A videntetaróloga “politóloga” Marina Costa Lobo, apesar de ser muito distraída, ou então uma mentirosa compulsiva, já percebeu que o tempo do coelho está a chegar ao fim e está na altura de procurar um porto seguro.
Vem isto a propósito da crónica publicada no Jornal de Negócios, com o título – Quem vai capitalizar com o descontentamento político? – , onde MCL aponta o PS como o possível grande beneficiado com o descontentamento da manifestação de 2 de março.
Para justificar o seu raciocínio MCL consegue encontrar virtudes que mais ninguém vê nas condutas passadas do PS e não se coíbe de mentir sobre a forma como o PCP se posiciona face ao movimento de indignação das massas populares.
Passou já mais do que tempo suficiente para que os habituais “caça-manifestantes” tivessem identificado a filiação partidária do jovenzinho que apareceu na FDUL com um coelho-na-forca.
Curiosamente, ou talvez por distração minha, não li em nenhum editorial dos jornais de referência, nem entre os bloguistas mais assanhados da direita (tipo blasfemos ou insurgentes), a mais leve referência ao mau gosto e radicalismo da insinuação do tal estudante.
Será que o moço é inimputável, ou será que fazia parte daqueles meninos que, segundo o prof. Marcelo, fizeram muito bem em se mobilizar para defender o 1º ministro?
Fica a dúvida, com a convicção de que se fosse um membro de uma qualquer juventude de um partido de esquerda, não faltariam os indignados do quilate de um José Manuel Fernandes, de uma Helena Matos, ou de tantos outros que não perdem uma oportunidade para atirar pedras a quem se opõe ao governo de vendidos ao capital.
O SE Franquelim Alves tem todas as condições para permitir um excelente estudo de caso, quiçá mesmo um verdadeiro caso de estudo.
Se de um lado temos a oposição a pedir a cabeça do SE e o corpo inteiro do ministro Álvaro, do outro temos o próprio 1º ministro mais o seu fiel pagem, licº Miguel Relvas, a certificarem a qualidade, probidade e inigualável dedicação ao serviço público de tão notável personagem.
Ao ouvir e ler tanta polémica, porque não gosto de me ficar por bitaites de ouvir dizer, procurei beber do fino e pus-me a pesquisar a informação disponível, incluindo a que deve ser da responsabilidade do próprio. E encontrei, de Franquelim Fernando Garcia Alves, dois currículos publicados na Internet: um no portal do governo, outro no site da Faculdade de Direito de Lisboa da Universidade Católica.
Ambos os portais me merecem inteira confiança institucional e não creio que os conteúdos ali publicados possam estar online sem uma verificação da informação veiculada.
Quando hoje (dia 7/2/2013) comparamos os dois currículos constatamos algumas pequenas diferenças entre eles e, desde logo, uma enorme diferença entre o que estava no portal do governo à data da posse e o que está hoje disponível.
É que, na sua 1ª versão, no portal do governo não constava a passagem de Franquelim Alves pela SLN, enquanto hoje já se pode ler um pequeno e notável parágrafo:
Sobre o mesmo assunto, no currículo apresentado na FDL-UC a discrepância surge relativamente à data, à omissão do grupo administrado e à função exercida:
Mas no resto, apesar de pequenas diferenças pouco significativas entre os dois documentos, o que é notável é a falta de clareza e a tentativa de mistificação de créditos curriculares, por omissão e manipulação da informação.
O caso da pertença à consultora Ernst & Young Portugal é exemplar, porque revela a incongruência em todo o seu esplendor.
Sendo que o senhor nasceu em em Novembro de 1954, quer tivesse entrado para a Ernst & Young Portugal em 1970, como diz o portal do governo, ou em 1971, como diz o da FDL-UC, ele só teria entre 15 e 16 anos. À data isso era natural e não configurava trabalho infantil, só que as funções a exercer seriam ao nível de contínuo ou, mais provavelmente, de paquete – o que de resto não desonra ninguém.
De resto, é no próprio currículo que está disponível na FDL-UC que se pode verificar que Franquelim Alves só se licenciou em 1978/79 e só é ROC em 1987, pelo que a sua eventual passagem pela Ernst & Young Portugal em 1970 ou 1971 nada teria a ver com expertise económica ou financeira.
Só que persiste um outro problema, que é o da criação da Ernst & Young Portugal. Esta empresa não pode ter sido criada em data anterior à da criação da empresa mãe – a Ernst & Young. E esta última só foi criada em 1989, resultando da fusão entre a Ernst & Whinney e a Arthur Young, como se pode verificar na página wiki da empresa: