Faz hoje três anos que se realizou a Marcha da Indignação.
Desse dia guardo dois sentimentos contraditórios. O primeiro, talvez o mais forte, a enorme sensação de alegria e satisfação por participar numa manifestação que ultrapassou tudo o que era expectável, sobretudo quando parecia que nada havia a fazer. O segundo, um pouco mais amargo, que foi a clara percepção de que muitos daqueles rostos que ali encontrei (e que também desceram a Avenida da Liberdade com entusiasmo) não estavam ali exactamente pelos mesmos motivos que eu.
Daí que sempre tenha tido consciência (e sempre tenha afirmado) que os 100.000 só lá estiveram por “ser contra Maria de Lurdes Rodrigues”, porque no dia em que fosse indispensável ser a favor de qualquer coisa, aquela aparente unidade iria esfumar-se como veio a acontecer.
É certo que ainda foi possível acrescentar mais uns milhares, a todo aquele mar de gente, quando se realizou a manifestação de 8 de Novembro, mas a verdade é que bastou que o ministério anunciasse o fim da obrigatoriedade das aulas assistidas e foi um ver se te avias de professores a entregarem Objectivos Individuais. Apesar de estes nunca terem sido obrigatórios.
Infelizmente, nesse altura, muitos dos 100.000 que tinham descido duas vezes a avenida acabaram por dar razão a um secretário de estado, que tinha tido o despudor de afirmar que «os professores são como os ratos, se se lhes dá uma bolacha querem um copo de leite.» (Auditório da Estalagem do Sado, 16/11/2008)
É tudo isto que mina a alegria que deveria ser a comemoração do 8 de Março como um grande dia na luta dos professores. É um facto que foi um dia de grande importância, mas na verdade esta luta é muito mais do que um momento para viver, recordar e contar aos vindouros. A luta dos professores não começou no dia 8 de Março de 2008 e não acabou a 8 de Novembro. Ela mantém-se e precisa de todos os que se recusam a ser tratados como ratos, mas, pelo contrário, estão dispostos a fazer valer a sua dignidade pessoal e profissional.
É também isso que iremos mostrar no próximo sábado no Campo Pequeno.
Esse tal SE percebe muito de ratices…
É tão fácil atribuir responsabilidades aos outros.
E que tal fazermos, todos, um exercício de auto-crítica?
O Reb é mesmo “rebelde”.
Já fez o seu exercício?
Qual foi o resultado?
Como é que estamos quanto a aulas assistidas?
Reclamou do roubo no salário?
Aprovou na sua escola moção para suspender a ADD?
Vai contar como foi e é, ou fica-se pelas perguntas retóricas?
O Reb não foi avaliado no biénio anterior. Chega-lhe?
Este biénio, não pediu nadica de nada. O Reb abomina a avaliação entre-pares e nestes moldes.
Ainda assim, está disposto a fazer alguma auto-crítica, caso o autor deste blog abra um post para que cada um escreva o que acha que poderia ter feito, de melhor, na luta dos últimos anos.
É mais fácil analisar os erros dpois das consequências estarem à vista.
Abraço do “Reb”.
Reb,
Os últimos anos a que te referes começam quando?
Em 2008? Em 2007? Em 2005, para tomarmos como referência os governos Sócrates?
Ou contarão apenas para a “web 2.0”?
Se ainda não percebeste, a ideia não é que cada um se ponha em bicos de pés, mas que cada um dê o seu contributo para o interesse comum.
Claro que isso de “interesse comum” é algo muito complicado de fazer (não de proclamar), quando se olha demasiado para o próprio umbigo e se é contra a abordagem colectiva dos problemas.
Olha, como amiga e seguidora do sujeito que não me nomeia, mas faz postes sobre o que escrevo, podes sempre dizer-lhe que mentiroso e recriador da história é quem comenta lendo só o que lhe interessa.
Mais um comentário ressabiado com o autor do blogue do Umbigo.
Já mete dó.
Vamos acabar com os RATOS e a RATICE, no que toca ao meu caso, já encomendei umas paletes de rakumim.
ó fjsantos trata-te…