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Nas reuniões de hoje, com os sindicatos de professores, o ministério da educação entregou uma versão corrigida do documento apresentado na semana passada.
Feita a primeira leitura, em diagonal suavizada, cumpre dizer que foram eliminados alguns disparates que bradavam aos céus e que eram fruto de uma enorme ignorância da matéria, ou faziam parte da coreografia mediática destinada a que a delegação ministerial aparecesse hoje como tendo acolhido quase todas as reivindicações dos sindicatos.
Quanto às matérias essenciais, que passam pela escolha definitiva entre um modelo conceptual de ADD que funcione como instrumento de melhoria da qualidade do ensino e do trabalho docente, ou um modelo de classificação e seriação de professores destinado a gerir as respectivas carreiras, com base numa prestação de contas assente nos resultados escolares dos alunos, esta versão 3.1 mantém todas as ambiguidades e confusões que estiveram na origem do velhinho DR 2/2008.
É por isso que esta versão continua a tentar entrar na “caixa negra” que é a sala de aula, mas, de forma sistemática, apenas em dois escalões da carreira e para as menções de excelente, não prevendo a utilização da observação de aulas no caso das menções que remetem para a obrigatoriedade de cumprir planos de formação. É também por isso e porque a “palavra de ordem” do momento é – contenção de custos – que se excluem os contratados da observação de aulas. Por isso e porque a operacionalização da bolsa de avaliadores externos pertence ao universo dos projectos oníricos de Nuno Crato, a par dos exames a todas as disciplinas.
Resumindo, e mesmo sem uma análise minuciosa de todo o articulado, posso afirmar que com a manutenção das quotas e sem a democratização das estruturas de gestão intermédia (eleição dos coordenadores e do presidente do pedagógico) não será possível à Fenprof comprometer-se com um acordo e a aceitação desta ADD.
Quanto à Fne, a acreditar que a apreciação feita à primeira proposta é para levar a sério, também vejo com enorme dificuldade que aceitem as quotas e a não eleição dos coordenadores/avaliadores. Mesmo se considerarmos que a futura formação de avaliadores pode constituir uma excelente fonte de receita para o ISET.
Quanto ao Sindep e aos restantes sindicatos, é sempre possível que apareça alguém com vontade de mostrar serviço e “patriotismo” numa altura em que a troika aperta. Mas será que isso serve para alguma coisa a um governo que precisa de evitar a todo o custo a agitação social?
Terá sido a FNE a propor acabar com a isenção para os professores do topo da Carreira? É que o Ministro pretendia isentar os professores com 30 e mais anos de serviço e, após ouvir os Sindicatos, mudou o texto e pretende acabar com as isenções. A ignorância é farta no meio sindical! São tão tristes que nem percebem que querem discriminar negativamente os professores mais velhos e que os irão perder inevitavelmente. O absurdo é tal que para avaliar esses professores se dispensa que seja do mesmo grupo, que tenha formação superior… dispensa-se tudo menos que seja avaliado. Chega de palhaçadas!
Maria_G,
o seu comentário revela alguma confusão no que diz respeito aos conceitos de “isenção de avaliação” e “avaliação” aplicada aos professores dos últimos escalões.
O ministro mantém nas duas propostas a “isenção” da avaliação científica e pedagógica desses professores. O que clarificou entre as duas propostas foi que a avaliação desses professores passará a ser feita apenas nas dimensões das alíneas b) e c) do art. 4º (participação na escola e relação com a comunidade, e formação contínua e desenvolvimento profissional) em vez de serem apenas avaliados pelo director pelo desempenho de cargos de coordenação e avaliação, que era o que estava subjacente na primeira proposta.
Por isso desapareceu o n.2 do art. 4º.
É conveniente analisarmos os documentos com atenção antes de começar a fazer críticas só para dizer mal.
Na direcção da minha escola está uma Sra. bulgara que foi eleita pelos professores mais antigos que nunca fizeram qualquer tipo de formação. A própria búlgara o afirmava, antes de se encaixar.
A búlgara começou por fazer uma pós-graduação na lusófona e cobriu faltas a uma professora de filosofia para que lhe escrevesse a tese. E os alunos bem se queixaram, mas a búlgara seguiu em frente, ou não estivesse a mulher, em território português …!
Afinal foi o Nogueira. Aqui: http://www.ionline.pt/conteudo/145999–fenprof-concorda-com-avaliacao-professores-topo-mas-pede-processo-especial
féri@s,
É capaz de fazer prova das acusações que faz?
Ou trata-se apenas de acusar por ouvir dizer?
E o que é que tem a ver a nacionalidade da senhora com tudo o resto? É mais grave por causa da nacionalidade? É menos grave?
Esclareça o alcance da coisa e não faça acusações atrás de anonimato.
1- As bases técnicas do modelo de avaliação são iguais ás do governo anterior.
2- Para continuar a existir uma avaliação com recurso a um avaliador docente, o sistema proposto não é melhor porque continua a faltar o reconhecimento da legitimidade do avaliador, que agora será um total desconhecido no que respeita à observação de aulas; qual a garantia de possuir melhores competências que o avaliado?
3- O modelo proposto não tem qualquer legitimidade porque não ocorre nenhuma consequência positiva; estando a progressão na carreira congelada nos próximos anos, e sendo esta a única consequência de uma avaliação positiva, então qual a finalidade de implementar uma ADD? Só para surtir efeitos negativos, e consequentemente, obedecer à troika?