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A hegemonia do pensamento único veiculado pelos media, que são dominados pelo capital financeiro; a emergência e consolidação de uma economia baseada na especulação financeira, não produtora de bens e serviços; a desregulação da economia e a livre circulação dos capitais, estão na origem de todo o sofrimento e miséria que se abatem sobre os trabalhadores dos países periféricos, entre os quais se encontra o povo português.
As promessas vãs, feitas pelos paladinos da adesão à europa – “A Europa Connosco” – que decidiram liquidar os setores produtivos primário e secundário, com a estagnação da agricultura, o abate da frota pesqueira e o encerramento de grande parte do parque industrial mais desenvolvido em torno da cintura industrial de Lisboa e Setúbal, abatem-se hoje sobre as classes trabalhadoras, não distinguindo aqueles que sempre combateram tais promessas dos que acreditaram na demagogia e no engano dos governos de PS, PSD e CDS que, à vez ou em conjunto, se encarregaram de nos transformar num protetorado de Berlim e Bruxelas.
A política de destruição total da economia produtiva levada a cabo pelo governo Passos Coelho/Vitor Gaspar/Paulo Portas, com a adesão crítica e a “abstenção violenta” de António José Seguro, nada mais é do que o corolário de uma linha de pensamento económico que apenas privilegia o tipo de empresa que cria mais-valias para os acionistas, sem qualquer preocupação em produzir bens e serviços úteis para os cidadãos e a sociedade.
Um tal modelo económico tende a desprezar os direitos de cidadania e a reduzir as pessoas a números ou peças, cuja existência é negligenciável para o atual processo de acumulação de capital. Neste modelo económico as relações de produção entre capital e trabalho têm um valor residual, uma vez que as mais-valias acionistas são criadas pelo movimento contínuo e especulativo do capital, que é transacionado instantaneamente 24h por dia, 365 dias por ano, e não pelo valor real e contabilístico das empresas cotadas em bolsa.
O governo PSD/CDS está empenhado em dar primazia ao capital financeiro, ultrapassando até os conselhos de alguns parceiros da troika; o PS está empenhado em deixar que este governo afunde totalmente o país, na esperança de mais tarde vir a beneficiar de alguns destroços.
É neste quadro que os professores portugueses têm que entender a sua luta pelo direito ao trabalho, pela dignificação da profissão docente, pela defesa de condições de trabalho e de sucesso, que garantam a continuidade da Escola Pública ao serviço da formação integral dos cidadãos e da democracia portuguesa.
Assim se explica a necessidade imperiosa de participar na Greve Geral de dia 14 de Novembro de 2012 e exigir a demissão do 1º ministro e do seu governo de capitulação ao capital, devolvendo-se a voz ao povo que já não se sente representado pela atual composição da Assembleia da República e que, como tal, tem o direito e o dever de se pronunciar.