Etiquetas
Estas são as palavras utilizadas por Passos Coelho para sugerir que os professores, que vai atirar para fora do sistema educativo português, procurem no estrangeiro o trabalho que aqui lhes é negado. Palavras que causaram indignação generalizada, tanto na blogosfera docente – desde o ex-alinhado Guinote, passando pela precaução do Prudêncio ou a prova de sobrevivência dos Apedes, até à circunspeção da Educação em Especial -, como entre a classe política, desde Marcelo Rebelo de Sousa a Jerónimo de Sousa, passando pelo abstencionista violento António José Seguro.
Palavras politicamente incorretas, que nem a retórica inventiva de Luis Filipe Menezes consegue atenuar, mesmo que “a vaca tussa”.
Mas para lá da justa indignação que as palavras causem, o que mais releva deste discurso de Passos Coelho é todo um programa sobre a educação e a escola.
Trata-se de um programa construído a partir do olhar de um primeiro ministro neoliberal, assessorado por um ministro neoconservador, cuja visão utilitarista da escola produtora de capital humano aponta para a redução da escola pública a um conjunto de serviços mínimos num país que já destruiu quase todo o tecido produtivo primário e secundário. Ao mesmo tempo que se recriam as condições para o reforço da via liceal destinada à manutenção de uma “elite” submissa aos desígnios do capital global, uma vez extinta a distinção entre capital nacional e capital estrangeiro.