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Tenho alguns amigos que acreditam que há dois PS’s. Um PS liderado por Sócrates, tendencialmente mais comprometido com o capital e com a política neoliberal, e um outro a que chamam “a Esquerda do PS”, que teria sido decapitada na sequência do processo Casa Pia e da qual fariam parte personagens ilustres como Vera Jardim, António Costa, Paulo Pedroso ou Ferro Rodrigues.
Este último, após um exílio dourado e muito conveniente como embaixador na OCDE, regressou agora para encabeçar e “dar um ar de esquerda” à lista de deputados por Lisboa para ajudar o querido líder a evitar o naufrágio que se adivinha.
E, para mostrar como apoia coerentemente quem o convidou de forma tão generosa, vem agora defender uma aliança pós-eleitoral do PS com a direita, porque acha completamente impossível uma aliança com os partidos à sua esquerda, «porque ao longo do último ano e meio os partidos de “extrema-esquerda”, mais não fizeram do que “colaborar com a direita em relação à queda do Governo”».
Análise “lúcida e brilhante”, desta esquerda do PS que acha bem aliar-se com a direita porque PCP e BE se opuseram às políticas neoliberais do seu líder.
Com “esquerdas” destas para que raio é que banqueiros, grandes accionistas das multinacionais, especuladores e agiotas necessitarão de Passos Coelho e outros neófitos nas negociatas do grande capital financeiro.