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O medo de ouvir dizer NÃO
O José Luiz Sarmento escreveu um belo post para comemorar o 25 de Abril.
Só hoje o li, porque já não passava pelas “Leituras” do JLS há uns dias. Apesar de não ter sido escrito hoje, continua a ter toda a importância, sobretudo porque diariamente nos continuam a servir doses indegestas de inevitabilidades.
Deixo-vos aqui alguns parágrafos de inegável sentido cívico:
Os comissários políticos do neoliberalismo têm medo de nos ouvir o mesmo «não» que já ouviram à Islândia. Portugal não é a Islândia: é trinta vezes maior em população. O «não» deles provocou um terramoto; um«não» nosso provocaria um terramoto muito maior, e na sequência deste um tsunami que varreria toda a Europa, como varreu todo o mundo o que comemoramos hoje.
Este «não» não virá dos nossos políticos, que têm tanto medo do Sr Rehn como o Sr. Rehn tem de nós. A vir, virá da arraia miúda, como em 1385 e tantas vezes depois disso. Para o dizer, basta que votemos BE ou PC, nem que seja com a mão no nariz. Quem julgar que isto não serve de nada, olhe para o medo do Sr. Rehn, para a sua pressa em criar factos consumados antes que o eleitorado português vá a votos: ficará elucidado sobre a utilidade ou inutilidade deste voto.
Basta que não aceitemos o que «tem que ser»; que não nos verguemos ao «inevitável»; que saiamos à rua e defenestremos o Bloco Central – os Condes de Andeiro que infestam os palácios – antes que «matem oMeestre». Basta, em suma, que não sejamos ratos.