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Numa altura em que cada vez mais vozes falam de um possível fim do euro e de uma eventual implosão da união europeia, seja com receio que isso aconteça, seja por que acham ser a melhor solução, o que sobressai é a falta de democracia, no sentido em que os povos não são chamados a debater essas opções de uma forma clara e inequívoca.
Tal como aconteceu quando se deu a adesão à então comunidade económica europeia, e mais tarde a adesão à zona euro ou quando da assinatura dos vários tratados que vêm alterando as formas de governo dos povos europeus, também a solução por um ou outro caminho – aprofundamento federalista da união ou exclusão dos países periféricos – será tomada à margem da opinião dos respectivos povos.
Nada que Saramago não tivesse analisado e não tivesse chamado a atenção para a necessidade de debater profundamente – o que é hoje a DEMOCRACIA
O defunto Saramago queixava-se de falsa democracia. Não percebo que raio acha ele que seria a democracia verdadeira:
a da URSS?
a das UCP’s no Alentejo em que o pessoal votava de braço no ar olhando de esguelha para ver se estava a votar “corretamente”, evitando ter chatices (ser chamado de reaças e coisa piores) se votasse “mal”?
Que raio de democracia queria este senhor que, a seguir ao 25 de Abril, participou em saneamentos de colegas que nada tinham de fascistas, simplesmente não eram suficientemente vermelhos?!
Give me a break!!!
Ora viva Zé Marques,
bem vindo à xafarica.
Ouviste com atenção a intervenção de José Saramago? Em que é que discordas do que ele disse naquela sessão pública? Tu votas para eleger os comissários europeus? Vais votar na candidata francesa ou no mexicano para o FMI? Quando é que foi a votação para escolher o presidente do BCE? E quando é que escolhemos Vitor Constâncio para vice-presidente?
Pois, pois, caro Zé Marques, é dessa democracia que fala Saramago. Se tu te sentes satisfeito com estas escolhas, feitas sem te dar cavaco, é lá contigo. Outros têm o direito a achar que tudo não passa de um arremedo farsola de democracia.
Abraço