Quando, há mais de dois anos, dei início à edição do (Re)Flexões, interrogava-me:
Mais à frente acrescentava:
A cinco dias das eleições, que vão mudar a face visível da política portuguesa, volta a ser tempo de nos interrogarmos sobre o futuro.
Mas também há quem não tenha gasto todas as suas fichas contra o PS e não se satisfaça com um qualquer governo que replique e amplifique as políticas neoliberais ditadas por Bruxelas, pela OCDE e pelo FMI.
Por isso me parece que continua actual a necessidade de reflectir sobre a escola que queremos e o bem público que é a educação para todos.
O contributo que o (Re)Flexões deu para o combate às políticas de Pinto de Sousa e de Maria de Lurdes Rodrigues foi bem modesto. Nada que se possa comparar a blogues considerados de referência no campo da contestação docente.
Também no espólio do blogue existem referências à actividade dos movimentos de professores. Num primeiro tempo em colaboração activa, depois do 8 de Março em distanciamento cada vez maior.
Nada disso aconteceu por acaso. É que a reflexão no seio dos blogues de referência e dos movimentos de professores se foi concentrando, de forma progressiva, nas questões do estatuto profissional, negligenciando o peso das propostas de direita que põem em causa o bem público educativo.
Desde logo acredito que o estatuto sócio-profissional dos professores será alterado. Não tenho é a certeza de que a escola pública para tod@s venha a sair vencedora da decisão que vai ser tomada.
Por isso, ao contrário de outros que prevêem um abrandamento na sua actividade, o (Re)Flexões deverá manter um registo próximo do que tem tido. Sem compromisso de uma edição regular, com maiores ou menores intermitências, procurarei continuar a reflectir sobre «O discurso tantas vezes usado de “menos Estado, melhor Estado”, normalmente associado às correntes liberalizadoras da sociedade, [e que] é utilizado indiscriminadamente por “neo-liberais”, “neo-conservadores” e “socialistas da 3ª via”.»