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~ Defendendo a Cidadania

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Category Archives: injustiças

Quotas na avaliação – a negação da justiça

11 Quinta-feira Ago 2011

Posted by fjsantos in administração educacional, classificação, injustiças

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ADD, sindicalismo docente

Ao que tudo indica, a proposta que Nuno Crato se obrigou a entregar amanhã aos sindicatos de professores manterá a imposição de quotas para a atribuição das classificações mais altas. Sendo certo que esse é um mecanismo que decorre da transposição dos princípios do SIADAP a toda a função pública, não deixa de ser verdade que é imposto como um instrumento de injustiça para todos quantos tenham desempenhos de grande relevo para a aprendizagem dos alunos e para o bom funcionamento da escola e, mesmo assim, não possam obter o reconhecimento desse trabalho por força de uma decisão que nega todos os critérios com que é feita a avaliação.

Não tendo a intenção de ser exaustivo, a leitura do estudo de Marlene Isoré [1, 2, 3, 4] mostra-nos que apesar da diversidade de concepções e modelos de avaliação de professores existentes nos países da OCDE, Portugal é o único em que se aplica a ideia peregrina de impedir a atribuição das classificações mais elevadas a todos os professores que o mereçam, apenas porque os decisores políticos acham que é obrigatório seguir a curva de Gauss no processo de classificação do desempenho dos docentes de cada escola.

Não sendo este o único aspecto errado nas concepções presentes sobre a ADD, trata-se de um mecanismo que impedirá qualquer consenso alargado entre o ministério e a maioria dos professores. É natural que, nestas circunstâncias, as negociações que começarão amanhã fiquem desde logo perturbadas com a manutenção das quotas, e será difícil que algum sindicato que esteja no processo para defender a justiça e os direitos dos professores aceite a sua imposição por parte do ministro.

Multinacionais contra os interesses das classes trabalhadoras

26 Segunda-feira Jul 2010

Posted by fjsantos in iniquidade, injustiças

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globalização capitalista

John Pilger fez este documentário, que pode ser visto no youtube, que demonstra como os capitalistas de todos os países usam o seu poder junto da comunicação social para controlar a agenda mediática e, a partir desse controlo, manipular as massas populares pouco habituadas a usar um espírito crítico na análise do seu quotidiano.

Pode ver as restantes partes do documentário aqui:

P.2 – P.3 – P.4 – P.5 – P.6 – P7 – P8 – P.9


Poeira para os olhos

10 Terça-feira Nov 2009

Posted by fjsantos in absurdos, injustiças

≈ 6 comentários

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quotidiano delirante, sombras chinesas

Vergonha.

É esse o sentimento que me assalta, quando leio e oiço as notícias sobre mais uma campanha negra um escândalo em que o nome de Pinto de Sousa volta a ser pronunciado.

Vergonha e impotência, face ao monstruoso jogo de sombras chinesas com que as mais altas instâncias da justiça portuguesa envolvem a (des)informação sobre o que pode ter-se passado.

Ao ler a notícia do Expresso Online, e confrontando-a com as declarações do Sr. Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e do Sr. Procurador Geral da República, a metáfora que me ocorre é a de “Matrix”.

Para quem não viu o filme original, e as suas sequelas, “Matrix” é um programa informático que cria e gera um mundo virtual, destinado a controlar os humanos, fazendo-os acreditar que vivem num mundo “normal”, quando as suas existências apenas se destinam a garantir a energia necessária ao funcionamento das máquinas que os governam.

Qual “Matrix”, os portugueses estão mergulhados num quotidiano delirante(*) em que não se sabe se os criminosos são os que combinam, ao telefone, esquemas engenhosos para defraudar o erário público,  ou se são as autoridades que interceptam essas conversas.

Revolta.

É o outro sentimento que fica. Sobretudo quando se percebe que existem fugas de informação selectivas, destinadas a introduzir entropia no trabalho dos investigadores.

Porque, a ser verdade o que transparece na comunicação social, os operacionais no terreno souberam, durante vários meses, desenvolver uma investigação eficiente, sem que houvesse a mais pequena fuga de informação (só assim poderiam ter visto, ouvido e registado tudo o que se sabe, para além do que não se sabe).

E é quando a informação chega aos mais altos níveis da hierarquia do ministério público (onde os cargos são exercidos por nomeação) que a comunicação social começa a ser inundada com fugas que, mais do que comprometer esta ou aquela individualidade, tem um efeito de descredibilização da investigação judicial e do sistema de justiça como um todo.

Dito isto, resta tirar a conclusão: a quem interessa descredibilizar a justiça e os seus agentes, em especial os investigadores?

A resposta parece-me óbvia – a todos os que sabem que têm o dever de responder perante essa mesma justiça.

(*) Quotidiano Delirante é o título de um extraordinário trabalho do autor de BD Miguelanxo Prado, em que o absurdo se confunde com episódios que podem ocorrer no quotidiano de um qualquer cidadão. Recomendo vivamente, como forma de aliviar o absurdo dos nossos próprios quotidianos.

 

Quotidiano_delirante_tomo_1

Sócrates, as Políticas Públicas de Educação, os Professores e o “bullying”

22 Sexta-feira Fev 2008

Posted by fjsantos in autoritarismo, democracia sob tutela, iniquidade, injustiças, prepotência, tiques autoritários

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acabar com o medo

O “bullying” é um termo de origem inglesa utilizado para descrever actos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully) ou um grupo com o objectivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo) incapaz/es de se defender. A palavra “bully” significa “valentão”.
Pode ocorrer em situações envolvendo a escola ou faculdade/universidade, o local de trabalho, os vizinhos e até mesmo países. Qualquer que seja a situação, a estrutura de poder é tipicamente evidente entre o agressor (bully) e a vítima.
Pesquisas indicam que adultos agressores têm personalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido sugerido que um défice em habilidades sociais e um ponto de vista preconceituoso sobre subordinados podem ser factores de risco. É frequentemente sugerido que os comportamentos agressivos têm origem durante a infância.
Os bullies usam uma combinação de intimidação e humilhação, como insultos, ameaças, chantagem, acusações, ataques físicos, rumores negativos sobre a vítima. Podem, ainda, usar tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas falsas sobre a vítima em sites de relacionamento, publicação de fotos etc). Em alguns casos, o bully dá alcunhas com base em características que a vítima não quer que sejam alardeadas.

Esta definição de “bullying” é algo que encaixa perfeitamente no relacionamento que tem vindo a ser posto em prática pelo governo de Sócrates, desde que chegou ao poder, em relação aos diferentes grupos sociais que resolveu afrontar. Como é o caso dos professores.

Umas vezes o 1º ministro directamente, outras vezes a ministra ou os secretários de Estado da Educação, todos eles têm combinado processos de intimidação e de humilhação dos professores, ameaçando, chantageando, acusando e promovendo rumores negativos sobre a classe docente no seu todo, ou sobre alguns dos seus membros mais activos na contestação às políticas educativas.

A propósito da avaliação dos professores a acusação é de que não querem ser avaliados e que há trinta anos que não existe avaliação de desempenho docente.
A propósito da gestão escolar é a ameaça de que o director será o “líder forte” que vai por ordem na escola, cumprindo as orientações tutelares do director regional de educação, ao mesmo tempo que a comunidade fiscalizará os resultados.
Finalmente, quando ainda assim algum professor relapso não se deixa dominar pelo medo e afronta o “valentão”, eis que este utiliza o último argumento que é o do rumor negativo, fazendo acusações de que se trata de algum perigoso comunista ou sindicalista vermelho.

Face a este estilo, tal como no caso do “bullying” praticado entre crianças e jovens, a solução para acabar com o mal é não ter medo e confrontar o “bully” com o seu défice em habilidades sociais, com a sua maldade e com o seu olhar preconceituoso.

Nos últimos três anos os professores têm sido um grupo incapaz de se defender. É possível enumerar diversos factores que levaram a essa espécie de paralisia, entre os quais se destaca uma fraca mobilização e solidariedade entre pares.
Mas também convém não esquecer a utilização, feita pelo ministério, de um grupo de membros da classe – os gestores escolares – para aplicar as medidas mais gravosas no interior de cada escola.
É por isso que ao enfrentar o “bullying” ministerial se torna imprescindível, por um lado, afrontar os gestores escolares que actuam como delegados do governo e, por outro, conquistar para o combate ao medo os gestores que ainda não se esqueceram de que são professores, antes de serem gestores.

"Estórias" da (in)justiça

05 Quarta-feira Set 2007

Posted by fjsantos in empreitadas, injustiças, mestres d'obras

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O governo de Sócrates gosta de apregoar aos quatro ventos que além de “realizar obra”, tem um “mestre de obras” perfeito. Claro que também os “empreiteiros” são tão perfeitos que todas as “empreitadas” correm sempre às mil maravilhas, de modo que se alguém se queixa só pode ser um profissional da oposição e da maledicência.

Pois a “estória” que vou contar é apenas fruto de mais uma “empreitada perfeita”, realizada pela equipa maravilha do ministério da educação, que com o objectivo meritório de estabilizar o corpo docente das escolas, criou enormes injustiças ao promover a ultrapassagem de professores dos quadros de escola por colegas menos graduados dos quadros de zona pedagógica. A protagonista desta escola, que chamarei de “simplesmente Maria”, existe em muitas escolas deste país exercendo as funções que lhe atribuo na minha “estória”, ou outras semelhantes. Se alguém tem dúvidas só tem que se meter ao caminho e visitar algumas escolas perto de si…

Eis a “estória”:
Simplesmente Maria é professora de Língua Portuguesa. Fez uma licenciatura em Filologia e o estágio pedagógico através da Universidade Aberta, vai para um par de anos. No início da década de 90 do século passado andou pelas escolas da margem sul (no deserto do outro ministro), onde se habituou a trabalhar com jovens filhos das classes trabalhadoras, para quem a escola já não representava um factor de mobilidade social.
Ao fim de alguns anos de sobressalto quanto à sua colocação, Simplesmente Maria rejubilou quando finalmente conseguiu um lugar no quadro de uma escola. De armas e bagagens, a nossa professora de português mudou-se para um bairro próximo da escola, onde o preço das casas era compatível com o seu rendimento.
Quando foi convidada a integrar um projecto dirigido a alunos carenciados, aceitou sem hesitações. Durante cinco anos, Simplesmente Maria trabalhou integrada numa equipa coesa e fortemente empenhada no sucesso escolar dos seus alunos. Para isso deixou de leccionar as turmas que normalmente lhe seriam atribuídas, com alunos muito menos “problemáticos”.
No ano lectivo passado foi colocado na escola de Simplesmente Maria um professor do quadro de zona pedagógica para leccionar as turmas de português que seriam lhe seriam atribuídas, caso ela não estivesse no projecto dos alunos carenciados. Por conveniência de escrita designarei este professor por “simplesmente Manuel”.
Este ano realizou-se o famosíssimo e famigerado concurso de titulares e em consequência desse concurso, porque os titulares têm que assumir funções de coordenação pedagógica, a equipa do projecto com alunos carenciados de que Simplesmente Maria fazia parte desintegrou-se e o projecto teve que terminar. Entretanto, Simplesmente Manuel tinha sido colocado na escola por três anos. Como resultado da conjugação desses factos, o conselho executivo não tinha serviço lectivo para distribuir aos dois professores, mas apenas a um deles.
O final da “estória” já o estarão a adivinhar: como o ministério se comprometeu a colocar Simplesmente Manuel por três anos e não o pode despedir, o conselho directivo atribui-lhe o serviço lectivo a ele, que é quadro de zona pedagógica com 10 anos de serviço e obrigou Simplesmente Maria a concorrer aos horários vagos noutras escolas, apesar de ser dela o lugar do quadro da escola e de ter já mais de vinte anos de serviço.

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