Etiquetas
Como é público e notório, as minhas divergências políticas com o Ramiro Marques são profundas, embora nunca tenham enveredado pela picardia provocatória ou pelo insulto mais ou menos velado, que apenas inquina as relações entre as pessoas.
Nos últimos dias o Ramiro tem-se multiplicado na publicação de posts que anunciam o inevitável, como se um governo PSD depois do governo PS fosse uma novidade, o único caminho possível, ou o fim do desastre político e do desgoverno das três últimas décadas em Portugal.
Há dois dias foram «As melhores frases do próximo ministro da educação», transformando o maior beneficiário do discurso eduquês num político conhecedor e responsável, verdadeiro salvador da pátria e da escola pública.
Hoje são os «7 conselhos a Passos Coelho», em que transforma um neoliberal com formação integralmente jotinha num estadista que, qual D. Sebastião, salvará o país do naufrágio.
Dizer, como faz o Ramiro, que votar PPC é a única forma de o país se ver livre dos governantes que conduziram Portugal à bancarrota e à mendicidade internacional, só pode ser uma bucha cómico-trágica, na ópera bufa em que está transformada a cidadania em Portugal.
A “alternância” governativa, entre PS e PSD/CDS, que a opinião publicada insiste em apelidar de democrática, tem conduzido Portugal ao descalabro em que nos encontramos, num remake série B do final da monarquia e do tempo da república.
A única forma de quebrar o ciclo de empobrecimento e de políticas erradas é impedir que os responsáveis pelos desgovernos, desde o 1º governo Soares, sejam responsabilizados e varridos da cena política nacional.
É mais que tempo de acabar com o álibi do PREC, atribuindo às instâncias de governação que não foram eleitas nem são escrutinadas pelos cidadãos a responsabilidade pela forma antidemocrática como os portugueses têm sido obrigados a aceitar as políticas desenhadas e impostas. É tempo de devolver a política aos cidadãos.
Seria importante que a tendência da sondagem hoje publicada (sei que vale o que vale) se viesse a concretizar num futuro próximo. Num quadro em que o PS perca a hegemonia esmagadora que tem junto de alguns sectores da esquerda portuguesa, sendo obrigado a negociar com os partidos de esquerda, desde que os partidos da direita parlamentar não consigam obter maioria de governo, será finalmente possível inverter o sentido das políticas e promover um desenvolvimento económico e social que não exclua a classe trabalhadora.
viva
não tenho qqr filiação partidária. Minto, tenho uma: associado do SPRC (vulgo totóista).
Fica uma pergunta, quiçá estúpida: por que será que os “socialistas” (aquele grupo de cidadãos que votam no partido neoliberal que até já foi social-democrata) continuam a assistir à mumificação em vida do partido inteiro?
É que para, que o PPCoelho não venha a ser a V.2 do C. Silva, é urgente que os social-democratas do PS agitem os pelos das ventas.
Isto digo eu, que padeço de iliteracia crónica ou cíclica.
cumprimentos pessoais e sindicais
Pois é…
o “socialismo na gaveta”, ideia fundamental de toda a acção política soarista e dos seus herdeiros políticos, trouxe-nos onde estamos.
É tempo de abrirmos a gaveta, libertando a força criadora da esquerda que não se vende por um prato de lentilhas ao neoliberalismo capitalista.