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Durante os últimos quatro anos, o governo de Pinto de Sousa dedicou-se a aplicar as políticas públicas ditadas pelas agências internacionais, que estão ao serviço da globalização capitalista neo-liberal.
Na verdade, o que Pinto de Sousa fez foi concretizar as políticas que a direita portuguesa, representada pelo PSD e pelo CDS/PP, nunca conseguiu por em prática, porque o PS na oposição se aproxima da sua matriz de esquerda, enquanto no poder emula os verdadeiros herdeiros do Estado Novo.
O ataque que o ministério da Educação (liderado por uma ministra cujas filiações ideológicas, partidárias e pessoais a aproximam da chamada “ala esquerda” do PS) fez em relação ao corpo docente visou, antes de mais, branquear as opções políticas e ideológicas, tentando reduzir os problemas da educação a uma dimensão técnica.
Essa é a estratégia usada pelas instâncias de regulação transnacional, que procuram evitar o debate político na tentativa de escamotear a defesa dos interesses dos poderes instalados.
Depois de nos primeiros anos do consulado de MLR/PS os professores se terem deixado embalar por essa retórica técnico-científica (o que se traduziu na ausência de apoio à contestação que os sindicatos promoveram em relação ao novo ECD), a partir de finais de 2007 início de 2008, a prepotência e o abuso, levados a cabo pelo governo, determinaram uma resposta firme da quase totalidade dos professores portugueses.
Sabemos bem que num corpo profissional que é composto por cerca de 140.000 profissionais há, necessariamente, uma variedade enorme de opções políticas e partidárias. Ninguém de bom senso poderá imaginar que todos os professores que se manifestaram nas ruas (e vão voltar a fazê-lo no próximo sábado, dia 30) têm uma visão política e uma opção partidária igual.
Somos diferentes uns dos outros, votamos em partidos diferentes, acreditamos em políticas diferentes, mas é exactamente isso que torna mais enriquecedor o facto de nos conseguirmos juntar contra as propostas desonestas e desonrosas do governo Pinto de Sousa.
Também é por isso que assume particular importância a nossa presença maciça na manifestação de sábado.
Porque cada um de nós sabe bem por onde quer ir.
Cada um de nós sabe bem o que é necessário, para defender uma escola que garanta que os nossos filhos e os nossos netos sejam cidadãos de pleno direito no mundo em que vão viver.
E todos nós sabemos que estas políticas, ditadas pelos poderosos do mundo, não lhes permitirão lá chegar.
Por isso, no dia 30, vamos dizer aos partidos políticos que querem chegar ao parlamento europeu quais são os desejos e as exigências dos professores portugueses que se batem por uma Escola Pública de Qualidade para Tod@s