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Há muito tempo, pelo menos para quem assistiu a todas as eleições que se realizaram em Portugal desde a aprovação da Constituição da República em 1976, que estamos habituados a ouvir dizer que as sondagens valem o que valem.
Para quem vai à frente valem como um estímulo e ajudam a “animar a malta”. Para quem vai um pouco mais atrás valem como um outro estímulo, desde que a diferença para os putativos vencedores não pareça inultrapassável.
Já para o cidadão anónimo, mais ou menos bem informado, os “resultados” apresentados pelas sondagens constituem um indicador sobre qual o “cavalo certo” em que se deve apostar. Para os mais determinados nas suas convicções político-ideológicas as sondagens servem sobretudo para ajustar o guião do discurso quando estabelecem contacto com familiares, amigos, colegas ou conhecidos.
Por isso não deixa de ser curioso que Ricardo Costa, um dos “mais importantes” opinion-makers da nossa praça, tenha chamado a atenção para o facto de que as sondagens que vamos conhecendo não passam de “tendências”, alertando para que dentro de três semanas os eleitores serão confrontados com dados concretos sobre as imposições das instituições internacionais que invadiram o país com o consentimento dos partidos que há 35 anos nos governam. No link que aqui deixo [ http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/noticias-pais/2011/4/ricardo-costa-comenta-sondagem-que-aproxima-ps-do-psd-e-escolha-de-nobre21-04-2011-205021.htm ] repare-se como entre o minuto 2:10 e o 3:20 Ricardo Costa explica que por volta de 15 de Maio (a cinco dias do início da campanha) o efeito desse conhecimento pode explodir e rebentar com as “tendências” que agora se conhecem.
Na minha modesta opinião Ricardo Costa antecipa uma explicação para um eventual falhanço estrondoso das “sondagens” com que a comunicação social dependente dos interesses económicos vai tentando condicionar a escolha dos eleitores menos informados.