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O Dr. Fernando Nobre colocou-se no centro do debate político, por ter decidido aceitar um convite do PSD para ser cabeça de lista por Lisboa e, por acréscimo, o candidato que este partido vai apresentar para presidir à Assembleia da República na próxima legislatura.
Há quem ache que se tratou de uma jogada inteligente de Passos Coelho e há, entre os militantes do partido, quem não lhe vá perdoar por dar tanto destaque a um não militante.
Problema de Nobre e de Coelho, que pouco interessa a quem está verdadeiramente preocupado com as condições de vida dos trabalhadores e dos desempregados que vivem neste país.
O Dr. Fernando Nobre é um cidadão no pleno gozo dos seus direitos cívicos e políticos. O PSD é um partido que tem existência legal e uma direcção com plenos poderes para elaborar e aprovar as listas com que vai concorrer à eleições.
Os eleitores votarão no dia 5 de Junho e o voto de cada português tem o mesmo valor do que o dos restantes eleitores. Na urna em que o Dr. Fernando Nobre votar, votarão algumas centenas ou milhares de outros cidadãos. Quando, depois da 19 horas de dia 5, os escrutinadores abrirem essa urna ninguém será capaz de identificar o boletim de voto usado pelo Dr. Fernando Nobre, o que prova que esse voto não vale mais do que qualquer um dos outros.
Esclarecido este ponto, importa referir que acho a posição agora adoptada pelo Dr. Fernando Nobre extremamente coerente. Ele sempre foi um homem da acção caritativa e assistencialista. Nesse sentido, parece-me que a escolha que fez pelo PSD corresponde à visão correcta de quem vê uma criança a correr atrás de uma galinha por causa de um pedaço de pão e guarda a imagem, para mais tarde recordar. É que há quem, conhecendo ou tendo assistido a histórias idênticas, prefira dedicar a vida a lutar pela mudança das políticas que favorecem essa miséria extrema.
No dia 5 de Junho os bons cristãos, que nunca se esquecem da esmola para os seus pobrezinhos, têm em Fernando Nobre o candidato certo, no partido certo. Os outros portugueses, que acham que para resolver o problema dos pobres é preciso erradicar a pobreza, através do aumento da produção nacional e da criação de emprego, têm que votar numa verdadeira alternativa de esquerda.
Alternativa política que passa por:
defesa e promoção da produção nacional, produzindo cada vez mais para dever cada vez menos.
A politiquice no seu melhor.
Os tubarões começaram a sua época de predação!
Até agora é o único que está a defender os interesses do país e dos cidadãos em geral.
Estou-me obviamente a referir ao Sr Jerónimo de Sousa que teve o desplante de dizer a verdade.
Eleições e escolhas
Mouseland: Fábula política – Tommy Douglas
http://professorsemquadro.blogspot.com/
A hisória é muito simples e conta-se assim:
Houve um leilão. Os licitantes eram o PS e o PSD. Haveria outros, mas atrasaram-se. O produto foi arrematado por quem deu mais.
http://www.jn.pt/Opiniao/default.aspx?content_id=1828399&opiniao=Manuel%20Ant%F3nio%20Pina
1- Qual a alternativa de esquerda? É que o PS é ideologicamente de esquerda…
2- Nas eleições de 5 de Junho: votar em qualquer partido excepto nos que já exerceram o poder.
3- Acima de tudo, independentemente da ideologia partidária, o que importa é que exista seriedade e honestidade na governação. Mas para isto, será melhor ler a “Utopia” do Thomas More…
Mário Silva,
O PS renegou a esquerda quando, pela mão de Mário Soares, pôs o socialismo na gaveta.
Na altura não tiveram (como ainda hoje não têm) coragem de afirmar que tinham aderido ao ideário neoliberal que estava a ser aplicado por Tatcher e Reagan, depois de ter sido experimentado por Pinochet no Chile, mas desde os finais de 70, inícios de 80 que o PS aplica as receitas dos Chicago boys. Por isso e para isso Mário Soares apostou na adesão à Europa, mesmo quando a contrapartida era a destruição do aparelho produtivo nacional.
Por isso a opção dos governos de PS e PSD/CDS sempre foi facilitar a vida ao capital financeiro, mesmo com prejuízo dos sectores de produção primário e secundário.
O “país de serviços” proposto por Soares e Cavaco limita-se à garantia da livre circulação do capital financeiro e especulativo, sem atender às necessidades da produção nacional.
O Chile foi o laboratório experimental das teorias do Milton Friedman e que resultou em pleno para as elites do poder: ficaram abjectamente milionárias…
Contudo, a nível nacional tanto o PCP como o BE quando se referem à ‘direita’ apenas mencionam PSD/CDS, deixando a insinuação subtil que preferem um governo PS a um governo com os outros dois, quando efectivamente o socialismo foi colocado na gaveta há muitos anos. Existe uma certa hipocrisia politica que confunde o eleitorado…
Num país geograficamente aberrante, sem recursos naturais de valor acrescentado, que apenas possui a terra e o clima, a estratégia económica devia ter sido o desenvolvimento prioritário do sector primário, como fizeram os noruegueses que possuem petróleo…