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No post anterior procurei dar uma breve notícia do que foi a sessão comemorativa do Dia do Professor, que foi organizada pela FENPROF (e não por nenhum movimento inorgânico de professores, ou por editores de blogues sobre a educação).
Nessa sessão foi possível assistir a duas intervenções de grande qualidade. Uma do reitor da UL, que procurou fazer a análise de um novo tempo a que chamou “O Tempo dos Professores”, a outra do secretário geral da FENPROF, que se debruçou sobre a agenda sindical e as questões de política educativa que mais têm a ver com a agenda reivindicativa dos professores.
Evidentemente que não se pode esperar uma aceitação unânime e acrítica do que foi dito, tanto por António Nóvoa, como por Mário Nogueira. Cada um fez a sua intervenção olhando para a profissão docente e para os tempos que nos esperam, armados com as suas próprias lentes. Isto permite que outras pessoas tenham diferentes entendimentos e expressem o seu desacordo. No entanto é de esperar que a crítica tenha um mínimo de seriedade e de fundamento.
Infelizmente não é nada disso que se constata ao ler o que escrevem (e parece que pensam) algumas pessoas que trabalham nas escolas portuguesas exercendo a função docente.
Passando pela caixa de comentários do Umbigo e do ProfAvaliação é possível constatar a forma pouco séria como se critica um discurso que não se ouviu, não se leu e de que (nalguns casos) se assume que nem sequer se conhece o autor. Esta atitude, de quem afirma ser professor, é de tal forma confrangedora que apenas apetece dizer: e não é possível reformar esta gente mais cedo?
Escrever que alguém «têm estado no epicentro do romantismo pedagógico e do construtivismo dogmatico que redundou na funesta pedagogia das competências que se espalha como uma mancha de poluição nos documentos oficiais do ME» pode satisfazer a vaidade de quem o faz, mas não contribui em nada para esclarecer os leitores e apenas revela que o crítico é um exímio utilizador da linguagem que critica.
Identificar como «círculos-viciosos, de meias-palavras, de nins» os conceitos de “auto-regulação” e o modelo de avaliação “interpares”, apenas denuncia a iliteracia de quem se atreve a criticar sem ler, sem estudar e sem reflectir sobre o objecto da crítica.
De facto, com professores que têm a ousadia de criticar o que nem sequer conhecem, o futuro da profissão e a defesa da profissionalidade docente ainda vão ter dias muito negros pela frente.