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Retomando o mote da campanha de José Sócrates e do PS, os portugueses têm que fazer um pequeno exercício para devolver à procedência a reflexão sobre a utilidade do seu voto.
Parece ser consensual, quer entre a classe política, quer entre comentadores e fazedores de opinião, quer até entre a generalidade dos portugueses, que o voto de dia 5 de Junho se determinará a partir do apoio ou da oposição às medidas de austeridade que o FMI e o FEEF incluirão no pacote da intervenção externa, associada ao empréstimo de umas dezenas de milhões de euros (fala-se em 80 mil).
Sendo essa a escolha que cada eleitor tem que fazer nas próximas eleições – escolher se aceitamos pacificamente o que nos é imposto, ou exigir desde já uma renegociação da dívida (juros, prazos e montantes) – votar no PS é completamente inútil, pelas seguintes razões:
- Se o eleitor concordar que temos que pagar e calar, porque “andámos durante anos a gastar mais do que devíamos”, pode escolher o voto no PSD ou no CDS, que se sentam à mesa com Merkel e Sarkozy, fazendo parte da mesma família política europeia;
- Se o eleitor achar que a solução para os problemas do país passam por negociar com o estrangeiro a “eliminação da rigidez do mercado de trabalho” ou um “ambicioso programa de privatizações“, terá no PSD e no CDS fiéis interpretes dessas medidas, com a vantagem de se ver à mesma livre do indivíduo que nos arrastou para o triste estado a que isto chegou;
- Mas se o eleitor acha que há outros caminhos para sairmos do buraco em que nos meteram e acredita que isto só muda se rompermos com as políticas que beneficiam quem muito tem, à custa de quem só vive do suor do seu rosto, então o seu voto só pode ser num dos dois partidos que, à esquerda, se opõem ao roubo e à exploração dos trabalhadores portugueses: o PCP ou o BE.
Seja como for o facto é que votar no PS é completamente inútil, porque à esquerda há quem defenda coerentemente os trabalhadores sem os trair, e à direita há quem seja capaz de desmantelar o pouco que resta do Estado social, com tanta ou mais eficácia do que Sócrates.
Se quereis tudo na mesma,
no PS votarás,
mas como não sou uma lesma,
Vá de recto SATANÁS,
Concordo plenamente kubano. Quem escreve assim não é gago certamente…e incompetente não escreve assim!