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Agradecendo ao 5 Dias, fica a imagem:
07 Quinta-feira Abr 2011
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Agradecendo ao 5 Dias, fica a imagem:
07 Quinta-feira Abr 2011
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Pouco me surpreenderia que o envio da suspensão da ADD para o Tribunal Constitucional fosse a sequência lógica de uma coreografia, bem encenada por PPC e CS, para garantir a simpatia dos professores relativamente ao PSD, numa altura em que cada voto conta para que o “homem invulgar” seja entronizado como sucessor do “menino de ouro“.
Vamos, então, por partes.
A jogada genial de Sócrates, ao forçar o PSD a chumbar o PEC IV ou ficar a ele irremediavelmente amarrado, tinha que ser compensada por Passos Coelho com uma acção directa de charme junto de uma fatia significativa de eleitores. Havia um grupo numeroso mesmo à mão, ansiando por um salvador que o retirasse das angústias do seu quotidiano: os professores e a ADD.
É certo que esse era um terreno minado, no qual as cambalhotas e reviravoltas dos laranjinhas estavam há muito identificadas, com faltas estratégicas a votações e votos alinhados com o governo, tanto nos tempos gloriosos de Maria de Lurdes Rodrigues, como nos mais aventureiros de Isabel Alçada.
Além de que a posição do baronato, e do próprio chefe do clã laranja, sempre foi muito clara: a ADD é uma conquista da modernidade sobre o anacronismo e o imobilismo corporativo-sindical, sendo altamente funesto admitir a sua alteração.
Foi então que se fez luz nas cabeças de algum estratega laranja, cheio de vontade de meter as mãos na massa, ou mais prosaicamente de ir com toda a sede ao pote: «Seria genial aproveitar o agendamento da discussão da ADD, feito pelo BE, para fingir que queremos mesmo (e muito) acabar com esta farsa». E se bem o pensou, melhor o fez.
Sabendo-se que o tempo escasseava para aprovar um texto complexo, que careceria de debate em sede de especialidade e retorno ao plenário, corria-se o risco de a AR ser dissolvida antes da votação final global, no caso de ter que cumprir todos os procedimentos regimentais. Foi nessas circunstâncias que foi possível consensualizar o texto que foi votado e que teve, da parte da bancada do PSD, um voto contra e perto de uma dezena de declarações de voto.
Logo aí ficou claro que o PSD deixou passar o diploma, não lhe dando exactamente o mesmo destino que tinha dado a texto idêntico votado em 7 de Janeiro, mas tinha a secreta esperança (quiçá certeza) de que Cavaco Silva se encarregaria de tornar inútil a votação.
Tudo ficava, como parece ter ficado assim, no melhor dos mundos: o PSD com os louros de estar ao lado dos professores para acabar com a ADD pode pedir-lhes o voto com um ar compungido, ao mesmo tempo que promete que para o ano tudo mudará (para que tudo fique na mesma); Cavaco Silva que promulgou compungido as leis da IVG e do casamento entre pessoas do mesmo sexo, reconcilia-se agora com os seus indefectíveis apoiantes ao impedir que os madraços dos professores e seus perigosíssimos sindicalistas, façanhudos e de bigode, averbem uma vitória contra o rigor e a exigência da accountability, tão necessária para ajudar o FMI a combater a crise.
Nota final: Se alguém, algum dia, confirmar que esta ficção tem algo a ver com a realidade, podem ter a certeza que é mera coincidência.
07 Quinta-feira Abr 2011
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Não tendo sido dos que abriram garrafas de champanhe, quando se soube da votação, confesso ter acreditado que o presidente fosse capaz de respeitar a vontade da maioria dos deputados que, na Assembleia da República, deram voz à indignação e ao protesto de muitos milhares de professores.
Não se sabendo qual o desfecho da decisão tomada por Cavaco Silva, de uma coisa podemos ficar certos: na prática ela garante que o ciclo de avaliação chegue ao fim, uma vez que não é previsível que o Tribunal Constitucional se pronuncie antes do final do ano lectivo.
É com este facto que, todos quantos estamos contra este modelo de avaliação, nos temos de confrontar. Já sabíamos que a luta é longa e se faz combatendo muitas batalhas. Temos agora pela frente mais algumas, que exigem determinação e solidariedade de todos quantos estamos envolvidos – avaliados, avaliadores e CCAD’s.
E, claro, convém não esquecermos estes “piquenos episódios” quando formos votar no dia 5 de Junho. É que os professores têm a obrigação de saber quem foram os deputados que, desde 2005, sempre se manifestaram contra a destruição da escola pública e da carreira docente, apresentando alternativas sólidas e coerentes contra o que os governos do PS aprovavam com o beneplácito do PSD e do CDS.