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Daily Archives: Julho 18, 2010

Ainda o Plano Inclinado de 17 de Julho

18 Domingo Jul 2010

Posted by fjsantos in Não classificado

≈ 1 Comentário

Como já expliquei antes, vi o programa, mas não o gravei.

Dessa forma é-me impossível reproduzir textualmente as afirmações dos participantes, tendo que fazer apelo à memória do que vi e ouvi, pelo que muitas coisas ficaram por escrever nos posts anteriores.

Uma, de que me lembrei só agora, foi a afirmação de Nuno Crato de que um dos erros de Maria de Lurdes Rodrigues foi não ter conseguido impor a prova de admissão à profissão. Também neste caso, a intervenção de Rosário Gama se ficou àquem do desejável, ao referir apenas a qualidade da formação dos antigos orientadores de estágio para justificar que a prova talvez possa ser necessária (achará que os que ainda exercem funções de orientação não têm formação, ou são incompetentes?).

No entanto, bastaria lembrar ao insigne Professor Doutor que a investigação sobre formação e avaliação de professores há muito constatou a inexistência de uma relação consistente entre os testes de competência e a performance na sala de aula (Darling-Hammond, 1983, p.66)

At the same time, in the name of raising standards for teachers, a number of states have induced more serious shortage by requiring competency tests for teacher certification. Competency testing in various states has reduced the supply of teachers from 10 to 50 percent in different years (Toch, 1983, SREB, 1979) Although these tests are meant to screen out incompetent teachers, studies have not found any consistent relationship between scores on teacher competency tests and measures of teachers performance in the classroom (Ayers and Qualls, 1979, Andrews, Blackmon and Mackey, 1980, Quirk and others, 1973). This should not be too surprising since the act of test-taking is different from the act of teaching. Further, many of the test questions on the National Teacher Examinations, for example, have nothing to do with knowledge of subject matter and little to do with the application of pedagogical principles to diverse classroom situations.

Darling-Hammond, L. (Outubro de 1983). Teaching Standards or Standardized Teaching? Educational Leadership , pp. 66-69.

Opiniões vs factos

18 Domingo Jul 2010

Posted by fjsantos in hipocrisia, políticas públicas

≈ 7 comentários

Etiquetas

Combate político, propaganda

Ontem escrevi um post comentando o programa Plano Inclinado e a forma como Rosário Gama não soube, ou não quis, dizer aos comentadores residentes que as afirmações que fazem sobre a escola pública são erradas e não passam de propaganda arrivista, ao serviço de uma agenda privatizadora do ensino.

Paulo Guinote, o zeloso guardião dos professores contra o perigo do comunismo, decidiu classificar o que escrevi como «absolutamente vergonhoso [com] ranço no ataque pessoal».

Paulo Guinote, não só como o mais mediático “profbloguer” luso, mas também como cidadão do Portugal de Abril, tem direito a ter opinião e a expressá-la. Convém, no entanto, que quando acusa alguém de cometer actos vergonhosos e rançosos no ataque a outrém, apresente os factos em que baseia a sua opinião.

Eu vi o programa em causa. Não sei se Paulo Guinote o viu, embora ele afirme que o tem gravado (se calhar ainda não teve tempo de ver).

Se Paulo Guinote não viu ainda o programa, a acusação que me fez é infundada, injusta e revela uma falta de honestidade a toda a prova. Se já viu o programa, terá reparado (como eu e todos os espectadores) que foram produzidas afirmações gravíssimas pelos comentadores residentes e que Rosário Gama nem sequer as contestou.

Cito de memória algumas pérolas:

Sobre direcção das escolas

  • Medina Carreira afirmou que não deve haver democracia na gestão das escolas. Os directores existem porque é preciso “haver quem mande” e “uma cara para saber a quem pedir responsabilidades”;
  • Nuno Crato afirmou que a qualidade da direcção de uma escola se mede pela ausência de barulho nos corredores e pela forma como [os funcionários] interpelam os visitantes;
  • Nenhum dos dois admite a possibilidade de não haver uma direcção unipessoal.
  • Rosário Gama foi incapaz de contrapor a esta visão autoritária e antidemocrática, os valores da liberdade, da democracia e da qualificação profissional dos professores como parte imprescindível no governo da escola.

Sobre negociação de políticas educativas

  • Medina Carreira afirmou que os ministros não têm que negociar nada. Têm que chegar ao ministério e aplicar a “sua reforma”, desde os programas, à avaliação dos professores, ao estatuto dos alunos.
  • Rosário Gama perdeu a oportunidade para explicar a Medina Carreira que essa foi a forma de actuar de Maria de Lurdes Rodrigues, Jorge Pedreira e Valter Lemos, superiormente comandados por José Sócrates, Teixeira dos Santos, Pedro Silva Pereira e Augusto Santos Silva, com os resultados sobejamente conhecidos por todos os professores e pela generalidade dos portugueses.

Sobre cumprimento dos deveres profissionais dos professores

  • Nuno Crato afirmou que, ao contrário do que acontecia antes, quando os alunos tinham “uma balda” e festejavam porque esse era um acontecimento raro, agora os alunos desejam ter professores exigentes e cumpridores, porque o normal é os professores faltarem e as aulas serem uma balda.
  • Rosário Gama ficou muda e queda e, com o seu silêncio, admitiu que a generalização feita por Nuno Crato é correcta, permitindo que mais uma vez passasse a mensagem de que os professores portugueses faltam muito e não ensinam nada.

Estes são apenas alguns dos factos, constatáveis por quem viu ou quiser dar-se ao trabalho de ver o referido programa.

Denunciar os ataques que os comentadores residentes fazem contra os professores das escolas públicas e chamar a atenção para o facto de uma “líder” dos professores ter deixado passar tais ataques em claro, só poderá ser classificado como ataque pessoal por quem se revê no discurso que é produzido naquele programa e por aqueles comentadores.

Sob a capa de “técnicos”, “especialistas” e agora de “pensadores do meu país” como os apelidou Mário Crespo, estes senhores fazem política, defendem uma visão do país e perseguem uma agenda que tem claros contornos partidários no espectro mais à direita do panorama político nacional.

Denunciá-lo é um dever de cidadania e não um ataque pessoal a quem quer que seja.

Quanto aos outros indivíduos que, de forma mais ou menos provocatória, comentaram o que escrevi sem o ter lido ou, tendo lido, sem o perceber, não merecem mais do que um sorriso complacente, esperando que um dia vejam mais do que o “prato do dia” que lhes põem à frente.

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