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Como bem nota Manuel António Pina na sua crónica no JN, bastou que ao capital e às marionetas que governam a europa e o mundo em seu nome imaginar que um povo pode decidir o seu destino, sabendo claramente o que significam as suas escolhas, para que a democracia ficasse em perigo.
Quando há seis meses atrás os partidos da troika interna, sob a supervisão do FMI, do BCE e da “democrática” UE organizaram um referendo ao memorando de entendimento entre Portugal e a troika externa, sem explicar aos eleitores a dimensão dos sacrifícios que nos iriam ser pedidos – roubo dos salários, dos subsídios de natal e férias, aumento do horário de trabalho, aumento do IVA, destruição do SNS, da Escola Pública e dos serviços públicos de transportes – o resultado eleitoral foi amplamente glosado como uma rotunda vitória da responsabilidade e da democracia por mais de 80% de votos.
Agora, que o governo grego decidiu perguntar aos seus cidadãos se concordam com ainda mais austeridade, numa altura em que já não é possível esconder dos cidadãos a miséria para que foram empurrados pela ganância de uns e a incompetência de outros, já o voto popular se torna uma coisa perigosa e toda a gente entra em pânico.