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Retomando a entrevista que P. Rangel deu ontem ao I online, convém não embarcar na mistificação e no engano que se pretende fazer passar de que: “A terceira e quarta classes do Estado Novo eram ferramentas importantes de trabalho e de cultura, embora o fossem a um nível muito pobre. Os métodos eram horríveis e aquilo era detestável, mas muita gente sabe ler, escrever e contar à conta disso. E hoje nós temos alunos do 12º ano que não sabem interpretar um texto.”
Ao contrário do que é afirmado pelo candidato a líder do PSD, e hoje é retomado por P. Ferreira, um colunista do JN, “salvar a Educação em Portugal passa por ter como exemplo aquilo que se fazia nas escolas do Estado Novo, altura em que toda a gente sabia ler, escrever e contar. Muitas vezes à custa de pancada, é verdade, mas toda a gente sabia ler, escrever e contar;”, é completamente falso que toda a gente (ou até que muita gente) aprendesse a ler escrever e contar na escola do Estado Novo.
Eram até muito poucos os que o conseguiam fazer, tendo Portugal chegado ao 25 de Abril com taxas de analfabetismo verdadeiramente monstruosas, para além de um nível de qualificação, tanto no ensino superior, como no ensino secundário, que deviam fazer corar de vergonha quem se atreve a fazer comparações entre a escola actual e a escola do antigamente.