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Não, não falo do comunicado que foi enviado aos directores das escolas, informando-os que as ameaças que Jorge Pedreira fazia [de penalizar quem não entregou OI’s], ainda há dois ou três meses, não se podem cumprir.
Também não falo da mais que certa abolição da categoria de “titular”, ou da paragem do 2º ciclo de avaliação que, por ser paragem, não é suspensão.
Tudo isso não passa de um conjunto de pequenos passos de uma guerra, ainda com desfecho incerto. Pela frente haverá negociações, nas quais alguns dos aliados de ontem passarão a ser traidores amanhã e, no fim, haverá muita gente a arrepender-se amargamente da opção que fez em 27 de Setembro.
A vitória de que falo é sobre os donos da opinião publicada, gente que durante quatro anos e meio suportou incondicionalmente a prepotência, a arrogância e a incompetência de um trio de má memória.
O editorial de hoje do DN é disso o melhor exemplo. Mesmo na hora da derrota, sentindo o peso da humilhação que quiseram impor aos professores, os marcelinos, tal como os rangéis ou os tavares, sentem-se hoje uns infelizes e acusam o governo em que votaram, e que apoiaram incondicionalmente, de os estar a trair por ser obrigado a reconhecer que só o poder das bases pode legitimar a acção do topo.
Por muito que custe a João Marcelino, Emídio Rangel ou Sousa Tavares, os professores portugueses ensinaram aos seus concidadãos que a força da razão acaba por prevalecer sobre o autoritarismo, sobretudo quando este se baseia num poder conjuntural em que abunda a ignorância, a vaidade e a incompetência.