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O Ramiro Marques tem vindo, coerentemente, a defender um conjunto de soluções para a educação e a escola pública que colam perfeitamente com a visão neoliberal , indutora da privatização como “the one best way”. Em simultâneo têm-se revelado como um dos mais ferozes opositores do governo Sócrates, que identifica como governação socialista.

Descontando o facto de, nos últimos trinta anos, terem sido os governos socialistas e social-democratas a promover uma gestão social do mercado (como se tal fosse possível), a simples observação da prática governativa do injinheiro bastaria para afastar qualquer dúvida sobre a natureza neoliberal e anti-esquerda do governo português.

De facto, acusar num post o socialismo de empurrar os jovens licenciados para a emigração, quando no post anterior descreve a forma criativa como o mesmo governo engendrou os mecanismos que irão privatizar as escolas secundárias de referência, através da sua alienação a grupos empresariais que sejam importantes players na área da educação, é um pouco rebuscado, ou revela da parte de quem escreve uma baixa consideração pela inteligência dos seus leitores.

Criar mercados educativos não faz parte de nenhuma tradição socialista, tal como não faz a desvalorização dos quadros nacionais e da força de trabalho. Essas são linhas de acção que se podem encontrar em qualquer manual da vulgata neoliberal que aprisionou os estados e os governos da UE.