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Como todos sabemos, desde o “Animal Farm” de Orwell, em matéria de igualdade de direitos e tratamento por parte das autoridades há sempre “uns” que são mais iguais que “outros”.
Também no que diz respeito ao tratamento que autoridades policiais e comunicação social dão aos contra-manifestantes que resolvem assistir de próximo (e vaiar/perturbar) comícios de partidos concorrentes às eleições de 5 de Junho isso se verifica.
Anteontem, “indignados” com a pintura de umas escadarias que apesar de se chamarem monumentais não estão classificadas como monumento nacional, diversos cidadãos caracterizados de estudantes e fardados de capa e batina manifestaram-se livremente contra o comício da CDU em Coimbra, entoando cantigas e palavras de ordem, como se pode ver no vídeo desta notícia. Não consta que algum deles tenha sido identificado pela polícia e muito menos tenha sido conduzido à esquadra mais próxima.
Já os cidadãos algarvios, indignados com a introdução de portagens na Via do Infante, com os despedimentos na Groundforce e com as condições de precariedade a que o governo de Sócrates conduziu o país, não tiveram tanta sorte. Um deles foi mesmo detido por polícias não fardados e conduzido à esquadra, na sequência de uma manifestação de idêntico teor contra uma manifestação do PS em Faro, que os socialistas declararam ser ilegal por não estar à distância regulamentar.
As escadarias da “monumental carga de porrada” por isso é que os capas negras têm saudade…
Todos os dias há novos casos nesta campanha eleitoral “sui generis” em que os três partidos do arco do poder (ou do “arco-da-velha”, como disse Jerónimo de Sousa) ainda não pronunciaram uma palavra sobre o seu programa comum de governo, nem sobre o pacto de submissão que assinaram com a troika.
E estamos a meio da campanha.