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Já vários blogue(r)s comentaram, com mais humor ou mais a sério, uma das últimas peças da propaganda socratina contra os professores.

Bem sei que, enquanto grupo profissional, fomos os que mais forte batemos e maior desgaste infligimos ao poder autocrático de Pinto de Sousa. Não fomos os únicos, nem pretendo que tenhamos sido os melhores, mas a resistência e constância de propósitos, que demonstrámos ao longo destes anos, foram suficientemente visíveis para ajudar a estragar a festa ao “menino d’oiro” do PS.

É isso que justifica estes últimos ataques patéticos que continuarão a ser desferidos contra os professores. Patéticos e demagógicos.

Porque a notícia de que as aulas serão dadas recorrendo a uma espécie de “tele-trabalho” de docentes e discente é, à vez, patética e demagógica.

Porque qualquer pessoa minimamente informada sabe que:

  1. não existe tecnologia disponível que permita substituir a presença de um professor junto dos seus alunos, quando ainda por cima esses alunos estão em locais diferentes (cada um em sua casa);
  2. mesmo que essa tecnologia estivesse disponível, afirmar que «os pais podem vir a assumir o papel de educadores, através de “estratégias de informação e envolvimento que lhes permitam apoiar a realização de trabalhos escolares em casa”.» é reconhecer que se vive numa dimensão alternativa, quiçá em virtude do consumo de substâncias químicas que alterem as percepções da realidade.

Na verdade o que esta “notícia” revela é uma obsessão doentia contra os professores, que é marca indelével da equipa que habita a 5 de Outubro há mais de 4 anos.

Mas também revela o potencial de propaganda demagógica a que o governo vai continuar a recorrer, no sentido de enganar os poucos incautos e os últimos indefectíveis pêéssianos.

É que imaginar que existe um comando central (ao qual milhares de professores e dezenas de milhar de alunos têm que obedecer) a partir do qual se dá uma ordem e tudo acontece como que por milagre, só pode significar uma de duas coisas:

  1. uma fé inabalável no poder e na autoridade da hierarquia;
  2. uma fé ainda mais profunda na crendice e no analfabetismo dos portugueses.

De resto, por oposição à notícia de ontem cujo título era

Gripe A: professores vão dar aulas em casa se a pandemia atingir escolas

o mesmo jornal traz hoje outra notícia com o título

GRIPE ATeletrabalho divide grandes empresas. Faltam condições técnicas para responder a uma pandemia à distância

Palavras para quê? São artistas portugueses. Só não posso é afirmar que usam Pasta Medicinal Couto