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Não tinha ainda lido, mas numa passagem por um dos blogues onde vou dando uma ou outra espreitadela, dei de caras com mais um texto em que o director do Público nos aconselha a seguir o exemplo dos EEUU.
Por acaso até assisti à conferência “A Educação no Programa Político de Barack Obama – Obama’ Educational Policies”, proferida pelo professor Stephen Heyneman, conselheiro para a educação do presidente Barack Obama e professor de Política Internacional da Educação na Universidade de Vanderbilt.
Nessa conferência, que se eralizou na FPCE-UL, o professor Heyneman explicou com clareza muitos dos pontos fortes, e também muitas das debilidades, da Educação nos EEUU. Deu a conhecer aos presentes algumas pistas sobre o que a administração Obama planeia fazer no campo educativo. E explicou algo que JMF não diz no seu artigo – o financiamento federal para a educação constitui uma fatia mínima do financiamento global da Educação nos Estados Unidos.
Tentar reduzir a questão educativa a uma tentativa da administração Obama “aliciar” os governos estaduais a aplicarem programas por causa de “peanuts” e contra os sindicatos de professores, não passa de uma leitura simplista, enviesada e ideologicamente contaminada deste “especialista da educação”.
Pena que não tenha estado presente na conferência já que, de acordo com as suas próprias palavras “todos os que se interessam por Educação e pela reforma do nosso próprio sistema deviam olhar para esta experiência e para estas reformas”, aproveitando para ouvir alguns dos seus protagonistas, acrescentaria eu.
Quanto à questão das “charter schools” convém que não seja misturada com a liberdade de escolha da escola, já que não são a mesma coisa, embora possam existir pontos de contacto entre as políticas públicas que as preconizam. De resto o conceito de contratualização da autonomia das escolas, que tem vindo a ser aplicado em algumas escolas portuguesas, aproxima-se do conceito das “charter schools” americanas, embora no nosso país continue a vigorar o princípio da carta escolar para a matrícula no sistema público de ensino.