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30 de Maio de 2009 é mais um marco histórico na resistência à prepotência e à arrogância absoluta de Pinto de Sousa
Talvez muitos dos que ontem desceram a Avenida da Liberdade, na terceira mega-manifestação de professores no espaço de 14 meses, não estivessem conscientes de como a parada era elevada neste braço de ferro entre quem defende a Escola Pública de Qualidade para Tod@s, e quem aposta em transformar a Educação num negócio de e para elites.
Por certo que entre os que não vieram ontem juntar a sua voz a tod@s @s que gritaram alto a sua resistência haverá quem tivesse pensado que o número de manifestantes pouco interessaria.
Mesmo entre quem veio convictamente, haverá muitos que não têm ainda consciência de quanto foi importante terem saído de casa, apesar do cansaço e do desânimo.
Mas nada disso é relevante agora, porque mais uma vez fizemos tremer o poder absoluto.
Se fomos 80.000 como foi calculado pela organização, ou 55.000 como anunciou a PSP (curioso que pela 1ª vez em 14 meses a polícia tenha resolvido divulgar o número de manifestantes, depois de se ter remetido a um prudente silêncio desde o 8 de Março), é discussão que não interessa.
E não interessa porque a grandiosidade da manifestação não permitiu a Pinto de Sousa e aos seus “spin doctors” (nem o ministro SS se atreveu) fazer comparações com as anteriores manifestações.
É que no final de duas décadas de políticas neo-liberais, impostas pelos partidos do sistema (PS, PPD/PSD e CDS/PP), quando a oligarquia herdeira do antigo regime reconstruiu uma espécie de União Nacional de interesses, nenhum destes partidos consegue mobilizar dois ou três milhares de desocupados para lhes encher um comício.
É o reconhecimento deste facto que os obriga a respeitar uma classe que vem pelo seu pé, em número esmagador e abdicando do direito ao descanso, dizer a todos eles que os professores são a solução; e as políticas neo-liberais impostas pela globalização capitalista que eles aplicam em Portugal é que são o problema.