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O Paulo Guinote de vez em quando mimoseia-me com juízos de carácter que muito me lisonjeiam, sobretudo quando percebe que os tiros que resolveu dar não acertam na frota inimiga e atingem apenas água.
Sob a bandeira da defesa dos interesses de quem está nas escolas, contra quem há muito anda pelos gabinetes, o Paulo resolveu encetar uma cruzada pela verdade das actas e das negociações Fenprof-ME. Para lá deste discurso, mas sem explicitar as suas intenções, o combate dirige-se contra o que ele considera perigosíssimo, que é o controlo do PCP sobre os professores, por intermédio da grande representatividade negocial da Fenprof, que desde 2006 tem como secretário-geral um notório comunista. Porque todas as críticas que lhe podemos ir lendo se dirigem à “incompetência negocial” da Fenprof, omitindo dessas críticas qualquer referência às restantes organizações que se sentaram à mesa das negociações, quer as que assinaram o acordo de 8 de Janeiro, quer as que se recusaram a fazê-lo, sem que tenham até hoje mostrado o conteúdo das actas das respectivas reuniões.
Na bicada com que me quis envolver na polémica, o Paulo insinua duas coisas. Primeiro que terei uma agenda secreta (estas das agendas secretas começa a parecer obsessão do foro psiquiátrico) que justificaria o meu desejo de não me envolver em polémicas. Depois apresenta-me como uma espécie de idiota útil, ao serviço da tal agenda comunista de controlo dos professores pela via sindical.
Quanto à questão do meu envolvimento em polémicas, o Paulo percebeu mal. O que não estou disposto é em alimentar conversas de café ou comentários do tipo dos que se vão lendo pelo blogue dele. Nunca me preocuparam as page views e o aparecer ou não nalgum top de blogues mais visitados.
Sobre o meu aggiornamento só posso responder que esta semana termina o meu 32º ano lectivo ininterrupto e que continuo a gostar muito de ser professor e trabalhar com alunos, quer os do Casal da Mira de quem fui DT nos últimos 3 anos, quer os de um colégio de renome no Lumiar, onde lecciono duas turmas do 1º ciclo. Ao contrário de grande número dos frequentadores activos do Umbigo que, dizendo-se professores, afirmam permanentemente o seu desejo de deixar de o ser, mesmo quando só andam nisto há meia dúzia de anos.
E quanto ao título do post? O que é que tudo isto tem a ver com as actas?
Pois bem, serve o que atrás fica escrito para esclarecer que não me darei ao trabalho de interpretação destas actas, como de quaisquer outras, porque aprendi nestes 32 anos de profissão que as actas valem o que valem.
Para mim sempre foi claro que o acordo assinado não correspondia à capitulação do governo. Isso mesmo foi afirmado por todos os dirigentes sindicais na madrugada de 8 de Janeiro, tanto da Fenprof, como das restantes organizações que o subscreveram.
De forma pouco racional e politicamente absurda, uns quantos revolucionários de extracção recente, armados em Cohn-Bendit’s à portuguesa, resolveram exigir a rendição incondicional e a humilhação pública de quem tinha ganho as eleições gerais, realizadas três meses antes. E considerar traidor quem aceitou menos do que as cabeças de MLR/JP/VL, acompanhadas das de JS/TS.
O episódio final desta saga concluiu-se ontem, com a análise exaustiva que o Paulo Guinot fez do conteúdo das actas para provar a sua tese de que Mário Nogueira ou é um ingénuo, ou apenas estava interessado em valorizar a intervenção e o reconhecimento oficial da Fenprof por parte do governo.
No entanto, para quem tanto presa as audiências e a participação aguerrida das suas hostes, o resultado parece-me pífio. Dei-me ao cuidado de fazer uma outra análise, que a das actas pouco me interessa. E concluí que os 6 postes que o Paulo dedicou a esta sua causa tiveram, até há cerca de uma hora atrás, a visita de 30 nicknames diferentes, produzindo 74 comentários, correspondendo a uma média insignificante (de acordo com os parâmetros umbigueses) de 12,333 comentários por post.
Os 30 nicknames diferentes (que não significa que sejam 30 pessoas/professores diferentes) intervieram da seguinte forma:
- 17 com 1 comentário
- 2 com 2 comentários
- 3 com 3 comentários
- 4 com 4 comentários
- 1 com 5 comentários
- 2 com 7 comentários
- 1 com 8 comentários
À luz destes números o que se me oferece dizer é que se trata de uma matéria que apenas interessa a um reduzidíssimo número de pessoas, algumas efectivamente professoras, e que este é um peditório para o qual nem os amigos do umbigo já estão dispostos a dar. É que a sua desmobilização é tal, que já nem para malhar na Fenprof e em Mário Nogueira se sentam a escrever.
Estou a ficar um pouco farta da conversa sobre as actas. Neste momento, temos dois problemas gravíssimos entre mãos e ninguém se manifesta. Os mega-agrupamentos e o encerramento das escolas do 1º ciclo no interior do país. Relativamente ao último a FENPROF já se manisfestou veementemente contra, no entanto relativamente aos mega-agrupamentos não se ouve uma palavra! A mim pouco me interessa se MN é ou não comunista! Eu sou PSD e há muitas coisas com as quais concordo quer com o MN, quer com o FJSantos. A educação deveria estar fora do círculo da política.Eu tanto leio Ramiro Marques como FJSantos!Nem sempre concordo com as teses de FS, mas respeito-as. Este é um blogue sobre educação, sem mulheres nuas e comentários a roçar a ordinarice, se é que me fiz entender!
“É que o RM parece continuar a acreditar que “estamos todos no mesmo barco”, e a preocupação de todos os professores se esgota nas questões da escola pública e do profissionalismo docente. Por isso não considera a possibilidade de existir quem, desde os finais de 2007 início de 2008, se julgue uma espécie de Cohn-Bendit português, disputando a arena mediática com quem considera serem os verdadeiros culpados do estado de anomia dos portugueses em geral e dos professores em particular – os dirigentes sindicais da maior organização de professores do país. E até ache, nesse seu sonho revolucionário, que um dia poderá transferir-se da escola da periferia urbana em que trabalha para corredores atapetados, onde se respira o perfume inebriante do poder.”
Para quem não gosta de insinuações, bocas, de mimos ” com juízos de carácter” ou de bicadas, as suas afirmações/insinuações parecem de todo despropositadadas. O serviço dos professores não passa por termos sempre a posição correcta em tudo mas antes pelo desejo de ser em tudo correctos e justos nas nossas posições e, acima de tudo, pelo desejo de servir a causa dos professores dentro das nossas possibilidades. Nega isto ao seu adversário? Ou não resiste a bater naqueles que, em sua opinião, estão agora em curva descendente (de comentários entenda-se)? No primeiro caso é feio não reconhecer o valor a quem o tem, no segundo … é uma atitude feia.
O Francisco não tem emenda. Ou então, gosta de ouvir as “paulettes”…
Johnny Guitar
“paulette” será mesma a sua prezada tiazinha.
Quero pedir gentilmente ao Nando, que se assina como “lerdotótó” no endereço electrónico, que não venha conspurcar esta caixa de comentários com agressividades sem sentido.
Não respondi, nem vou responder ao 1º comentário, mas como parece querer continuar a baixar o nível, recomendo-lhe que procure outros sítios cujos donos gostam dessas pretensas polémicas para incrementar as estatísticas de visibilidade.
Antecipo o meu agradecimento pela sua compreensão.
Gentilmente digo:
Para si agora o email está correcto, pode usar se quiser. O Nick é sempre o mesmo há anos. O email que lhe está associado só serve para isso nem o abro. Satisfeito?
Conspurcar o seu blogue é contradizê-lo ou char a atenção para as suas contradições? Laento e com a maior compreensão deixo de lhe colocar qualquer tipo de comentário.
Defender alguém quando é maltratado ou injustiçado é defendermos também a nossa própria posição e a de todos quantos são maltratados ( o FJ também já disso se queixou).
O tom que usou na resposta só lhe fica mal até pelo tom ofendido que assume perante quem o não ofendeu. Contudo vejo que aprecia e não tem reparos a fazer ao Johnny Guitar para si decerto um modelo de comentário.
Lamento de qualquer forma ter invadido o seu espaço e decerto não o farei mais, mesmo que venha a dizer que este é um espaço aberto à participação de todos e em defesa dos professores.
Por fim que nível é que alguém pode ter quando alguém lhe chama “paulette” (alguém que não me conhece nem sequer sabe as ideias que defendo) e o dono do Blogue fica impávido e sereno. Sabe é por essa razão que eu muitas vezes não participo no blogue do Paulo, existem muitos Johnny Guitars por lá. Não os aprecio lá mas também os não aprecio aqui, lamento que a sua postura seja diferente, pensei que não.
Agradeço os espaços que utilizei no seu blogue e despeço-me
Ps: desculpe eventuais erros e faltas de virgulas ….
Não sejas narcisista.
Quem não quer meter-se em polémicas nem és tu.
É outro.
Mas tu nem percebes nada.
Falava de alguém que me pediu para o não envolver em polémicas públicas.
Tem juízo.
Um post deste tamanho para nada.
Olha, coloca as tuas estatísticas à vista.
Eu estou registado no Blogómetro.
Get a life.
Sobre as actas, quem as exigia da Fenprof, mas não a nenhuma outra organização, deixou claramente perceber o que o movia: ter mais um “pretexto” para atacar aquela central sindical, nada mais. Quem, com sinceridade, quisesse analisar todo o processo teria de exigir as actas de todos os intervenientes. Evidentemente, aqui há muito anti-sindicalismo e muito anti-comunismo e despeito também, daqueles que se julgam generais mas não conseguem formar um exército. Enfim, a causa dos professores estaria arrumada se, por infelicidade, gente dessa alguma vez conseguissem chegar ao topo do sindicalismo. As lições da história servem para alguma coisa. Não é nada de novo o que por aí se passa.