(Re)Flexões

~ Defendendo a Cidadania

(Re)Flexões

Category Archives: mercado

Estudo do senado americano sobre a “indústria” da educação

09 Quinta-feira Ago 2012

Posted by fjsantos in escola privada, mercado, neo-liberalismo

≈ Deixe um comentário

Etiquetas

Combate político

Numa altura em que os nossos neolib de pacotilha, superiormente comandados pelo neocon de plantão no MEC, continuam o ataque à escola pública e tudo fazem para acarinhar a “excelência” da iniciativa privada na educação, é útil ler notícias sobre o que se passa com o modelo norte-americano dos for-profit colleges.

É que o estudo realizado pelo Health, Education, Labor and Pensions Committee, dirigido pelo senador democrata do Iowa Tom Harkin, aponta para coisas como “In this report, you will find overwhelming documentation of exorbitant tuition, aggressive recruiting practices, abysmal student outcomes, taxpayer dollars spent on marketing and profit, and regulatory evasion and manipulation,” Harkin said. “These practices are not the exception. They are the norm. They are systemic throughout the industry with very few individual exceptions.”

Reformas estruturais = entregar ao setor privado tudo o que possa ser lucrativo para o setor estatal

19 Quinta-feira Jul 2012

Posted by fjsantos in mercado, neo-liberalismo

≈ Deixe um comentário

Etiquetas

políticas públicas

A notícia só espantará os incautos e ingénuos:

Ajuda externa – Troika espera que CGD venda área da saúde ainda este mês

No corpo da notícia ficamos a saber que os prestamistas (que oficialmente são uns beneméritos que vieram salvar os portugueses da bancarrota) exigem que o banco público entregue a grupos privados dois dos ativos mais cobiçados pelo capital – os cinco hospitais do grupo HPP Saúde e as várias seguradoras que lhe pertencem.

O que isto significa é que troika e governo têm como missão entregar à “iniciativa privada” ativos detidos pelo banco de todos nós que, são geradores de lucros interessantes, retirando-lhe uma fonte de rendimento importante. Mais um negócio ruinoso para o Estado, que abdicará dos lucros que estes ativos estão neste momento a gerar para o banco público e que dentro em pouco irão encher os bolsos de mais uns quantos tubarões nacionais e estrangeiros.

Lixo, disse ela

06 Quarta-feira Jul 2011

Posted by fjsantos in irresponsabilidade, mercado, neo-liberalismo

≈ 5 comentários

Etiquetas

Combate político, Resistência

“Há uma probabilidade cada vez maior de Portugal não ser capaz de se financiar a taxas sustentáveis nos mercados de capitais no segundo semestre de 2013 e durante algum tempo depois disso”, indica o relatório assinado pelo vice-presidente Anthony Thomas [da Moody’s].

Há três meses (5 de Abril) o PCP realizou uma conferência de imprensa em que declarava «Ao contrário do que foi sendo dito, as chamadas medidas de austeridade impostas por PS e PSD em sucessivos PEC’s e no último Orçamento do Estado, longe de conterem o roubo em curso ou de acalmarem os “mercados”, são em si mesmas – designadamente pelo efeito recessivo que produzem – um factor de agravamento das taxas de juro cobradas, e do processo de chantagem e extorsão com que o grande capital está a confrontar o país. Hoje é o défice, amanhã é a recessão: a espiral especulativa nunca parará enquanto o chantageado ceder ao chantagista».

Três meses e uma eleição legislativa depois, numa altura em que economistas e dirigentes políticos do PS e do PSD já admitem publicamente a necessidade de Portugal vir a renegociar a dívida, são as próprias agências de rating que afirmam que a dívida portuguesa não é pagável «sublinhando o risco de o país precisar de um segundo empréstimo externo e de não conseguir cumprir as metas orçamentais do acordo com a troika».

Ainda há apenas dois dias, Carlos Carvalhas foi a voz a clamar no deserto, apesar de rodeado de uma assembleia de crentes no poder salvífico da austeridade e do sacrifício para o trabalho para conseguir aplacar a ira dos deuses mercados.

Reconhecendo que as agências de rating são insaciáveis porque o que preconizam é pôr mais crise em cima da crise, fica cada vez mais claro que isto não vai lá com petições, nem com “new deals”, mesmo quando subscritos por economistas e políticos de esquerda.

Entretanto ficamos a saber que o director da filial da escola de Chicago em Lisboa é um homem de fé e «acredita numa reviravolta nos mercados até ao fim do ano». Quando a ciência económica, com direito a horas de prime-time, está tão bem entregue não temos razões para temer. Estamos bem entregues.

A naturalização da anormalidade democrática e constitucional

07 Terça-feira Jun 2011

Posted by fjsantos in mercado, neo-liberalismo

≈ 2 comentários

Etiquetas

Combate político, Resistência

Adensam-se os sinais de que se prepara uma espécie de suspensão da democracia, devido a um alegado “estado de necessidade” em que vivemos.

  1. Começou ainda antes das eleições, quando o presidente da república fez um apelo explícito ao voto na troika nacional durante o dia de reflexão, através da sua comunicação ao país;
  2. Continuou ainda na noite eleitoral com um conhecido “doutor em leis” a sugerir que o presidente poderia declarar um “estado de emergência económica” de forma a ultrapassar eventuais inconstitucionalidades decorrentes da aplicação das exigências da troika estrangeira incluídas no MoU;
  3. Seguiu-se na segunda-feira a incumbência determinada pelo presidente da república ao vencedor das eleições, no sentido de acelerar a posse do governo correndo-se o risco de não respeitar o protocolo constitucional e os prazos legais, para que seja Passos Coelho a representar o país no próximo conselho europeu;
  4. Hoje Passos Coelho informou os mercados, através de uma entrevista a um jornal francês, que pretende criar uma entidade autónoma para fiscalizar a consolidação orçamental e vigiar as finanças das empresas em poder do Estado, das regiões e das cidades, naquilo que pode ser um outsorcing de competências constitucionalmente atribuídas ao governo e ao parlamento.

Tudo isto vem embrulhado num invólucro de “bom senso” e de “inevitabilidade” para solucionar a crise e a necessidade de financiamento do país, de forma a que em doses moderadamente anestesiantes os portugueses se habituem à ideia de que “é natural” suspender as injunções constitucionais, porque vivemos tempos “extraordinários”.

Os bonecreiros que dirigem esta rábula esperam, desta forma, que os portugueses se habituem a viver sem lei, alegando que a lei atrapalha a economia.

O princípio é exactamente o que foi desenhado há cinquenta anos por Milton Friedman e pelos seus discípulos do departamento de economia da escola de Chicago. Desde então a escola neoliberal tem vindo a espalhar a sua doutrina que visa repor a situação de ausência de lei que se vivia no velho oeste dos conquistadores e da corrida ao ouro.

Numa réplica económica das teorias darwinistas da sobrevivência das espécies, a ausência de regulação estatal garante as condições para a sobrevivência e expansão dos mais capazes e com maior iniciativa. Só os vencedores sobrevivem e os vencidos terão que se submeter.

O prémio desta vez não são pepitas de ouro ou imensos ranchos demarcados pelos próprios em território “selvagem”. Agora o prémio será a aquisição a preços de saldo das últimas empresas públicas rentáveis, em especial as que constituem monopólios naturais como a água e a energia, além do acesso ao controlo de bens e serviços essenciais como a saúde e a educação.

A cereja no topo deste bolo, oferecido às aves de rapina nacionais e internacionais, será a oferta de mão de obra tendencialmente tão barata e dependente como a existente nos países emergentes da Ásia, África e América Latina.

A menos que sejamos capazes de nos organizar para resistir.

Olhar para a Grécia hoje e recordar Ieltsin em 1993/94

30 Segunda-feira Maio 2011

Posted by fjsantos in democracia sob tutela, eleições, mercado, neo-liberalismo

≈ 4 comentários

Etiquetas

Combate político

O comissário europeu Olli Rehn ameaçou recentemente o governo grego de que ou cumpre o plano de estrangulamento dos salários e privatizações ao desbarato, ou não haverá mais nenhuma tranche do empréstimo acordado com os credores internacionais.

O governo grego possui uma maioria absoluta no parlamento, o que lhe permite passar a maior parte da legislação necessária ao cumprimento do acordo. No entanto, para ir tão longe como pretendem os vampiros da finança internacional, é preciso uma maioria mais ampla que inclua o maior partido da oposição. Uma vez que este não parece convencido a participar na dança o sr. comissário resolveu passar ao plano B, que consiste em fechar a torneira até que os gregos se disponham a suspender a democracia, de forma a entregarem definitivamente a economia nas mãos das corporações financeiras multinacionais.

O que se passou na Rússia, nos finais de 1993, tem algumas semelhanças. Nessa altura Ieltsin e o seu governo estavam apostados em aplicar a ortodoxia neoliberal recomendada pelos Chicago Boys, liderados pelo mediático Jeffrey Sachs. Quando o parlamento russo, democraticamente eleito num processo aclamado pelos Estados Unidos e pela União Europeia, resolveu cumprir e fazer cumprir a legalidade democrática, Ieltsin respondeu dissolvendo esse parlamento e suspendendo o processo de democratização com o aplauso e o financiamento dos governos ocidentais.

Foi nessas circunstâncias que a “ajuda” internacional foi libertada e em troca se aceleraram as privatização das empresas estatais, num processo de partilha entre alguns apparatchiks e os grandes grupos financeiros internacionais. Graças ao apoio logístico e financeiro destes novos oligarcas Ieltsin conseguiu vencer as eleições de 1994, e a partir daí avançar com a parte mais lucrativa do seu programa de aplicação da contra-revolução neoliberal: a venda, a preços de saldo, das empresas ligadas aos sectores essenciais da economia russa.

Para se ter uma ideia do roubo perpretado contra o povo russo basta dizer que a companhia petrolífera Yukos, que controla mais petróleo do que o Kuwait e rende mais de 3 mil milhões de dólares por ano, foi vendida por apenas 309 milhões de dólares. Mas há muitos mais exemplos como o de uma enorme fábrica de armas vendida por 3 milhões de dólares (o que equivale ao preço de uma casa de campo de luxo nos Estados Unidos) , ou o da venda da Norilsk Nickel que produzia 1/5 do níquel mundial, por apenas 170 milhões de dólares.

O que hoje acontece com os países periféricos da UE é muito mais do que um mero ataque especulativo contra o euro. Insere-se no plano meticulosamente preparado pelos homens da escola de Chicago, materializado no chamado “consenso de Washington” e executado sistematicamente desde a década de 70 començado nos países da América do Sul até ao coração da antiga União Soviética, passando pela China e pelos “tigres asiáticos”.

Em todos os países em que esse plano tem vindo a ser aplicado existe uma coisa em comum – a sua concretização só é viável através de um processo de anulação, ou pelo menos suspensão temporária da democracia. A anterior líder do PSD teve a ousadia de fazer essa proposta concreta, mas saiu derrotada. Agora, já sem a sua presença, a troika portuguesa recorre à troika externa para aplicar também esse conceito de suspensão dos direito democráticos. É o que se preparam para fazer a partir de dia 6 de Junho, propondo-se negociar entendimentos a três mesmo contra a vontade que os portugueses vierem a manifestar nas urnas.

Avaliação de desempenho docente e prestação de contas (I)

28 Segunda-feira Fev 2011

Posted by fjsantos in accountability, avaliação de desempenho, mercado, neo-liberalismo

≈ 1 Comentário

Etiquetas

debate, regulação da educação

A nova gestão pública é, em termos simplistas, a transposição para a administração do Estado dos princípios de gestão empresarial preconizados pela escola económica dominante, que se caracteriza pela aplicação de regras gestionárias estritas, numa óptica de minimização de risco e custos e de multiplicação de proveitos.

Para esta corrente de pensamento neoliberal as funções do Estado devem restringir-se ao mínimo possível, tendo como objectivo fundamental garantir a liberdade de cada indivíduo, empresa ou grupo empresarial obter o máximo de proveitos com o mínimo de riscos.

O Estado-mínimo, que todos os dias nos é vendido pelos economistas de serviço do mainstream, deve apenas preocupar-se em garantir os serviços de segurança, justiça e representação externa, sempre em benefício da iniciativa privada, evitando ao máximo a arrecadação de impostos que são vistos como um assalto ao património dos indivíduos.

Desse ponto de vista a provisão de um conjunto de serviços, que durante a segunda metade do séc. XX eram entendidos como sociais, deixou de fazer sentido por dois motivos: em primeiro lugar porque a sua provisão pelo Estado exige uma arrecadação maior de impostos, agravando o alegado “assalto” ao património individual (nomeadamente ao das classes média alta e alta); em segundo lugar porque a prestação desses serviços encerra um potencial económico não negligenciável, garantindo lucros interessantes nomeadamente no sector da saúde, educação e seguros (segurança social) aos detentores do capital.

Quando o governo Sócrates tomou posse, em 2005, ficaram criadas as condições políticas para a intensificação das práticas neoliberais de reconfiguração das funções do Estado e aplicação dos princípios da nova gestão pública em toda a sua extensão.

O ataque de que os professores portugueses tanto se queixam (com muita razão) não pode ser entendido isoladamente deste movimento de reconfiguração do Estado, que atinge todas as carreiras públicas. Da mesma forma não deve ser analisado isolando as suas diversas componentes, mas antes percebendo que desde as alterações ao modelo de gestão, até à redução de direitos consignados no estatuto profissional, passando pela prestação de contas implícita no modelo de ADD, tudo faz parte de um sistema integrado de alteração das relações entre o Estado, os professores e as comunidades em que se insere a escola.

É neste contexto que tem que se combater o modelo de ADD, procurando não deitar fora o bebé com a água do banho.

(continua)

 

Um alerta que continua actual

23 Quarta-feira Fev 2011

Posted by fjsantos in iniquidade, mercado, neo-liberalismo, privatização

≈ 1 Comentário

Etiquetas

Combate político, globalização

Liberalismo (neo), Propriedade Privada e Crise

28 Domingo Nov 2010

Posted by fjsantos in cidadania, liberalismo, mercado, neo-liberalismo

≈ 1 Comentário

Etiquetas

Combate político, leituras recomendadas, Resistência

Assisti ontem ao lançamento do livro «Pagadores de Crises», da autoria do jornalista José Goulão.

À medida que ia ouvindo as intervenções de Manuel Carvalho da Silva e de José Manuel Pureza, os dois convidados pelo autor para fazerem a apresentação da obra, vinham-me à memória vários dos capítulos da obra de António Avelãs Nunes, «As voltas que o mundo dá», dado à estampa em Agosto deste ano.

O livro de José Goulão debruça-se sobre a arqueologia e a genealogia do neoliberalismo, descrevendo o trajecto de um rio que, tendo a sua fonte na Escola Económica de Chicago com Milton Freedmanm, começou a ser visível no Chile de Pinochet e foi engrossando nos EUA de Reagan e no RU de Margaret Thatcher, até se espraiar pelo mundo ocidental.

A temática do livro de Avelãs Nunes é a mesma, usando eventualmente uma escrita mais académica e, como tal, um pouco mais densa. O autor começa por fazer uma revisão da literatura sobre a teoria económica descrevendo as raízes do estado burguês, analisando o estado de direito liberal e a emergência do estado social enquanto solução de compromisso para a manutenção do capitalismo, proposta por Keynes.

Em ambas as obras parece ser comum uma crítica forte à contra-revolução monetarista, iniciada na década de oitenta do século passado, com o declínio e implosão do bloco comunista e do pacto de Varsóvia, a emergência dos Chicago Boys cujos mentores foram Freedman e Hayek, a generalização do uso das novas tecnologias de informação e o ataque cada vez mais intenso aos direitos sociais e laborais, sustentado na diminuição dos direitos sindicais e na desvalorização dos sindicatos, enquanto parceiros na construção das políticas públicas.

No essencial a convergência entre as duas obras, que são de leitura imprescindível para quem esteja interessado em perceber os contornos da(s) crise(s) do capitalismo, radica na constatação de que os dirigentes políticos que têm governado os países ocidentais e, em particular, os que construíram a União Europeia tal como a conhecemos hoje, estão completamente enfeudados ao sacrossanto mercado, sacrificando tudo à liberdade suprema da circulação de capitais. E neste tudo inclui-se também a soberania nacional, uma vez que o capital deixou de ter pátria a partir do momento em que o mercado accionista passou a ser global e deixou de necessitar da intermediação da(s) banca(s) nacionais para especular em tempo real, em qualquer ponto do globo.

O que não deixa de ser curioso, para lá da tristeza que impõe, é que a destruição do estado social europeu tenha ficado a cargo dos partidos social-democratas e socialistas europeus que, fazendo a gestão social do capitalismo, criaram as condições para a aplicação das políticas da direita que supostamente deviam combater.

Tudo em nome da liberdade individual, do direito supremo da propriedade privada dos meios de produção (incluindo a propriedade intelectual), como se o conhecimento produzido pela humanidade, e os avanços tecnológicos que nos deslumbram e enriquecem, pudessem existir sem um longo caminho e inúmeros contributos de todos os seres humanos que nos precederam.

A(s) crise(s) que todos os dias nos entra(m) pela casa dentro, sendo uma das crises cíclicas do capitalismo, atinge(m) apenas o trabalho e continua a engordar o capital. A tal ponto que, para José Goulão, ela já se institucionalizou e podemos até pensar que passou a constituir um novo regime político.

Face a este estado de coisas torna-se necessária uma resposta consistente do campo democrático porque, como lembra Avelãs Nunes no final da sua obra:

«[…]as mudanças necessárias não acontecem só porque nós acreditamos que é possível um mundo melhor: o voluntarismo e as boas intenções nunca foram o motor da história. Essas mudanças hão-de verificar-se como resultado das leis de movimento das sociedades humanas. Mas os povos organizados podem acelerar o movimento da história e podem “fazer” a sua própria história, dispondo-se à luta para tornar o sonho realidade. E se o sonho comanda a vida, a utopia ajuda a fazer o caminho.»

Que tipo de professor és tu?

20 Segunda-feira Set 2010

Posted by fjsantos in acção pública, escola pública, mercado, neo-liberalismo

≈ Deixe um comentário

Etiquetas

Combate político, luta dos professores, Resistência

A pergunta é feita por Glenn Rikowski ao concluir um artigo em que analisa os efeitos do neoliberalismo e do managerialismo, sobre a profissionalidade docente.

De forma desassombrada, o professor da School of Education at the University of Northampton explica porque é que se torna indispensável que os professores consigam descontruir o senso comum associado à teoria e à prática neoliberal, conseguindo reforçar o profissionalismo docente e a sua capacidade de intervir nos sistemas educativos à escala global.

Teachers will become caught in the storm of capital. Their so-called ‘autonomy’ (as if anyone could have autonomy these days) is a fiction. They will increasingly become embroiled within the workings of capital. Real education must include, therefore, an understanding of these processes in order to terminate them. Otherwise ‘teacher professionals’ will continue to live out one of the Great Illusions of the Age: that they can be and are teacher professionals. That they can actually be what they think they are. With careful reworking of the notion of professionalism in line with the demands of capital, no doubt Governments the world over would be mightily relieved if as many teachers as possible share in this illusion.

Zipping back to the original question as posed by Gray and Denley (2006) in the Introduction, it appears that teachers are being trained to deliver Government policy. However, Gray and Denley do not have much of a social analysis of the foundations of this policy in their article. In effect, by going along with Government policy, teachers, no matter how benign, noble and ‘professional’ they perceive themselves to be, are also helping to deliver neoliberalism, the diktats of the New Managerialism and the law of value to our schools. By struggling against these trends teachers can uphold their dignity, honesty and integrity against the parasitic encroachments of capital.

Which kind of teacher are you?

Da irracionalidade pedagógica e organizacional à intencionalidade política

27 Domingo Jun 2010

Posted by fjsantos in administração educacional, ambiguidade, mercado, neo-liberalismo

≈ 4 comentários

Etiquetas

intencionalidade política, parque escolar, privatização da educação

O processo de reorganização da rede escolar em curso (PRREC), vulgo “Mega-Amontoar os Agrupamentos”, desencadeado pelo governo “socialista” de José Sócrates, que será continuado pelo governo “social-democrata” de Passos Coelho, tem sido denunciado pela Fenprof – organização sindical mais representativa dos professores -, mas também por muitos “profbloguers” como o Ricardo Montes, Mário Carneiro, Miguel Reis, Paulo Prudêncio, Miguel Pinto, Ramiro Marques, Paulo Guinote ou Matias Alves. Acredito que muitos outros professores, seja através da Internet, seja por outros meios, têm procurado contribuir para um debate que é urgente e do qual depende muito do que será a provisão do bem público educativo no nosso país.

O texto do Matias Alves, sem que este meu destaque signifique menor consideração pelos restantes nomeados, parece-me ser o que sintetiza e sistematiza de forma mais conseguida a crítica que se pode fazer ao projecto do governo, tanto no que se refere às questões de ordem pedagógica, como de ordem organizacional. Ainda assim penso que lhe falta um outro olhar (com a licença do Miguel Pinto) que é o da intencionalidade política da medida.

É que toda a argumentação que temos usado contra os mega-amontoados se situa no plano pedagógico e faz algumas incursões pelo plano da administração e da gestão das organizações. Quando me parece que temos que introduzir a análise política, em busca de uma intencionalidade ideológica por trás desta decisão política.

Sabemos que o cânone neoliberal aponta para uma redução das funções do Estado às dimensões de representação, segurança e justiça. Sabemos que, na actual conjuntura, as funções sociais do Estado, nomeadamente a Saúde e a Educação, são encaradas pelas elites políticas como bens potencialmente transacionáveis. Conhecemos as parcerias público/privadas que floresceram nos últimos anos na área da Saúde. Ouvimos falar, no campo educativo, na crescente influência que a “Parque Escolar” tem na gestão do património edificado do ME.

A Parque Escolar, E.P.E., tem como missão a modernização do Parque Público Escolar, visando a oferta de um sistema educativo de instalações escolares com condições de funcionalidade, conforto, segurança, salubridade e adaptado às novas tecnologias garantindo a sua durabilidade e sustentabilidade no tempo.
A empresa tem ainda como objectivo principal o planeamento, gestão, desenvolvimento e execução do programa de modernização e manutenção da rede pública de escolas secundárias e outras afectas ao Ministério da Educação.
Incluem-se ainda no objecto da Parque Escolar, E. P. E.:
  • Manter actualizado o cadastro, bem como o registo e diagnóstico do estado de conservação das escolas e demais património que lhe seja afecto;
  • Conceber, desenvolver e gerir unidades de negócio destinadas a potenciar receitas de exploração das escolas secundárias e a valorizar o património afecto ao Ministério da Educação;
  • Assegurar a participação e colaboração com outras instituições nacionais e internacionais no âmbito das suas competências;
  • Promover a comunicação e o apoio ao utente, na perspectiva de satisfação do serviço público escolar.
É à luz destes dados que me parece que a resolução 44/2010 não tem nada de irracional e tem tudo de intencional.
Do meu ponto de vista o que está em causa é mega-amontoar para, num primeiro momento, entregar todo o edificado escolar a uma empresa que tem por objectivo promover o apoio ao utente, na perspectiva de satisfação do serviço público escolar.
A segunda fase será concretizada a médio prazo (eventualmente depois da revisão constitucional de Pedro Passos Coelho, que eliminará a obrigação do Estado prover a educação universal e tendencialmente gratuita), quando ficar provado que o Estado “não tem vocação para educar os portugueses” e, consequentemente, a Parque Escolar começar a vender aos privados o património edificado que agora lhe está a ser entregue de mão beijada.
Nessa altura, como as leis da oferta e da procura ditarão a regulação do mercado, os mega-amontoados agora instituídos serão vendidos a retalho, em nome da necessidade de valorização desse mesmo património e respondendo aos interesses dos privados, que não quererão comprar gato por lebre.
← Older posts
Correio Electrónico!

25A – SEMPRE

Março 2023
S T Q Q S S D
 12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031  
« Abr    

Artigos Recentes

  • da ignorância atrevida, da demagogia com cobertura mediática e da não ingerência na soberania de outros povos
  • do presidente-monarca
  • da democracia nos partidos
  • do “andar a dormir” e do tratamento desigual dispensado pela comunicação social
  • da escola como ocupação do tempo dos jovens

Comentários Recentes

Professsora em do tempo e forma das negociaçõ…
fjsantos em do tempo e forma das negociaçõ…
Professsora em do tempo e forma das negociaçõ…
Mina em Nuno Crato anunciou nova alter…
fjsantos em O PS e a unidade da esque…

Arquivos

  • Abril 2016
  • Março 2016
  • Fevereiro 2016
  • Janeiro 2016
  • Dezembro 2015
  • Novembro 2015
  • Outubro 2015
  • Outubro 2013
  • Julho 2013
  • Junho 2013
  • Maio 2013
  • Abril 2013
  • Março 2013
  • Fevereiro 2013
  • Janeiro 2013
  • Dezembro 2012
  • Novembro 2012
  • Outubro 2012
  • Setembro 2012
  • Agosto 2012
  • Julho 2012
  • Junho 2012
  • Maio 2012
  • Abril 2012
  • Março 2012
  • Fevereiro 2012
  • Janeiro 2012
  • Dezembro 2011
  • Novembro 2011
  • Outubro 2011
  • Setembro 2011
  • Agosto 2011
  • Julho 2011
  • Junho 2011
  • Maio 2011
  • Abril 2011
  • Março 2011
  • Fevereiro 2011
  • Janeiro 2011
  • Dezembro 2010
  • Novembro 2010
  • Outubro 2010
  • Setembro 2010
  • Agosto 2010
  • Julho 2010
  • Junho 2010
  • Maio 2010
  • Abril 2010
  • Março 2010
  • Fevereiro 2010
  • Janeiro 2010
  • Dezembro 2009
  • Novembro 2009
  • Outubro 2009
  • Setembro 2009
  • Agosto 2009
  • Julho 2009
  • Junho 2009
  • Maio 2009
  • Abril 2009
  • Março 2009
  • Fevereiro 2009
  • Janeiro 2009
  • Dezembro 2008
  • Novembro 2008
  • Outubro 2008
  • Setembro 2008
  • Agosto 2008
  • Julho 2008
  • Junho 2008
  • Maio 2008
  • Abril 2008
  • Março 2008
  • Fevereiro 2008
  • Janeiro 2008
  • Dezembro 2007
  • Novembro 2007
  • Outubro 2007
  • Setembro 2007
  • Agosto 2007
  • Julho 2007

Twitter Updates

    follow me on Twitter

    Twingly BlogRank

    Twingly BlogRank

    Indique o seu endereço de email para subscrever este blog e receber notificações de novos posts por email.

    Junte-se a 1.841 outros subscritores

    Site no WordPress.com.

    Privacy & Cookies: This site uses cookies. By continuing to use this website, you agree to their use.
    To find out more, including how to control cookies, see here: Cookie Policy
    • Seguir A seguir
      • (Re)Flexões
      • Junte-se a 34 outros seguidores
      • Already have a WordPress.com account? Log in now.
      • (Re)Flexões
      • Personalizar
      • Seguir A seguir
      • Registar
      • Iniciar sessão
      • Denunciar este conteúdo
      • Ver Site no Leitor
      • Manage subscriptions
      • Minimizar esta barra
     

    A carregar comentários...