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Category Archives: líder forte

do presidente-monarca

11 Sexta-feira Mar 2016

Posted by fjsantos in coreografias, líder forte

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Combate político, Estratégia

Daqui a cinco anos poderemos confirmar se a Marcelo se poderá aplicar o cognome de “presidente-sol”, qual Luís XIV deste Portugal do séc. XXI.

Para já, tudo o que temos é um novo estilo que procura romper com o passado recente, ao mesmo tempo que tenta recuperar os traços de proximidade e popularidade que marcaram a presidência de Soares, nomeadamente no primeiro mandato, e o aproximaram da figura “paternal” dos monarcas mais condescendentes e amados pelo povo.

Se todo o longo processo de construção de imagem, com mais de uma década de “conversas em família” semanais, foi aprofundado na pré-campanha e na campanha eleitoral, as festividades da entronização (estendidas por três dias) são um exercício perfeito que completa o retrato.

Desde o corte radical com a imagem de Cavaco, a que não faltou um elogio sarcástico e assassino, até ao simbolismo do anúncio das primeiras visitas presidenciais, tudo foi “cenarizado” ao milímetro.

Marcelo conhece muito bem o povo português e a massa de que é feita a maioria. Sabe como gostamos de ver exaltados os “feitos” do povo, sempre representado pelos “heróis” provindos de linhagem certificada. Por isso destacou no seu discurso o “milagre” de Ourique, a par da saga dos descobrimentos e das alusões ao V império pessoano.

Marcelo, querendo ficar na História como um presidente-rei amado pelo povo, sabe que precisa de apagar as suas origens partidárias (que não ideológicas), porque os reis não se filiam em partidos. Por isso, no seu discurso procurou ser abrangente e equidistante no que diz respeito às questões concretas do quotidiano político, mas não foi capaz de evitar o seu comprometimento com a europa, o euro e a nato.

Marcelo, assumindo em pleno a sua função de primeiro magistrado e representante do Estado, quis fixar simbolicamente as suas prioridades internacionais. Não por acaso, mas curiosamente respeitando o simbolismo do percurso, Marcelo fará a sua primeira viagem a Roma, onde confirmará a relação privilegiada dele e de Portugal com a ICAR. E no regresso à pátria cumprimentará o monarca espanhol, agora legitimado pelo reconhecimento papal. Só depois viajará para países “terceiros” começando, também simbolicamente, pela “sua” CPLP (Moçambique onde, durante o mandato do seu pai como governador-geral do colonialismo, foi feliz na juventude).

Marcelo, querendo consolidar a figura paternal e de proximidade , decidiu dar “circo” ao povo e ofereceu um concerto musical à população da capital, ao qual assistiu rodeado por criancinhas, de boné e manta nas pernas, assumindo a figura do avô simpático e carinhoso.

Marcelo, querendo mostrar uma visão abrangente do país, conclui as festividades ao terceiro dia com um simbólico reconhecimento do baronato do norte, inaugurando uma exposição sobre uma figura consensual da mui leal, sempre nobre e invicta cidade, a que se seguirá mais música de cariz popular e urbano.

Tudo isto é legítimo, tudo isto é popular (eventualmente popularucho, mas isso são outros quinhentos) e tudo isto é infinitamente melhor do que a distância, a teimosia e a arrogância de Cavaco. Mas nada disto é destituído do perigo de um unanimismo que poderia conduzir-nos à aceitação de um Marcelo absoluto, capaz de “resolver” com bonomia os problemas do povo, mas resvalando para os tiques do “estado-sou-eu” porque alegadamente os resolve.

Gestão das Escolas – mais um pequeno contributo para o debate

03 Domingo Fev 2008

Posted by fjsantos in gestão escolar, líder forte, liderança

≈ 1 Comentário

Ainda dentro do prazo reservado à apreciação pública do projecto de alteração da administração e gestão das escolas públicas parece-me útil convocar a opinião de uma voz respeitada na investigação sobre a escola.

De acordo com a opinião de Thomas Sergiovanni haverá pelo menos dois aspectos claramente desajustados na proposta em discussão, a saber:

1. Quanto mais pequenas as escolas mais parecidas ficarão com o conceito de família. No entanto, na sua proposta de decreto-lei o governo reserva-se, no art. 7º, a possibilidade de “constituir unidades administrativas de maior dimensão por agregação de agrupamentos”;

2. A liderança não depende da atribuição de uma autoridade hierárquica, pelo que se torna necessário desenvolver teorias sobre a liderança escolar que sejam distintas das usadas na gestão empresarial.

«Seria difícil imaginar exércitos eficazes, sociedades de capi­tais, instituições de pesquisa, hospitais e bibliotecas a funcionar sem objectivos formais, linhas objectivas de autoridade, gestão competente e eficiente e sistemas de responsabilidade rentáveis. No entanto, por muito que se prezem as associações institucionais na nossa sociedade, as associações civis também são importantes.

As escolas não são exemplos claros de nenhum dos dois tipos de associações. Contudo, muitos de nós, provavelmente, concordariam que estão mais perto do lado civil do continuum. Quanto mais pe­quenas, mais parecidas ficam com famílias. De forma semelhante, quanto mais bem sucedidas as escolas estejam a tornar-se o tipo de comunidades de aprendizagem que queremos que elas sejam, mais perto ficam do lado civil do continuum.

Na sua grande maioria, o conjunto de obras sobre administração educacional é paralela ao conjunto de obras da administração em­presarial. Os modelos utilizados para pensar em assuntos, planos de mudança, preparação de líderes escolares e avaliação da eficácia escolar foram delineados originalmente para as associações institu­cionais. Se as escolas são, de facto, mais como as associações civis do que as institucionais, então estamos a usar as teorias erradas. Se é este realmente o caso, temos de desenvolver um novo tipo de lide­rança especificamente para as escolas. A minha esperança é que esta obra contribua para esta diligência.

Aceitemos a ideia de que as escolas são, em primeiro lugar e acima de tudo, associações civis e por isso devem assemelhar-se mais às famílias do que as empresariais.»

Sergiovanni, Thomas J. (2004), Novos Caminhos para a Liderança Escolar, Porto, Asa Editores

De resto, como também refere Gareth Morgan nas suas «Imagens da Organização»: “A autoridade só é eficaz, na medida em que é legitimada pelos níveis inferiores da hierarquia da organização. O que significa que uma parcela do poder, que corresponde à legitimação da autoridade, pertence à base da pirâmide organizacional.”

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