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Em matéria de combate às políticas educativas, que o neo-liberalismo tem vindo a impor e que a direita portuguesa, nela incluído o partido de Pinto de Sousa, vem alegremente colocando em prática, desde os tempos gloriosos de Roberto Carneiro, o último ano e meio foi um enorme alfobre de novos treinadores de bancada.
De repente surgiram novos “grandes líderes”, que tudo sabem sobre o que é melhor para defender a Escola Pública de Qualidade (apesar de não haver um consenso mínimo quanto ao conceito).
A grande maioria destes novos líderes de professores tem duas coisas em comum com os partidos do “arco governativo”, que há 34 anos se vão revezando no poder (a solo, ou acompanhados do chamado partido do táxi): um pavor e um desprezo enorme pelo sindicalismo e pelos sindicatos que representam os professores. Bem, na verdade o pavor não é provocado por todos os sindicatos nem por todos os sindicalistas e o desprezo manifesta-se em relação a outros.
A bem da verdade devo dizer que também discordo de muitas das atitudes e posições que alguns dirigentes sindicais têm tomado ao longo dos últimos 20 anos. Em relação aos sindicatos que compõem a Plataforma Sindical, posso garantir que não me filiaria nunca em vários deles. E quanto aos sindicatos que compõem a FENPROF também tenho enormes reservas em relação a vários dirigentes, que não me merecem qualquer confiança.
Obviamente que nesse rol de gente pouco confiável coloco vários dirigentes do sindicato de que sou sócio.
Devo ainda dizer que durante muitos anos preferi o lado fácil e fiquei, como os treinadores de bancada a quem dedico este post, a gritar contra os malandros dos dirigentes e contra os “sindicatos”.
Só que me fartei de “dar o ouro ao bandido” e, para poder tomar uma posição séria e coerente, resolvi juntar-me a um punhado de professores que lutam para que o sindicato seja os professores e não só os dirigentes.
Quando o Ricardo Silva da Apede me diz «Vocês entendam-se! », tenho que lhe responder que é exactamente o que estou a fazer ao candidatar-me numa lista de oposição à actual direcção do SPGL.
Tal como o Ricardo e todos os sócios, simpatizantes e apoiantes dos movimentos independentes, sinto-me mal representado por dirigentes sindicais(*) que desfilam de braço dado com personagens que malham nos professores(**) a torto e a direito.
(**) Vital Moreira – Professores, Acordo, Avaliação, Despojos, Reformas…
Por isso me disponho a dar um contributo para retirar a gente deste jaez a representação dos professores.
Também por isso me custa a perceber certas alianças e não entendo o que é que dirigentes que militam no BE fazem misturados com estes rostos do passado.
Bem pode o Paulo Guinote gozar com a loirice ou morenice, achando-se o grande detentor de “inside information” porque priva com gente que se senta nas reuniões da Plataforma, como refere o Ricardo.
No fundo apenas se limitam a servir de mensageiro a quem está apostado em minar o trabalho de unificação dos professores contra as políticas educativas deste governo, e de qualquer governo que queira dar-lhes continuidade.
Tão informados, tão inteligentes, tão lúcidos e não conseguem achar estranho que Manuel Grilo (o tal que se senta nas reuniões da Plataforma, porque tem assento no secretariado da FENPROF) divulgue publicamente decisões que ainda não foram tomadas, quanto mais não seja porque os órgãos com legitimidade para as tomar ainda não tinham reunido?
Aconteceu primeiro com o anúncio antecipado da manifestação de dia 30 de Maio, numa altura em que a Plataforma ainda não tinha reunido e quando se conheciam as reservas que alguns sindicatos colocavam em relação a qualquer manifestação em período eleitoral.
Esta antecipação da informação visava criar dificuldades adicionais a uma negociação que se sabia difícil, mas para certos dirigentes a agenda é esvaziar a luta contra o governo. Nesse sentido se pode também compreender a afirmação peremptória do mesmo Manuel Grilo, escrita em comentário no Umbigo às 14:05 de hoje, quando o secretariado da FENPROF, no qual este dirigente tem assento, ainda estava reunido às 20h00 de hoje a discutir as vantagens e desvantagens da convocação de uma greve ou de plenários sindicais.
De facto, como várias vezes tem insistido o Paulo Guinote, parece que a Plataforma Sindical anda presa por arames. Ele sabe bem quem são os seus informantes privilegiados e provavelmente sabe que são quem, dentro da Plataforma, da FENPROF e enquanto dirigentes do SPGL mais se têm esforçado por estilhaçar esses arames.
A pergunta que se impõe é: a cinco meses de eleições, a quem beneficia um eventual fim da unidade dos professores e dos seus sindicatos?
Que respondam os treinadores de bancada.
Se prezas a unidade porque lutas contra colegas dentro do sindicato?
Porque gozas com o João Paulo chamando-lhe “videirinho”?
Porque, sendo tu o primeiro a espalhar-se com a conversa das “loirices”, não sabes admitir que falaste a destempo sobre os 90 minutos?
No meu caso, estou-me borrifando para certas “picadelas”, pois ainda tenho, lavrado pela tua mão, aquele papelinho que no dia 30 de Janeiro de 2008 escreveste numa certa reunião, sempre na tentativa de “encostares” ao que mexe.
Nunca te esqueças que o passado fala muito sobre os nossos zigue-zagues.
Ia-me esquecendo.
Falei uma vez na vida, ao vivo, com o Manuel Grilo.
Bem menos do que contigo.
Por isso, não insinues mentiras sem necessidade sobre a minha inside information.
Queixa-te antes da tua falta de informação relevante.
😉
Paulo,
quem te autoriza a afirmares que o videirinho era o João Paulo e não tu próprio?
Não me consta que o João Paulo, que tem por apelido Videira, tenha ganho alguma coisa com a luta dos professores, a não ser muito trabalho e canseiras… já tu, será que podes afirmar o mesmo?
Quanto à tua pergunta inicial, remeto-te para o texto… já é tarde e o professor de Língua Portuguesa és tu.
Finalmente, acho que está mais do que na hora de te deixares de enigmas e charadas: publica lá o “papelinho” de 30 de Janeiro e todos os outros que encontrares, mesmo que apócrifos.
Se quiseres também te posso ajudar, enviando-te algumas pastas com coisas que tenho escritas sobre Escolas, Professores e Política Educativa e que apenas estão no disco rígido do meu computador. Talvez encontres mais “material interessante”
Estas guerras do alecrim e da manjerona no seio das organizações sindicais, que mais não são do que refregas político-partidárias entre gente do PCP, pessoal do Bloco de Esquerda e alguns extraviados do PS, oscilam entre o patético e o enjoativo, mobilizando agendas que nada têm que ver com os interesses dos professores. O Francisco Santos, recém-promovido a “compagnon de route”, escolheu um dos lados dessa contenda. Isso é lá com ele. Mas uma coisa é certa: são guerrinhas como estas que têm desprestigiado o movimento sindical e afastado os professores dos sindicatos. E é o facto de muita gente estar insatisfeita com este estado da coisa sindical que explica o surgimento de uma blogosfera independente e de movimentos de professores, como a APEDE, o MUP e o PROmova, que querem desenvolver uma luta pelos direitos de um grupo socioprofissional, sem que ela esteja contaminada pelos golpes e golpadas da baixa política de que é feita a partidocracia portuguesa. E porque somos, de facto, independentes, porque pensamos pela nossa própria cabeça e não aceitamos as tutelas paternalistas que já o velho Immanuel Kant verberava no seu texto sobre o Iluminismo, alguns encaram-nos como uma ameaça. Tivessem eles poder para isso, e já nos teriam silenciado. Mas estamos aqui e não vamos desistir. Têm mesmo de nos engolir até ao fim.
Entretanto, reparo que o Francisco Santos permanece silencioso em relação às perguntas, pelos vistos incómodas, que eu e o Ricardo Silva lhe temos colocado em comentários anteriores. Há silêncios que falam por si.
Continuando, devo dizer-te que a tua “habilidade”, ou deverei dizer “esperteza saloia” não conseguirão atingir o objectivo.
O relevante aqui é a denúncia de quem são os responsáveis pela péssima representação sindical dos professores: os membros da actual direcção do SPGL que não se cansam de bajular os movimentos e os grandes líderes dos professores, pensando que assim ganham as simpatias de quem todos os dias dá duro nas escolas.
Já agora, mais uma coisa.
Pode saber-se a que se deve esta tua súbita fúria comentadora? A que devo tão subida honra de ter o #PAULO GUINOTE# entre os comentadores deste blogue “saltitão”?
Será que mexi onde não devia? Toquei em algum “ponto sensível”? Ou será que, tal como acontece com o PS, quem se mete com o Guinote, leva?
Citação que coloquei algures, mas os visados fizeram-se desentendidos e coloco-a aqui, onde tem a mesma pertinência:
“Quem não pode atacar o argumento, ataca o argumentador”, Paul Valery
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Mário,
o que faz toda a diferença nas nossas posições é que eu acredito que a alternativa a sindicatos mal dirigidos só podem ser sindicatos melhor dirigidos.
Não serão nunca movimentos inorgânicos, cujos membros apenas se representam a si mesmos.
Quanto à pergunta sobre a minha escola, posso dizer-te que a minha PCE não fez os OI’s de ninguém e que na última reunião que fizemos com todos os que não tinham entregue objectivos, éramos cerca de 30 em aproximadamente 120. Nessa altura a PCE informou-nos que éramos a escola da AP8 em que havia mais gente a não entregar OI’s.
Mas isso não foi trabalho meu. Foi fruto das decisões individuais de quem recusou entregar os OI’s. Na minha escola cada um é responsável por si e ninguém dirige ninguém. Ouvimos as opiniões uns dos outros, procuramos esclarecer-nos e o trabalho, quando é necessário, é um trabalho colectivo, em que participa quem quer e está motivado. Também por isso não foram muito profundas as divisões entre quem entregou e quem não entregou os OI’s, nem houve recriminações ou pesos na consciência.
A partir do blog do P. Guinote cheguei aqui. Que vergonha, camarada.
Nunca divulguei matéria que não tivesse sido previamente acordada e não tivesse seguido já, normalmente sob a forma de comunicado de imprensa, para toda a comunicação social. Tudo o que foi dito em contrário é, simplesmente, mentira!
A democracia que existe no maior (e melhor) sindicato de professores do país – o SPGL – leva a embates eleitorais sempre bem disputados. Mas atenção, não vale mentir!
Manuel Grilo
A notícia que é conhecida é esta:
“Manuel Grilo Says:
Maio 5, 2009 at 2:05 pm
Paulo Guinote:
Permita-me uma correcção. A paralisação do dia 26 é mesmo greve. Em termos práticos, será uma greve desde o início das aulas nesse dia até às 10h 30. Nuns casos será de 2 tempos mas vai variar consoante o horário das escolas e dos professores. Pareceu ser esta a melhor forma de não causar dúvidas a ninguém sobre o momento da greve.
Quanto aos comentários, nuns casos compreendo (mas não concordo) outros nem tanto, mas isso é outra história. Por agora gostava só de clarificar esta situação para não deixar dúvidas a ninguém.”
Para se saber quem mente, mostre-se o comunicado à imprensa (que ninguém publicou) com data e hora anterior.
Tão simples como isso.
A esta hora, nem o site da Fenprof, nem o site do SPGL, nem o do SPRC, os outros não vi, têm o tal comunicado à imprensa. É clandestino?
Claro que não é clandestino. Pode lê-lo aqui http://www.fenprof.pt/?aba=27&cat=95&doc=4093&mid=115
O cartaz que está já aprovado, e que seguirá dentro de dias para as escolas, esclarece os termos da “paralisação”.
Agora, paralisação sempre significou greve. E o meu post visou simplesmente divulgar o que ficou decidido na Plataforma, só isso, e dar-lhe a maior divulgação possível, depois das decisões da Plataforma, repito. No final da Conferência de Imprensa combinaram-se, entre todas as organizações, os materiais e a logística. E logo aí ficou bem clara a questão dos horários da paralisação (greve, repito, desde o início das aulas até às 10h 30 do dia 26 de Maio), entre outros aspectos logísticos.
Manuel Grilo
Manuel Grilo,
És capaz de afirmar, sem qualquer sombra de dúvida, que o secretariado não estava reunido às 19 horas de dia 5/5 e que nenhuma das matérias da agenda se prendia com a decisão sobre qual o tipo de paralisação para dia 26?
No link para que nos remetes, em que local se afirma que haverá “greve de 90 minutos”?
Já agora, se puderes, explica de quem partiu a proposta dessa “greve” e quais os efeitos pretendidos com ela.
A terminar, uma vez que o P.Guinote é confiável e por isso não quer dizer qual era a lista que andava a distribuir o panfleto anónimo na manifestação do 1º de Maio (quando a Plataforma ainda não tinha decidido a data da manifestação), será que és capaz de nos esclarecer sobre isso? Será que tens alguma ideia de qual a “gráfica” que fez o trabalhinho”? E terás tu informação sobre se algum dos actuais dirigentes do SPGL andaria com molhinhos de panfletos na mão?
Conta tudo o que sabes, que estou cheio de curiosidade.
Decidam-se lá: os 90 minutos de dia 26 são greve ou reunião sindical?
Já agora, se for reunião sindical, é para se decidir o que fazer com a ficha de auto-avaliação ou para marcar alguma greve às avaliações?
Nesta altura do campeonato, não vejo outros assuntos para debater nessa reuniões.
Acabámos de ter a “consulta”, o ano está a chegar ao fim, já todos sabemos que “lutamos contra o ECD, gestão, concursos, etc”, o que podem mais as “massas” fazer?
Gostava ainda que definissem a expressão “união/ unidade de professores”. Sempre que aqui venho, fico com dúvidas sobre o conceito de “unidade”.
Fico sempre sem resposta. 😦