Etiquetas
Para quem se interessa pela coisa pública, e não anda nesta vida apenas ao sabor dos queixumes do senso comum, está há muito claro que as políticas públicas não se esgotam na produção normativa do poder.
Mais do que falar de legislação, de normas e de regulamentos, quando falamos de políticas públicas temos que ter em atenção a acção pública, na qual intervêm múltiplos actores a diferentes níveis.
No caso dos professores e da escola pública, se alguém ainda pudesse ter a menor dúvida, bastaria recordar a saga da ADD e do ECD que eram o “ai-Jesus” do anterior governo, que a anterior equipa ministerial e o antigo e actual chefe do governo afirmavam como a oitava maravilha, e que estão hoje no caixote do lixo da pequena história que Pinto de Sousa deixará para os vindouros. Tudo graças à acção pública dos professores, também eles agentes no processo de construção das políticas educativas.
No seu estilo habitual, que recolhe inúmeros louvores entre quem prefere queixar-se a avançar para a acção determinada, Santana Castilho tem hoje mais uma crónica no Público em que clama pela “refundação” da escola da República.
Note-se que desta vez SC não fala nem se esconde no conceito ambíguo de escola pública, que tanto é defendida à direita como à esquerda. O que ele pede é que se refunde a escola da República.
Mas o que quererá isto significar?
Lendo o artigo percebemos que o problema de Santana Castilho é o de haver uma escola inclusiva e a tempo inteiro. E para resolver este problema a solução passa por fazer uma separação entre educação e formação/instrução.
Assim, à família caberá a missão de educar e à escola a de instruir e formar os jovens.
Dessa forma ficará facilitada a tarefa de prestação de contas e de tornar mais evidente a responsabilidade social dos professores – bastará recuperar os exames nacionais “sérios” a todas as disciplinas, usando uma metodologia que permita comparar os resultados num registo diacrónico. Esse sim, será o método infalível para descobrir os professores competentes e diferenciar o mérito, não havendo necessidade de outros métodos para avaliar os professores.
Claro que ainda resta a questão do estatuto do aluno e das “faltas injustificadas”. Mas aí, o recurso ao uso de mecanismos (convenientemente não explicitados) de aplicação de “consequências sérias” para pais e alunos, resolverá por certo o problema.
Então, finalmente, os bons professores (libertos dos alunos “inconvenientes”) poderão realizar plenamente a sua responsabilidade social, apresentando excelentes resultados em exames nacionais, um pouco à semelhança das escolas públicas (poucas) e privadas (muitas) que seleccionando os alunos que as frequentam, e que levam a exame, obtém lugares de destaque nos rankings nacionais.
A escola inclusiva e a escola a tempo inteiro são, para SC , “tumores a extirpar”. É certo que SC acrescenta “tal como têm vindo a ser postas em prática”, pois apesar do seu radicalismo de pequenino Medina Carreira para a área da Educação, SC não se arrisca ainda a apresentar abertamente a sua alternativa.
O texto do post é um monstruosidade de demagogia e falsidade. Manipular assim é digno do melhor estalinismo. Tomara o autor do post ter algum dia uma décima parte da dimensão intelectual de um homem como Santana Castilho. Tenho dito.
Interessante verificar a forma como a pobreza moral, a indecência intelectual e a mais indigna falta de educação, povoam este ninho de radicalismo de uma esquerda coxa, cega e carcomida, sempre pura, dura, e estalinista. Exemplo? Anotem bem nesta gloriosa passagem do comentário do gundisalbus: é certo que SC acrescenta “tal como têm vindo a ser postas em prática”.
Claro que é certo, mas é óbvio que isso não interessa nada para o objectivo do comentador, cujo único interesse é fazer passar a cassete e achincalhar.
Gentinha.
Entretanto o camarada Nogueira escreve isto na sua página oficial:
O Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZCentro) manifestou-se desde sempre preocupado com as alterações que foram introduzidas pelo anterior Governo no Estatuto do aluno.
As situações de violência e indisciplina que têm vindo a ocorrer nas escolas demonstram a insensibilidade da anterior equipa do Ministério da Educação (ME) e do Governo para ler os sinais vindos das escolas e para atender aos alertas de que o SPZCentro sempre fez eco.
Urge, pois, com a humildade do reconhecimento de que as soluções avançadas não atingiram os objectivos pretendidos, que o Governo emende a mão e avance rapidamente para a revisão do Estatuto do Aluno.
O SPZCentro entende ser urgente restabelecer na Escola um clima de respeito pela autoridade académica do professor, que seja potenciador de um clima de aprendizagem e de empenhamento dos alunos, valorizando o essencial da função lectiva e da actividade docente, centrada nas aprendizagens e não na manutenção do respeito e da disciplina nas salas de aula.
O SPZCentro defende também que se acabem com situações de facilitismo para o aluno que este Estatuto criou, decorrentes em muitos casos do seu absentismo ou falta de empenho e que acabam por ser penalizadores apenas para os docentes que vêm as suas funções sobrecarregadas com a obrigação da consecução de provas individualizadas para os incumpridores, o que acaba por ser um prémio para os mesmos.
O SPZCentro manifesta-se empenhado na defesa de uma Escola em que se valorize o exercício da função docente e se preocupe com todos os alunos empenhados efectivamente na sua aprendizagem.
Coimbra, 3 de Fevereiro de 2010
A Direcção do SPZCentro
_______________________________________________
Querem ver que os dois MARRETAS ESTALINISTAS também vão agora dizer que o camarada Nogueira está equivocado e que a escola inclusiva, e tal e coisa, não se compadece com este claro apelo à PENALIZAÇÃO DOS FALTOSOS e ao restabelecimento da AUTORIDADE DO PROFESSOR? E aquela deliciosa passagem em que se assume a necessidade de defender “a função essencial docente, centrada nas aprendizagens”? HAHAHAHAHA isto é arrazoado de direita, ainda mais direita que a suposta direita de Santana Castilho, ou é só um deslize imperdoável do camarada Nogueira e seus acólitos do SPZC?
Fico à espera para ver como é que o Artista Santos dá a volta a isto e vai descalçar a bota. Tenho a certeza que vai urdir mais uma tese mirabolante como aquela que engendrou quando escreveu que a recusa dos sindicatos em assinar um acordo em finais de Dezembro tinha sido um DIA HISTÓRICO, a recordar pelos vindouros, e logo uma semana e picos depois, veio dar os parabéns à sagacidade negocial do camarada Nogueira por ter afinal assinado uma coisa que pouco ou nada diferiu do que fora recusado uns dias antes. Com ARTISTAS destes, apenas desejosos por agradarem ao chefe e serem um dia chamados ao Olimpo da nomenklatura, estamos bem governados. Felizmente, são vozes tão escandalosamente comprometidas, que apenas divertem e levemente, de tão fácil que é a sua desmontagem.
E que não fiquem dúvidas: verbero e condeno a prática sindical enfeudada a interesses partidários e abomino a conduta miserável e de lambe cús dos seus defensores oficiais e oficiosos.
Já agora fica mais uma para os MARRETAS comentarem:
http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/mario-nogueira-confirma-este-modelo-de-avaliacao-acabou_1410362
Como é possível ser tão irresponsável e tão estupidamente incompetente?
Estamos em Fevereiro e a merda do calendário do 2º ciclo avaliativo já está a ser cumprido em muitas escolas. Mas que interessa isso ao camarada Nojeira? Ele por acaso tem de decidir se entrega ou não OI ou se tem de solicitar avaliação científico-pedagógica, para mudança de escalão? Claro que não, isso é para os tótós dos professores que ainda continuam a dar aulas sujeitos a todos os roubos e injustiças. Isso não lhe dói nada, não o sente no pêlo. Recorrendo ao bom estilo estalisnista do gundisalbus eu também poderia agora dizer: é certo que o SPZC até escreveu um comunicado, ontem mesmo, a dizer que as escolas não podem continuar a aplicar o calendário, e tal e coisa, mas a verdade é que não há nada oficial que o diga e imponha. O que prova com muita clareza a forma como o Acordo foi assinado: às pressas e por anjinhos ou, em alternativa, com a categoria de grandes actores políticos a manobrarem de acordo com as suas agendas partidárias, oportunismos e conveniências tácticas. Sempre ignorando os reais interesses dos professores.
A ignorância é mesmo muito, muito atrevida.
E então quando à ignorância se junta a boçalidade, só pode dar no resultado que se lê nos comentários que ficarão aqui para que qualquer um possa ver.
Como continuo a ser professor e a gostar de ensinar, mesmo a gente de quem os professores “excelentes” já desistiu, vou tentar explicar a este “che” que a FENPROF (de que Mário Nogueira é o secretário geral) é constituída pelos seguintes sindicatos: SPN, SPRC, SPGL, SPZS, SPRA, SPM e SPE.
Entre os sindicatos membros desta federação de professores não figura o SPZC, que pertence à FNE, cujo secretário geral se chama João Dias da Silva e é filiada na UGT, central sindical em que os socialistas, tipo João Proença, se deitam com os camaradas do PSD.
Está explicado ou é preciso fazer um desenho melhor?
Usando o estilo do biltre que escolheu um nick para tentar emporcalhar a memória de um revolucionário, diria que esteve por aqui a regurgitar das 2.00 às 4.00 da madrugada. Tudo dito.
Nem uma única resposta às questões levantadas. Totalmente revelador. Mais fantástico ainda: há sindicatos bons e sindicatos maus. Ambos pertencendo à Plataforma. Mas a Plataforma onde estão todos, já é boa. E não convém criticá-la. Incongruências? Não. A ideia é só uma: defender o chefe, o resto que se lixe. Responder a questões onde fica bem patente toda a teia de contradições, incoerências e manipulações, isso é que nem pensar.
Quanto à minha confusão entre SPZC e SPRC ficam as minhas desculpas ao João Dias da Silva. Mas perante 14 ou mais sindicatos de professores não é assim um espanto tão grande que possam surgir equívocos. Embora saliente que no segundo excerto que transcrevo não há equívoco nenhum, as palavras são mesmo do camarada Nogueira, e sobre elas, mais uma vez, nem uma palavra. Não convém, compreende-se.
Quanto ao gundisalbus percebe-se que responde, com toda a normalidade, no seu habitual tom trauliteiro e boçal. Regurgitar só pode ser uma palavra habitual no seu quotidiano. Nada de anormal portanto.
Voltarei. E era bom que em vez de tentarem defender-se com “bocas” avulsas fossem directamente às questões que coloquei. É que gostam tanto de opinar que não vos deve ser difícil responder. Se fossem homenzinhos e tivessem tomates para tal era certamente o que fariam. A ver vamos. Quanto ao meu nick se calhar seria bom alguma pesquisa antes de vomitarem disparates, há muito tempo que comento no Guinote e sempre com este nick, creio até que também já o fiz aqui. Por sinal um nick importante que alguns supostos “revolucionários” sociais só sabem emporcalhar.
Um pensamento final: se o João Dias da Silva é de um sindicato filiado na UGT cujo líder se deita com o PSD e se o Nogueira anda para todo o lado com o João Dias da Silva fazendo dele o aliado preferencial no seio da Plataforma, então será que podemos concluir que o Nogueira também se deita com o PSD? E já agora, que dizer do Carvalho da Silva (acho que esse é da CGTP, correcto?) ter vindo apoiar publicamente a eleição do António Costa, putativo futuro lider do PS? Será que sendo o Nogueira líder de um sindicato filiado na CGTP também podemos dizer que anda a dormir com o PS, já o que o seu líder o fez, mesmo contrariando a posição oficial do PC que tinha candidato próprio? Isto da política é realmente um mundo fascinante, com vários moteis ao longo da estrada, para que se possam deitar todos, uns com os outros. Claro que já nem vou falar das ocasiões em que o Nogueira deu a mão às ministras, não permitindo que o PS saísse enxovalhado. E nem me apetece falar do facto de muitos “revolucionários” terem vindo dizer, na última campanha eleitoral, que não defendiam a derrota do PS! Percebe-se porquê: um PS fraco mas ainda assim no poder, ficaria dependente e refém do PC e do Bloco para ter a maioria absoluta, logo dava muito mais jeito uma vitória relativa do PS do que do PSD. Acontece que o plano falhou e a esquerda toda junta não chega para a maioria absoluta. Sacanas dos profs que votaram PSD e CDS não é ? Grandes malandros. Não era nada disso que estava planeado.
E o ignorante atrevido sou eu?!
che, que não “O Che”,
«Nem uma única resposta às questões levantadas. Totalmente revelador.»
É verdade. Tão revelador como a ignorância atrevida que demonstrei ser a de alguém que se diz professor.
Cá para mim não passas de um provocador barato, eventualmente infiltrado nalgum movimento alegadamente “independente”, que tem como objectivo denegrir o trabalho que os sindicatos fizeram ao longo de toda a anterior legislatura e não apenas quando toda a legislação que nos amordaça já estava publicada.
Mas para que não vás sem resposta, porque aos atrevidos não dou tréguas, vou responder ao teu comentário que contém o link onde se podem ler afirmações de Mário Nogueira, e não de alguém que se esconde atrás do anonimato para insultar um dirigente sindical que tem feito um trabalho de que os professores se podem orgulhar.
1. O link remete para uma notícia de 18 de Novembro de 2009;
2. Se há (e sei que há) escolas cujas direcções continuam a suspirar por Maria de Lurdes Rodrigues, esse é um problema que tem que ser tratado pelos respectivos professores, dando (no terreno) a resposta adequada a esses déspotas;
3. É engraçado que, ainda não há uma semana, ouvi um dos alegados “independentes” sugerir a um jovem que quando a direcção da respectiva escola não respeitasse os direitos dos alunos, estes deveriam sublevar-se. Boa sugestão, que neste caso seria conveniente que fosse seguida por tão “corajosos professores”;
4. Numa altura em que todas as escolas receberam instruções para avaliar (no 1º ciclo avaliativo que terminou em Dezembro) todos os professores que não tivessem entregue OI’s, vir agora um ignorante atrevido dizer que não sabe se tem que os entregar só pode ser motivo de gargalhada.
Só não me estou a rir porque sei perfeitamente que se trata de provocação barata, que me cheira a “pupilo de algum reitor”
O Francisco Santos deu mais um passo no caminho da impopularidade no círculo restrito dos auto-designados “independentes”. Primeiro demarcou-se dos movimentos espontâneos, depois sindicalizou-se (imperdoável passo), agora ousou criticar o idolatrado SC.
Mais intocável do que uma vaca sagrada, o guru SC é convictamente adorado por uns:
http://octaviovgoncalves.blogspot.com/2010/02/acompanho-santana-castilho-na-exigencia.html
seguido acríticamente por outros:
http://mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com/2010/02/refundar-escola.html
e bajulado pelos idiotas úteis:
http://apede08.wordpress.com/2010/02/04/uma-outra-escola/
Correcção:
guru SC
Chegou mais um reforço para os MARRETAS. Ainda faltam mais dois ou três e depois acaba-se o espaço na carroça. Isto bem visto e bem medido não chegam para os dedos de uma mão.
A resposta do Artista Santos sobre a notícia do Nogueira é de rir até partir. Ou seja, perante os déspotas (estupidamente nem percebe que muitos se limitam a agir segundo as indicações que recebem das DRE’s) os professores é que têm de lutar, em cada escola, pelos seus direitos. Claro que os sindicatos não têm responsabilidade alguma nisto. Afinal, assinaram um Acordo que na prática significa uma suspensão do 2º ciclo avaliativo, mas não conseguem que a tia sorridente envie um simples ofício ou circular às escolas com efeitos suspensivos e força de lei. Os sindicatos e a FENPROF não têm nada a fazer sobre isso, os professores que se amanhem, não é assim grande Artista Santos? Se não fosses tão palhaço o circo durava menos.
Quanto a essa disputa, querela, ou o que seja entre movimentos, sindicatos, bloggers, etc e tal é história que pouco me interessa até ao momento que algum tenha a coragem de partir a loiça toda e denunciar todas as jogadas sujas dos sindicatos. Mas mesmo a rasgar. Aí terá todo o meu apoio. Até lá tenho pouca paciência para o cagaço de malta demasiado mole e ingénua, que parece quererem estar bem com Deus e o Diabo. Que me confundam com alguém infiltrado nos movimentos ou dos movimentos tem a sua piada, entre tiradas a “reitores” e afins, até percebo a dificuldade em encaixar os críticos, mas volto a dizer que já escrevo há muito, em diversos blogues, e nunca me misturei em grupos, grupelhos e afins. Gosto mais de ser sniper, vingador, justiceiro, sempre me fascinou a BD do estilo 🙂 🙂 E quem não gosta que regurgite hahhahahahahaa PQP
Voltando ao Santana Castilho repito o que já escrevi: tomaram estes marretas, travestidos em marionetas sindicais, ter algum dia dez por cento da sua estatura intelectual e capacidade de dizer o que pensa, sem seguir alinhamentos ou estratégias ocultas. Estaline já morreu, o Cunhal também. Acordem carago, ninguém papa as vossas histórias. Já agora ó Artista Santos conta lá em pormenor o que é que fizeste antes de 2007 de tão extraordinário para a luta dos professores? Foste a umas manifs, um diazito de greve colado ao fim de semana prolongado e mais o quê? Estavas tão convencido da bondade dos sindicatos que nem eras sindicalizado. Só um burro não te topa a pinta. O que tu queres sei eu, mas ainda não te safaste. E o resto da cambada é tudo o mesmo, querem comer da manjedoura mas nem migalhas lhes dão. Ficam a arrotar em seco portanto. E é bem feito, pois Roma não paga a certos traidores que têm a mania que são santos.
Desabafos…
Pingback: O heterónimo identificado « (Re)Flexões