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Category Archives: acção pública

Desta vez sim, foram pizzas

19 Terça-feira Fev 2013

Posted by fjsantos in acção pública

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luta dos professores, Resistência, sindicalismo docente

Ao contrário do que tem sido persistentemente afirmado sobre o repasto dos dirigentes da FENPROF, antes da assinatura do acordo de 2010, nessa altura ninguém comeu pizzas.

No entanto, para não defraudar o autor e os comentadores de um conhecido blogue que fala sobre educação, os dirigentes e delegados sindicais que ontem passaram o dia nas instalações do MEC das Laranjeiras e da 5 de Outubro, resolveram almoçar pizzas e assim demonstrar que não fazem diferença entre os sorrisos de Isabel Alçada e os de Nuno Crato: são farinha do mesmo saco e sem dúvida, está bichada.

FENPROF comendo pizzas no átrio do Palácio das Laranjeiras

FENPROF comendo pizzas no átrio do Palácio das Laranjeiras 18-2-2013

A ação acabou por ter um saldo positivo, por dois motivos:

  1. Revelou a profunda arrogância e má-criação dos governantes que temos, que tentaram ignorar a presença da delegação da FENPROF que se dirigiu ao ministério para conhecer a resposta aos insistentes pedidos de audiência com o ministro Nuno Crato;
  2. Perante a persistência e determinação dos dirigentes e delegados presentes, o ministério foi obrigado a definir e anunciar uma data para se reunir com a maior e mais representativa organização sindical dos professores portugueses, que durante semanas tentou ignorar.

No dia 26 de Fevereiro lá estaremos, de novo, para ouvir o ministro Nuno Crato e para lhe apresentar as propostas para um novo rumo e para a defesa da Escola Pública.

Dia 16 de Fevereiro – mais um passo da resistência pacífica…

11 Segunda-feira Fev 2013

Posted by fjsantos in acção pública

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luta sindical, Resistência

manif16fev

 

Passos Coelho e Vítor Gaspar insistem em esfolar vivos os trabalhadores e todos quantos vivem do seu salário ou pensão de reforma.

O corte dos 4.000 milhões é uma espada sobre a cabeça dos portugueses e a ameaça mais séria que o governo faz ao que resta do estado social: salários, pensões de reforma, prestações sociais como subsídios de desemprego, de doença ou de maternidade, são os alvos definidos pelo governo e os líderes do governo já avisaram que não admitiam qualquer dúvida ou hesitação aos restantes ministros.

É por tudo isso que no dia 16 temos que encher as ruas e praças de norte a sul do país, da mesma forma que teremos que nos manifestar sempre e quando alguém fizer ouvir o seu protesto contra este governo de malfeitores. Em fevereiro, em março, em abril, até que Coelho e Gaspar sejam despejados e as políticas cozinhadas com a troika sejam varridas para sempre do nosso país.

Lições sobre a construção de utopias

03 Domingo Fev 2013

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associativismo docente, conhecimento

Um pequeno núcleo dos Professores Unidos de Lisboa e concelhos próximos deslocou-se, neste sábado, à zona sindical de Santarém-Oeste, pertencente à Direção Regional de Santarém do SPGL.

O grande promotor e dinamizador desta jornada cultural, recreativa, gastronómica e de trabalho sindical foi o professor-sindicalista-autarca Augusto Figueiredo que, apesar das inúmeras tarefas em que se desdobra o seu dia-a-dia, conseguiu reservar um dia para nos explicar como é que se transforma em possível aquilo que à partida damos como impossível e completamente perdido.

O dia começou com uma visita a um dos muitos exemplos de como o capital esbanja o património natural e os recursos do país, como é o caso de um empreendimento turístico-urbanístico-desportivo – o Clube de Golfe Golden Eagle.

Portariagoldeneagle-entrada

Trata-se de um projeto que nasceu com a perspetiva de lucros prometida pela implantação do aeroporto da Ota e do TGV Lisboa-Porto, mas do qual apenas ficou um campo de golfe de 18 buracos (onde se disputou o Portugal Ladies Open de 2009).

Golden Eagle Coursegoldeneagle-campo

Do sonho de lucros fantásticos para o setor financeiro e imobiliário ficaram as maquetes que ainda estão disponíveis no stand de vendas do empreendimento.

Sonho

goldeneagle-desenho

Realidade

goldeneagle-imobiliário

Mas como há outros sonhos e utopias que, pela força da sua razão, acabam por se impor e tornar-se realidade, o Presidente da Junta da Asseiceira-Rio Maior fez questão de nos lembrar que a luta da população da sua freguesia foi capaz de impor a mudança de trajeto da Estrada Nacional n.º 1 e obrigou os decisores políticos a fazerem o que o povo lhes exigiu. Da mesma maneira que o esforço, a determinação e o trabalho de um punhado de sonhadores foi capaz de construir no alto de uma serra, pobre e esquecida pelo poder central, uma cooperativa pujante e que é um exemplo de economia e desenvolvimento social, não só no país como no estrangeiro.

A paragem no cruzamento em que a antiga EN1 passou a IC e onde no próximo 25 de Abril será inaugurado um monumento à resistência e determinação das populações, em defesa da vida e contra os atropelamentos mortais que ali ocorriam, a visita à Cooperativa Terra Chã, o almoço e a sessão de trabalho ali realizados, o passeio pela serra com visita às dolinas na estrada entre Mosteiros e Porto de Mós, constituíram momentos marcantes de um dia cheio de aprendizagens significativas, quer do ponto de vista cultural, quer político, que ficará sempre na nossa memória.

O dia terminou com uma breve visita ao Centro de Alto Rendimento de Rio Maior e com uma paragem frente à Escola Superior de Desporto de Rio Maior, que constitui mais um exemplo de esbanjamento de dinheiros públicos por motivos exclusivamente partidários.

A história conta-se em meia-dúzia de pinceladas: umas instalações e um projeto exemplares, uma escola que em três anos consecutivos esgota as vagas de acesso na primeira candidatura ao ensino superior, a inveja e o preconceito das gentes instaladas no politécnico da capital de distrito e um ministério que asfixia financeiramente a escola, traduzem-se na degradação rápida e galopante do edificado, obrigando a autarquia a assumir as responsabilidades financeiras do poder central e a recorrer à justiça para tomar posse administrativa das instalações, na tentativa de evitar a destruição de uma iniciativa de grande interesse nacional.

No final a certeza de que o Possível é apenas o Futuro do Impossível e só depende da determinação, da persistência e do trabalho que estivermos decididos a realizar para o concretizar.

A manifestação dos professores que não ficam em casa a dizer mal dos que lutam

27 Domingo Jan 2013

Posted by fjsantos in acção pública

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luta dos professores, luta sindical

Ontem de manhã, depois de ter confirmado as previsões meteorológicas e sabendo que a decisão de terminar a manifestação no Rossio significava que o desafio dos números já estava vencido, entretive-me a espreitar os blogs de referência dos professores que servem de fonte aos jornalistas que fazem educação.

Naquele que se edita mais a norte encontrei uma pérola retirada do CM de dia 25 – PROTESTO JUNTA 7800 PROFESSORES. Já no blogdosmilhões não era o editor chefe quem mais zurzia na manifestação dos sindicalistascomunistas. Para esse ficou a tarefa de manter o lowprofile, postando alguns cartazes de apelo à manifestação. Já ao legionárionortenho ficou adstrita a missão de colocar umas postas de pescada de gozo, ficando a cargo dos comentadeiros a tarefa de desvalorização da iniciativa, com base na filiação partidária (deles por oposição à que é atribuída às organizações promotoras).

Hoje, perante a evidência de uma Avenida da Liberdade cheia e de uma praça do Rossio a transbordar de determinação, o discurso deixou de se centrar no números e passou a fixar-se na qualidade da manifestação, na idade dos manifestantes, ou na pertinência das intervenções.

26 de JaneiroRossio transbordante de indignação e determinação

26 de Janeiro
Rossio transbordante de indignação e determinação

Corrigindo claramente o tiro, o Arlindo lá começa por reconhecer que gostou do discurso de Mário Nogueira e termina com o reconhecimento da necessidade de unidade na ação de todos os professores:

Para aquecimento esteve bem esta manifestação e o pedido deixado por Mário Nogueira às restantes organizações sindicais para futuras organizações conjuntas pode levar a que realmente se realize uma coisa grande e que não sirva apenas os interesses partidários. E isso faz falta daqui para a frente.

Já o individualistacríticodoscoletivos continua a sua estratégia. O editor chefe faz o papel de polícia bom e pacifica a magna questão dos números, ficando pelos 30.000. Aos professoresqueestãonaescola (que alegadamente são só os que frequentam o blogdosmilhões) compete comparar essa ninharia de 30.000 com o número mítico de 120.000, que na sua santa ingenuidade foi obtido por obra e graça do espírito santo (não o do banqueiro, mas o celestial), dos movimentos indy e dos blogues de professores.

Aparecem até alguns especialista em sociologia docente que conseguem explicar que não se viam professores com menos de 40 anos, porque só os que ultrapassaram essa faixa etária aceitam ser pastoreados por sindicalistascomunistasfaçanhudosedebigode.

Professores sindicalizados com menos de 40 anos

Professores sindicalizados com menos de 40 anos

Não há dúvida de que o pensamento dominante de direita tem uma enorme capacidade de militância blogosférica, sobretudo entre os professoresprotestantesdesofá. O que não impede que o mundo continue a rodar, o tempo a passar e que o limite de vida destas políticas esteja prestes a terminar.

Nós sabemos porque não ficamos em casa

26 Sábado Jan 2013

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luta dos professores, Resistência

Este é o primeiro dia do resto da nossa luta, pelo que esta grande Manifestação ditará o que se vai seguir, quer no que respeita à luta, quer em relação ao que o governo irá efectivamente fazer.

Este é o primeiro dia do resto da nossa luta, pelo que esta grande Manifestação ditará o que se vai seguir, quer no que respeita à luta, quer em relação ao que o governo irá efectivamente fazer.

Relatório ou encomenda pouco interessa

12 Sábado Jan 2013

Posted by fjsantos in acabar com o medo, acção pública

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Combate político, políticas públicas

Que o relatório do FMI não é mais do que a resposta a uma encomenda feita pelo governo de Passos Coelho, Vítor Gaspar, Carlos Moedas e António Borges, para legitimar as medidas que gostariam de ter incluído no seu programa de governo mas não tiveram coragem de fazer, já quase todos os portugueses perceberam.

Face a um embuste tão mal amanhado apenas dois tipos de respostas se podem dar:

  1. recusar liminarmente a discussão do conteúdo do relatório, alegando a sua desonestidade, falsificação grosseira de dados e mistificação da realidade;
  2. entrar na discussão utilizando como arma de negociação a ridicularização e o absurdo, opondo às proposta obscenas que estão contidas no relatório um conjunto de propostas que também serão inaceitáveis para os grandes accionistas das empresas financeiras e seus mandatários locais.

No entanto, porque o estado a que isto chegou é verdadeiramente deplorável e importa dar um rumo ao país, torna-se necessário recentrar a discussão a partir de premissas não viciadas e que possam dar sentido ao futuro.

Para isso temos que perceber que a narrativa da necessidade da redução da despesa é completamente falsa, não porque se possa “gastar à tripa-forra”, mas porque é também falsa a premissa de que não é possível aumentar a receita. É que quando se fala de aumentar a receita não temos que nos limitar a pensar em aumentar os impostos sobre os rendimentos do trabalho, ou até sobre o capital alocado à produção de bens e serviços.

O que é preciso é, por um lado taxar de forma justa e exemplar os lucros especulativos e o capital ocioso, e por outro incentivar o aumento da produção de bens transaccionáveis, investindo no sector primário e no sector secundário.

É aumentando a produção que se pode aumentar a receita, mantendo ou até diminuindo o esforço fiscal individual. E é também aumentando a produção que se criam mais e novos postos de trabalho, gerando assim mais receita que possa acomodar a despesa com o estado social que queremos e precisamos.

Se para aumentar a produção em alguns dos sectores for preciso por em causa muitas das regras restritivas que nos foram impostas desde a nossa adesão à comunidade europeia – abate da frota pesqueira, redução da produção agrícola, destruição da indústria petro-química e metalo-mecânica, etc. – então que se renegoceiem essas regras ou se discuta a nossa permanência numa europa madrasta, que nos coloniza e torna escravos no nosso próprio país. O que não podemos é deixar que o futuro seja de um darwinismo social absurdo, que põe em causa a coesão nacional e o bem-estar dos nossos vindouros.

Taxar os Ricos (um conto de fadas animado)

07 Sexta-feira Dez 2012

Posted by fjsantos in acção pública

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a arte da guerra

Com o devido agradecimento a António Paço, do 5Dias:

 

Da ordem, das linhas vermelhas ultrapassadas e da legitimação da repressão

16 Sexta-feira Nov 2012

Posted by fjsantos in acabar com o medo, acção pública

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Combate político, Resistência

Dois dias depois da Greve Geral em que, de forma corajosa e determinada, muitos milhares de trabalhadores se dispuseram a abdicar de um dia de salário e saíram do conforto das pantufas em frente ao televisor, vindo para as ruas manifestar a sua oposição firme às políticas de empobrecimento e destruição da economia, é possível olhar para o espetáculo que foi servido em direto por televisões e rádios, tentando descortinar os rostos dos responsáveis para lá do fumo e das sombras em que estes se movem.

Embora tenha tido criação e encenação nas altas instâncias do poder político e policial que, conjunturalmente, está em funções, o que foi mostrado aos portugueses e ao mundo foram apenas os figurantes, tendo ficado por exibir a ficha técnica em que apareceriam os nomes dos bonecreiros e guionistas.

Há perguntas que têm que ser feitas e outras para as quais temos que exigir respostas.

  • Porque é que ao longo do percurso entre o Rossio e S. Bento não foi possível vislumbrar a intervenção da polícia no controlo do trânsito, tendo mesmo havido incidentes no cruzamento da Rua do Alecrim com o Largo do Camões, porque vários automobilistas desrespeitaram a marcha dos manifestantes?
  • Porque é que, interpelados por alguns manifestantes a propósito da ausência de policiamento, dois agentes remeteram a resposta para as suas chefias?
  • Porque é que, terminada a manifestação da CGTP, a força policial deixou tranquilamente que os alegados ” profissionais da desordem” se instalassem junto às grades e estivessem durante mais de uma hora a apedrejar a linha da frente (até inutilizarem diversos escudos)?
  • Porque é que, estando esses alegados “profissionais da desordem” identificados e conotados com algumas claques de futebol e movimentos de extrema direita, o comando da força não previu o seu isolamento em tempo útil e a respetiva neutralização sem ter que recorrer a uma carga indiscriminada sobre gente indefesa?
  • Há ou não agentes infiltrados nesses movimentos de “profissionais da desordem”?
  • Quantos eram os agentes à paisana e infiltrados que estavam junto dos alegados “profissionais da desordem”?
  • Quantos desses agentes se contam entre os membros das “forças da ordem” que tiveram que ter assistência médica?
  • Quem escreveu o guião que obrigou os agentes do corpo de intervenção a serem submetidos a apedrejamento durante o tempo necessário a pôr em risco a sua integridade física, fazendo subir os seus níveis de adrenalina ao ponto de ficarem cegos de raiva na carga contra velhos, mulheres e gente com pouca mobilidade?
  • De quem foi a ideia de atribuir aumentos de 10,8% às polícias, em 2013, libertando a informação desses aumentos poucos dias antes da Greve Geral?
  • Quem ordenou a rusga efetuada pelas ruas entre S. Bento e o Cais do Sodré, em que foram detidas muitas pessoas que nada tinham a ver com os incidentes, e nalguns casos nem tinham estado em S. Bento?
  • Quem decidiu limitar o direito desses detidos à assistência por parte dos seus advogados?

Estas são apenas algumas das perguntas que estão sem resposta e que têm que ser incluídas numa reflexão minimamente séria e objetiva sobre o que está a acontecer na democracia em que ainda vivemos.

No seu trabalho de investigação, que deu origem à publicação de “A Doutrina do Choque”, Naomi Klein deixa clara a ideia de que o triunfo democrático da “liberdade do mercado” não passa de um mito perigoso para a democracia e para as liberdades cívicas. Em todos os países em que as teorias da desregulação total da economia foram postas em prática, foi necessário utilizar catástrofes naturais, ou recorrer a repressão de dimensão desproporcional, para causar o choque e o terror que impeça as pessoas de reagirem.

O episódio de quarta-feira, em frente ao parlamento, segue a mesma linha e deixa no ar a suspeita de que o objetivo da carga policial não foi a contenção da violência dos alegados “profissionais da desordem”, mas sim a dissuasão de mais protestos por parte daqueles que se manifestam, pacífica mas determinadamente, em defesa dos seus direitos espezinhados.

A falácia dos limites do “Estado-que-queremos” ao “Estado-que-podemos-ter”

03 Sábado Nov 2012

Posted by fjsantos in acabar com o medo, acção pública, ética

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políticas públicas, Rigor

Para justificar a entrega formal da independência nacional à tutela do FMI/BM, o governo e os “jornalistas/comentadores-que-temos” (gostemos ou não deles e cada vez gosto menos) andam a vender a ideia de que os portugueses estão obrigados a aceitar mais cortes brutais nas funções sociais do Estado, porque não produzimos riqueza suficiente.

O problema do défice (de qualquer défice orçamental) resolve-se com o equilíbrio entre o que se produz e o que se consome. Sobre essa premissa o acordo é fácil e total. O que nos leva ao desacordo é a escolha que foi feita, e se mantém desde então, quando aderimos à UE e, com isso, aceitámos diminuir drasticamente a nossa produção nos setores primário e secundário. Foi com o abate da frota pesqueira, o arranque da vinha e da oliveira, o fecho do parque industrial na metalurgia, na metalo-mecânica, ou na eletrónica que os nossos problemas se começaram a agravar.

Durante alguns anos a coisa (défice) foi sendo mascarada através de algumas compensações monetárias, vindas da união a coberto dos “fundos estruturais”. Infelizmente chegámos ao ponto em que, com o fecho da torneira desses fundos, deixou de ser possível continuar a enganar o povo.

O problema coloca-se agora na forma de ultrapassar o problema. Uns, os do governo, do pacto da troika e do “federalismo europeu”, querem que continuemos pobrezinhos mas honrados, diminuindo nos nossos direitos, porque não imaginam a possibilidade de aumentarmos a produção. Outros, ao invés, acham que o que temos é que equilibrar o défice aumentando a produção nacional (PIB), para assim diminuir o desemprego, aumentar a riqueza e podermos ser efetivamente honrados, pagando o que legitimamente devemos.

Ao contrário da narrativa que nos querem impor podemos definir o “Estado-que-queremos-ter” e, a partir daí, elaborar uma estratégia produtiva que permita criar a riqueza necessária para o “podermos-ter”.

Evidentemente que isso não se faz com passes de mágica e, como para colher é preciso semear, necessitamos de investir para poder produzir. Numa altura em que a liquidez escasseia, a dificuldade em investir aumenta. É por isso que se torna imprescindível renegociar a nossa dívida com todos os credores: juros, prazos e montantes em dívida por parte de cada setor (público e privado). Nessas condições está a chave para um outro tipo de orçamento que, em vez de continuar a caminhar alegremente para a pobreza e o endividamento total, abra o caminho do progresso e da produção de riqueza, permitindo satisfazer as necessidades do “Estado-social-que-queremos-ter”.

Participar na Greve Geral é um dever de cidadania, sobretudo para quem gosta de se afirmar professor e educador

29 Segunda-feira Out 2012

Posted by fjsantos in acção pública

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Combate político, Rigor, sindicalismo docente

A hegemonia do pensamento único veiculado pelos media, que são dominados pelo capital financeiro; a emergência e consolidação de uma economia baseada na especulação financeira, não produtora de bens e serviços; a desregulação da economia e a livre circulação dos capitais, estão na origem de todo o sofrimento e miséria que se abatem sobre os trabalhadores dos países periféricos, entre os quais se encontra o povo português.

As promessas vãs, feitas pelos paladinos da adesão à europa – “A Europa Connosco” – que decidiram liquidar os setores produtivos primário e secundário, com a estagnação da agricultura, o abate da frota pesqueira e o encerramento de grande parte do parque industrial mais desenvolvido em torno da cintura industrial de Lisboa e Setúbal, abatem-se hoje sobre as classes trabalhadoras, não distinguindo aqueles que sempre combateram tais promessas dos que acreditaram na demagogia e no engano dos governos de PS, PSD e CDS que, à vez ou em conjunto, se encarregaram de nos transformar num protetorado de Berlim e Bruxelas.

A política de destruição total da economia produtiva levada a cabo pelo governo Passos Coelho/Vitor Gaspar/Paulo Portas, com a adesão crítica e a “abstenção violenta” de António José Seguro, nada mais é do que o corolário de uma linha de pensamento económico que apenas privilegia o tipo de empresa que cria mais-valias para os acionistas, sem qualquer preocupação em produzir bens e serviços úteis para os cidadãos e a sociedade.

Um tal modelo económico tende a desprezar os direitos de cidadania e a reduzir as pessoas a números ou peças, cuja existência é negligenciável para o atual processo de acumulação de capital. Neste modelo económico as relações de produção entre capital e trabalho têm um valor residual, uma vez que as mais-valias acionistas são criadas pelo movimento contínuo e especulativo do capital, que é transacionado instantaneamente 24h por dia, 365 dias por ano, e não pelo valor real e contabilístico das empresas cotadas em bolsa.

O governo PSD/CDS está empenhado em dar primazia ao capital financeiro, ultrapassando até os conselhos de alguns parceiros da troika; o PS está empenhado em deixar que este governo afunde totalmente o país, na esperança de mais tarde vir a beneficiar de alguns destroços.

É neste quadro que os professores portugueses têm que entender a sua luta pelo direito ao trabalho, pela dignificação da profissão docente, pela defesa de condições de trabalho e de sucesso, que garantam a continuidade da Escola Pública ao serviço da formação integral dos cidadãos e da democracia portuguesa.

Assim se explica a necessidade imperiosa de participar na Greve Geral de dia 14 de Novembro de 2012 e exigir a demissão do 1º ministro e do seu governo de capitulação ao capital, devolvendo-se a voz ao povo que já não se sente representado pela atual composição da Assembleia da República e que, como tal, tem o direito e o dever de se pronunciar.

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