
O Acordo e o plano de desenvolvimento individual
Sistema de classificação
Entrevista de avaliação
Casos Especiais
Recomendações do Conselho Científico quanto à avaliação de professores.

Da leitura desta pérola pode constatar-se que o negócio vai de vento em popa. Em 16 horas (dezasseis) o superformador Dr. Jorge Fatal Nogueira abordará um programa extensivamente revolucionário com 38 itens, que vão da análise da Atitude e mudança comportamental, aos problemas da medição do quê e para quê, passando pelos princípios da avaliação do desempenho, análise dos diplomas que regulamentam a avaliação (supõe-se que também serão analisados os despachos e ofícios que alteram decretos e leis), a fixação de objectivos individuais, a gestão por objectivos, a interconexão entre objectivos, competências, atitudes e as 4 dimensões do Estatuto da Carreira Docente, e mais uma série incrível de assuntos.

Para levar a cabo tão grandiosa tarefa, o formador é possuidor de um vastíssimo currículo que, apenas por mera infelicidade, não contempla qualquer relação com a Escola ou com a investigação nas áreas da Administração Educacional, do Desenvolvimento do Currículo ou, por exemplo, da Formação de Professores. Mas isso é coisa de somenos, desde que os membros de Conselhos Executivos, Coordenadores, Docentes, bem como outras pessoas envolvidas no processo de avaliação do pessoal docente, passadas que estejam as dezasseis horas, possam exibir uma certificação do INA em como são “avaliadores encartados”.

Para que não haja dúvidas, aqui vai o currículo do formador:

Jorge Fatal Nogueira
* Licenciatura em Engenharia de Sistemas Decisionais (Faculdade de Engenharia de Sistemas de Lisboa, 1985).
* Pós-graduação em Marketing – Curso Aberto de Marketing para Executivos (Universidade Católica Portuguesa, 1995)
* MBA (Insead França, 2000).
* Director de projectos em várias organizações internacionais.
* Expert em Liderança e Gestão de Equipas, Gestão do Tempo, Motivação e Gestão da Mudança.
* Consultor e formador em diversas empresas internacionais.

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