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No seu editorial de hoje, o DN traz mais uma peça desinformativa de autoria de Nuno Saraiva.
Em torno do almoço promovido pelos amigos de José Sócrates e da agenda política que o antigo PM vai desenvolvendo, Nuno Saraiva procura dar mais umas “machadadas” no entendimento conseguido à esquerda, que permitirá ao PS virar a agulha da austeridade e retomar um ideário mais consentâneo com uma tradição trabalhista e social-democrata, afastando-se das políticas de direita neoliberal que apoiou e sustentou desde os tempos de Guterres.
Com “jornalistas” deste jaez não é de estranhar que a opinião pública seja tão desinformada. Escreve, a dado passo, o subdirector do DN:
O sr. Nuno Saraiva, que não é propriamente um analfabeto político sabe, e tem a obrigação ética e deontológica de informar os seus leitores, que em 2011 os partidos de esquerda votaram o PEC IV da mesma forma que tinham votado o PEC I, o PEC II e o PEC III.
Também sabe que quem “se aliou” aos partidos de esquerda e mudou o sentido de voto anterior foi a direita, que de forma oportunista aproveitou a ocasião para chegar ao poder e colocar em prática um programa extremista de transferência de rendimentos do trabalho para o capital.
Ao contrário da acusação de “intermitência” o que Nuno Saraiva devia destacar, se fosse um jornalista sério e não comprometido com “A Voz do Dono“, é a coerência do voto e da posição dos partidos de esquerda.
Aquilo que BE, PCP e PEV acordaram com o PS de António Costa corresponde à defesa das posições políticas e dos argumentos que utilizaram para chumbar os quatro PEC’s de Sócrates e Teixeira dos Santos, bem como a rejeição do programa de governo da PàF.
A haver “intermitência” por parte de alguns partidos parlamentares, terá sido da parte de PSD e CDS que apoiaram três PEC’s e chumbaram o quarto, ou do PS que declara hoje, pela voz autorizada da sua direcção, que pretende rejeitar as políticas de direita que, tão afanosamente, perseguiu ao longo de quatro décadas.
As posições conjuntas, assinadas pelo PS e pelos partidos de esquerda, permitirão que António Costa cumpra toda a legislatura, na medida em que o PS cumpra a promessa feita de inverter as políticas de direita que infernizam a vida e empobrecem os trabalhadores, os pensionistas, os idosos.
Um governo do PS só será derrubado com os votos da esquerda se esse compromisso for rompido e se o PS voltar à trajectória de conluio com PSD e CDS.
O resto, como a “opinião” destes jornalistas que se vendem por “dez réis de mel coado”, não passa de conversa da treta.