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Uma das bandeiras frequentemente agitadas pelos especialistas da luta contra a “hegemonia do PC nos sindicatos” é a de que se assiste a uma perda de representatividade da FENPROF no seio dos professores.
O assunto foi até tema de notícia de 1ª página do DN, durante o X congresso desta federação de professores e foi, pressurosamente, recuperado por alguns blogues e seus comentadeiros.
A propósito de uma espécie de polémica, que aqui ocorreu ontem, fui à procura de imagens do 8 de Março, duas das quais publiquei.
Depois fiquei a matutar: mas se é verdade que o apoio “aos sindicatos” tem vindo a diminuir, com tantas “dessindicalizações” como para aí se apregoa, e ao mesmo tempo os movimentos se revigoraram e se constituíram em pólos aglutinadores do sentir dos professores, onde estariam aquelas centenas de t-shirts pretas das fotos que publiquei, durante a manifestação do último sábado.
Do MUP reconheci o Ilídio, com quem estive à conversa. Da Apede encontrei o Ricardo, o António, a Isabel e o Zé Filipe, com quem também desci um troço da avenida, falando sobre escola e políticas de educação. Os outros, se estiveram lá não se deu por eles, porque engrossavam a presença dos sindicatos da FENPROF.
Daí que me fique a dúvida? Está tudo bem com os professores, ou quem desceu a avenida em Março de 2008, sob as faixas dos movimentos, já não está para seguir os apelos dos seus dirigentes?
Da APEDE estiveram mais, não os viste todos, mas podes perguntar à Isabel Pires que ela confirmará. Alguns até os encontrei na Avenida da Liberdade, como a muitos outros colegas que fui conhecendo pelas escolas. Da D. Carlos foram outros mais, descendo a Avenida como professores que são, uns com bandeira, outros não. Mas, de facto, não foram todos. Tenho a certeza que viriam mais se não tivesse havido um Memorando, um Acordo de Princípios e tudo o mais que expliquei no debate na Faculdade de Ciências e resumi no último post no blogue da APEDE. Não foi certamente a APEDE que arrefeceu a luta, que derreteu a mobilização, que decidiu a luta nas costas dos professores. Ainda assim, em Setembro, dia 19, a última vez que houve faixas dos movimentos, estavam lá muitos, mesmo mais do que estiveram no 8 de Março.
Não posso deixar de assinalar, no entanto, que te refiras agora com tanto entusiasmo ao poder mobilizador da APEDE no 8 de Março quando ainda há pouco tempo dizias que a APEDE nem existia antes dessa 1ª manifestação.
Finalmente, uma coisa posso garantir: ninguém na APEDE ameaçou os sócios com processos disciplinares se se juntassem à manifestação de 29 de Maio. Nós apelámos à mobilização, como sempre fizemos. Coisa que nem todos podem dizer… neste processo da luta de professores. E ISSO É QUE É LAMENTÁVEL!
Por isso, se o que se pretende é arranjar culpados para os fracos níveis de mobilização docente neste 29 de Maio, há que procurar outras razões e responsáveis.
Com cerca de 10 milhões de euros por ano (contas por baixo), 60 mil sócios, gabinetes jurídicos, direitos de negociação, etc, creio que se poderia ter feito muito mais nestes últimos tempos… mas é só a minha opinião.
Afinal, como é possível explicar que dos 60 mil associados da FENPROF nem 5% tenham comparecido na manifestação? Estará tudo bem com os professores sindicalizados… ou será que já não estão para seguir os apelos dos seus dirigentes?
Na volta, os culpados ainda somos nós, os malandros dos movimentos que, apesar de tudo, ainda procuram mobilizar a classe e descem da 5 de Outubro aos Restauradores…
Eu sou sindicalizada mas não por muito tempo. Estou a pensar entregar o meu cartão muito em breve. Aliás, só estou mesmo à espera que saia o novo ECD e a ADD.
Estou profundamente desiludida com o meu sindicato e em geral com a FENPROF. Há meandros que desconheço mas que me deixam muito desconfiada sobre os reais interesses do sindicato dominado pelo PC mas em guerras internas.
O mal não é o PC…são os outros…