Os “Grandes Educadores dos Professores Portugueses“, verdadeiros mestres da arte de bem contestar as políticas educativas, têm andado especialmente preocupados em demonstrar que a Fenprof – que denominam de “os sindicatos” – não sabe o que anda a fazer, e com isso prejudica os professores.
É o que podemos constatar ao ler o que se escreve, p.ex., aqui, aqui, ali, acoli, ou acolá.
Num post anterior, tentei explicar, a quem não usa antolhos, o processo de construção da acção pública que nos conduziu a esta situação. Entender o que aí ficou expresso parece ser areia demasiada para “certas e determinadas” camionetas.
É por isso que agora sugiro a leitura deste singelo esclarecimento sobre a posição, clara e cristalina como água, da Fenprof (que não “dos sindicatos”):
CONCURSOS PARA CONTRATAÇÃO DE PROFESSORES
A FENPROF manteve durante o dia de ontem, na sequência do que já acontecera na semana passada, um contacto quase permanente com o Ministério da Educação no sentido de ser prorrogada, por mais um ano, a norma que permite a não consideração da avaliação de desempenho como factor de graduação profissional para efeitos de concurso. Posteriormente, no âmbito da negociação para revisão do regime de concursos, a FENPROF pretende eliminar a influência da avaliação de desempenho, definitivamente, naquele regime.
Como a FENPROF tem afirmado, seria extremamente injusto que, depois de dois anos tão conturbados na aplicação do regime de avaliação, em que a diversidade de situações e a inexistência de tratamento igual para situações idênticas foram extremamente sentidas (com escolas a não atribuírem determinadas classificações e outras a adoptarem os mais variados critérios e procedimentos avaliativos), que, agora, isso pudesse ser determinante na fixação da graduação profissional e que, por essa razão, alguns docentes pudessem ver posto em causa o seu emprego ou fossem relegados para escolas mais distantes da sua residência familiar.
Desde a semana passada, como antes se disse, que a FENPROF procura encontrar uma solução para o problema. Espera-se que tal solução possa surgir rapidamente, eventualmente ainda durante o dia de hoje.
Como é seu timbre e sua obrigação, neste como em tantos outros momentos difíceis para os docentes, a FENPROF age no sentido de encontrar a solução mais justa e que melhor serve os direitos e interesses daqueles que representa: os professores e educadores portugueses.
O Secretariado Nacional
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Vamos lá então a ver se o professor, que não usa antolhos, consegue explicar a contradição que a seguir se evidencia:
Na nota informativa da FENPROF escreve-se isto:
“A FENPROF manteve durante o dia de ontem, na sequência do que já acontecera na semana passada, um contacto quase permanente com o Ministério da Educação no sentido de ser prorrogada, por mais um ano, a norma que permite a não consideração da avaliação de desempenho como factor de graduação profissional para efeitos de concurso. Posteriormente, no âmbito da negociação para revisão do regime de concursos, a FENPROF pretende eliminar a influência da avaliação de desempenho, definitivamente, naquele regime.”
A APEDE escreveu isto:
“A APEDE relembra que, no final da longa noite da celebração do Acordo, o líder da FENPROF, Mário Nogueira, afirmou perante as televisões, de forma clara e bem audível, na conferência de imprensa que se seguiu à assinatura do referido Acordo, que tinha ficado GARANTIDO que as classificações de Excelente e Muito Bom NÃO SERIAM consideradas para efeitos de concurso. Vimos, ouvimos e registámos!”
(…)
Não estava já tudo acordado? Não tinha ficado decidido? Pode existir alguma dúvida sobre isto? Como é possível ficar-se à espera de uma resposta sobre algo que tinha sido dado como selado?
(…)
Estará o ME a recuar e a violar compromissos assumidos? Serão questões técnicas/problemas informáticos que obviaram à alteração/correcção atempada da aplicação electrónica? Deve ser isso, certamente é isso… pois não queremos acreditar que Isabel Alçada fosse capaz de tal atropelo à palavra dada e muito menos acreditamos que Mário Nogueira tivesse mentido aos professores, na noite do “Acordo”.
Era isto que o Francisco Santos, professor que não usa antolhos, devia tentar esclarecer e não preocupar-se tanto com movimentos e bloggers que, segundo a a tese oficial da FENPROF, “não têm uma grande influência junto dos professores e educadores”.
A APEDE, ainda assim, não deixa de registar e agradecer a forma atenta como é seguida.
Esclareça-nos sr. Santos.
Obviamente que também me preocupa que a Fenprof seja confundida com “os sindicatos”.
Ao texto abaixo, que escrevi noutro local, adiciono mais estas formas dignificantes de tratar “os” professores: “Breve esclarecimento aos “grandes educadores”; “tentei explicar, a quem não usa antolhos”; “Entender o que aí ficou expresso parece ser areia demasiada para “certas e determinadas” camionetas.”
Voltamos à encardida fórmula do quem não é por mim, é contra mim?!
Senhor F.S., o senhor está a prestar um péssimo serviço à FenProf! Cada tiro cada melro! O senhor fica com os pés esburacados de tanto atirar neles!
A camioneta do pessoal estaciona diariamente, faça chuva, faça sol, à porta de uma escola! Se é que me entende.
Cinja-se à informação que lhe compete e deixe-se de tecer considerações tontas que desprestigiam o sindicato que representa. Se tem “engulhos” pessoais com alguns colegas resolva-os de outra forma sem que tenha de cair nas generalizações. Afinal o senhor representa o sindicato ou não?
Boa tarde
Texto que escrevi noutro blogue:
““A arraia miúda faz o resto do trabalho”
“diarreia de comentários boçais.”
“o teu blogue infestado ”
Caros F.S. e Narciso VIII, francamente não percebo o que espera o sindicato dos muitos professores que vão visitando este blogue, ao ler estas frases que demonstram desprezo por todos eles: os sindicalizados, os não sindicalizados, os pró, os contra, etc, etc.
De uma estrutura sindical espera-se algum recato e respeito por uma classe, neste caso a dos professores, porque essa vossa reacção a críticas demonstra que estão “verdes” para aceitar a livre expressão. Tal como Sócrates reage a tudo que o pique e se desmultiplica em atirar balázios em todas as direcções, também vocês, enquanto representantes da FenProf ( o F.S., o Narciso não sei)agem da mesma forma, só que, aqui, uma massa heterogénea de professores, não somos a oposição, somos, sim, a “linfa” da vossa existência.
Esquecem-se, digo eu, que cada professor que vier aqui e ler os vossos epítetos, ou de forma disfémica, os vossos insultos, será um passa-palavra-opinião sobre a postura de um sindicato que, sobranceiramente e de modo boçal, menoriza a classe.
Sou uma dissidente da FenProf mas sempre respeitei esta estrutura sindical. A partir do que aqui acabei de ler, a minha réstea de respeito esfumou-se.
Repensem a vossa actuação e ganharemos todos.”
Discordando por vezes da APEDE, gostaria de facto que o autor deste post explicasse a sua posição e respondesse à colocada por esse movimento.
E, já agora, quando é que a FENPROP pede desculpa aos professores por ser assinado os dois últimos acordos com o Ministério da Educação (o acordo que não era acordo e o de Janeiro de 2010)?
SpinProf,
vamos lá esclarecer alguns pormenores (que são da maior importância para a questão).
1. este é um blogue pessoal, de um professor que, além de leccionar há 32 anos, gosta de reflectir sobre a sua prática e sobre questões políticas que afectam o seu quotidiano;
2. este professor, que se sindicalizou no primeiro mês em que começou a trabalhar, esteve durante muitos anos afastado da actividade sindical, mas nunca da participação cívica e política em torno das questões relacionadas com a escola e a profissão docente;
3. quando, durante a legislatura anterior, se começou a desenhar o maior ataque dirigido contra os professores em 30 anos de democracia, reduzindo os direitos da classe e impedindo as suas organizações sindicais de exercerem a sua missão, este professor considerou que era chegado o tempo de cerrar fileiras em torno das organizações colectivas que têm a capacidade, a experiência, os meios e o conhecimento para defender a profissão;
4. foi nessa altura que este professor voltou ao sindicato de onde tinha saído, uns anos atrás;
5. este professor, autor e único editor deste blogue, é pois um professor sindicalizado, que tem um horário completo na escola em que lecciona e que cumulativamente, por ter sido eleito pelos seus colegas, exerce as funções de delegado sindical;
6. este professor não tem nenhum cargo, nem exerce funções de representação da Fenprof junto de terceiros;
7. enquanto delegado sindical, este professor representa os colegas do seu núcleo sindical, junto da direcção do seu sindicato, o que é uma coisa completamente diferente;
8. este blogue não é, nem nunca foi, um blogue oficial, ou mesmo oficioso da Fenprof, ou do SPGL, sindicato de que sou sócio com o número 32628;
9. de resto é público, estando nos arquivos do blogue, que manifestei divergências programáticas relativamente à direcção do SPGL, em dois momentos recentes – eleições para os órgãos dirigentes e revisão dos estatutos, ocorridas há poucos meses;
10. não deixa de ser interessante notar que os movimentos, os bloguers e os comentadores anti-Fenprof podem ignorar olimpicamente e tentar ridicularizar os mais de 60.000 professores filiados na Fenprof, mas se um desses 60.000 se atreve (como eu faço) a chamar os bois pelos nomes em relação à inconsistência cívica e político-sindical desse discurso, aparecem logo umas quantas virgens ofendidas, reclamando pedidos de desculpa e rasgando as vestes (ou vice-versa).
Caro Francisco:
É verdade que afixaste o comunicado da Fenprof. É verdade que o comunicado é claro e de leitura simples, acessível.
Creio que o problema está no tamanho dos caracteres.
Será pedir muito que o afixes em corpo 22?
Talvez assim até o calhau com olhos consiga ler.
E pedir a alguém que lhe explique.
APEDE e fernandooliveiramartins,
bem sei que dá trabalho ler, mas se quiserem dar-se ao trabalho, podem ver qual a minha posição sobre esta situação no post que citei e que intitulei de inaceitável: https://fjsantos.wordpress.com/2010/04/09/inaceitavel/
Claro que percebo que quem tem de si um tão alto conceito, tem dificuldade em ler o que um professor sozinho pensa e escreve, não porque os textos tenham algo de transcendente, mas apenas porque são discordantes do “mainstream”.
Na APEDE temos todo o gosto em acompanhar o que os colegas escrevem na blogosfera e, curiosamente, já conhecíamos esse interessantíssimo post com o título “Inaceitável”. Estamos totalmente de acordo. É INACEITÁVEL! E já dizemos isso desde há muito muito tempo. Num tempo em que talvez fosse mais fácil resolver o problema que agora todos consideram INACEITÁVEL. Alertámos muitas vezes para isto. Fomos apelidados de radicais, quando afinal só estávamos atentos e compreendíamos que o arrastar da situação poderia trazer graves consequências para os professores.
Mas voltando a esse post, ele é realmente importante pois tem passagens extremamente esclarecedoras de que nos permitimos destacar as seguintes:
“Sabe-se que o atraso na tradução em dispositivos legais do texto dos acordos é a causa de grande mal estar entre os professores.”
“O facto de se ter esgotado o prazo em que tinha que ser aberto o concurso para o próximo ano lectivo, sem que tivessem sido publicados os diplomas que revogarão a divisão da carreira e alterarão o modelo de avaliação, teve agora esta consequência nefasta.”
“O que aconteceu foi que o director-geral Mário Agostinho Alves Pereira tinha a incumbência de fazer a abertura do concurso e só podia utilizar a legislação em vigor. E o tempo para o fazer não se compadece com outras agendas, nem com os compromissos que a ministra e o secretário de Estado tenham assumido.”
“só resta às organizações sindicais responsáveis utilizarem todos os meios ao seu alcance para impor uma solução rápida do problema e o cumprimento integral dos compromissos livremente assumidos pela ministra da educação e que foram efusivamente saudados pelo 1º ministro.”
Ora, de acordo com estas quatro passagens do post “Inaceitável”, parece ficar claro que o autor do post e deste blogue não coloca em causa aquilo que a APEDE afirmou e se transcreve de seguida:
“A APEDE relembra que, no final da longa noite da celebração do Acordo, o líder da FENPROF, Mário Nogueira, afirmou perante as televisões, de forma clara e bem audível, na conferência de imprensa que se seguiu à assinatura do referido Acordo, que tinha ficado GARANTIDO que as classificações de Excelente e Muito Bom NÃO SERIAM consideradas para efeitos de concurso. Vimos, ouvimos e registámos!”
O problema é que o comunicado da FENPROF que se transcreve de seguida (e que o autor fez questão de citar, com pompa e circunstância no seu post mais recente) parece deixar claro que não terá ficado, afinal, assim tão CLARO, tão DECIDIDO, tão SELADO, tão ACORDADO, tão DEFINIDO, que os resultados do 1º ciclo avaliativo não seriam contabilizados neste concurso, nomeadamente no que respeita à bonificação de 2 valores pelo Exc. e 1 valor pelo MB.
“A FENPROF manteve durante o dia de ontem, na sequência do que já acontecera na semana passada, um contacto quase permanente com o Ministério da Educação no sentido de ser prorrogada, por mais um ano, a norma que permite a não consideração da avaliação de desempenho como factor de graduação profissional para efeitos de concurso. Posteriormente, no âmbito da negociação para revisão do regime de concursos, a FENPROF pretende eliminar a influência da avaliação de desempenho, definitivamente, naquele regime.”
Ora, se a FENPROF vem dizer agora que está a negociar “desde a semana passada” uma medida transitória, e quer negociar mais tarde uma solução final, isso significa, de forma clara, que não ficou negociado no “Acordo”. Mas foi dito que sim! Na próprio noite da assinatura do “Acordo” o secretário-geral da FENPROF disse que sim! Que tinha ficado garantido que as avaliações de Exc e MB não iriam contar na graduação a concurso! Foi dito! Alguém se esqueceu do que negociou?
E é aqui que a APEDE gostaria de ter um esclarecimento cabal! Afinal, isto ficou acordado ou não? Ou só está a ser negociado agora?
E era sobre isto que no primeiro comentário solicitámos uma explicação a quem está sempre pronto a falar aos “burros”, que usam antolhos, em defesa dos “profissionais” das negociações.
Não podemos deixar de constatar que na resposta que deu, ao nosso comentário inicial, ignorou por completo a questão que levantámos.
Vai continuar a fazê-lo agora?
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