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~ Defendendo a Cidadania

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Daily Archives: Maio 3, 2009

Um pouco mais de decoro…

03 Domingo Maio 2009

Posted by fjsantos in (in)verdades

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campanhas sujas

… seria o mínimo que o candidato Vital devia ter, se efectivamente quisesse ser levado a sério.

Hoje à tarde, ao ouvir numa rádio a argumentação em que baseia as suas acusações contra o seu ex-partido, fiquei completamente estupefacto. A tal ponto que, para confirmar se não teria ouvido mal, ou se não seria alguma montagem, resolvi socorrer-me de um jornal on-line.

E não é que lá estão, preto no branco, os argumentos que se poderiam aceitar a um vulgar campónio iletrado, mas que são inaceitáveis quando proferidos por um iminente constitucionalista (um “doutor de Coimbra”, nas palavras basbaques de um outro doutor de Coimbra que há mais de 35 anos é uma das eminências pardas deste regime e que tanto se esforça por continuar a herança funesta dos doutores de Coimbra iniciada com Salazar).

«”Alguém tem dúvidas de que eram militantes do PCP? Há coisas notórias que não precisam de demonstração”, disse. A prova, segundo o cabeça-de-lista socialista, ex-militante comunista, de que os protagonistas dos actos de sexta-feira eram do PCP está nas “invectivas” de que foi alvo: “Tipo traidor, tipo vendido, traíste o partido”.»

Se não tivesse sido eu próprio a ouvir, e se alguém me viesse contar esta “estória”, o mais certo seria duvidar da veracidade da afirmação. Então um doutor de Coimbra, um eminente constitucionalista, faz um julgamento sumário na praça pública e, para proferir a sua sentença, fundamenta-a na afirmação de que “há coisas notórias que não precisam de demonstração.”

Mas em que país estamos? Será que os cidadãos, que por acaso são jornalistas, que foram processados pelo 1º ministro também poderão dizer, em abono das suas teses sobre o Freeport, que “há coisas notórias que não precisam de demonstração”? Será que numa próxima revisão constitucional o candidato Vital vai propor que nos nossos tribunais os juízes passem a julgar proferindo como sentença que “há coisas notórias que não precisam de demonstração”?

É que tudo isto é muito estranho e cheira demais a encenação mal enjorcada. Talvez neste caso quem anda a fazer a caramunha tenha sido quem fez o mal. Até porque, de acordo com uma fonte geralmente muito bem informada e a quem atribuo tanta ou mais credibilidade do que ao candidato Vital, dois dos alegados molhadores da comitiva Vitaliana já estão identificados através de fotos e videos. Um está inscrito numa secção do PS numa localidade alentejana, enquanto o outro é assalariado do BE. Se se confirmar esta informação ainda quero ver quem vai ter que pedir desculpas a quem. 🙂

Adenda: No blogue Do portugal Profundo, conforme informação que o Ramiro colocou em comentário, encontram-se estas duas fotos em que  o rapaz de cabelo loiro parece que é o mesmo nas duas ocasiões. No vídeo disponível no site da RTP o rapaz loiro parece dar início às agressões verbais, mas mal percebe que os jornalistas se aproximam desaparece do alcance das câmaras, evitando ficar identificável. É sem dúvida um provocador. Resta saber por quem foi pago para fazer o “servicinho”.

 

cortesia de Do Portugal Profundo - http://doportugalprofundo.blogspot.com/

cortesia de Do Portugal Profundo - http://doportugalprofundo.blogspot.com/

 

cortesia de Do Portugal Profundo - http://doportugalprofundo.blogspot.com/

cortesia de Do Portugal Profundo - http://doportugalprofundo.blogspot.com/

Críticas injustas e infundadas

03 Domingo Maio 2009

Posted by fjsantos in (in)verdades

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ciências da educação, mídia, políticas públicas, X congresso da SPCE

O post que publiquei sobre o discurso de MLR na abertura do X Congresso da SPCE começou já a ter como efeito o retomar de um conjunto de críticas, injustas e infundadas, sobre as designadas Ciências da Educação e em particular sobre as pessoas que produzem conhecimento científico na área da Educação, do Sistema Educativo e da Escola.

O Ramiro Marques, depois de um comentário ao tal post, publicou uma entrada em que se atira (como gato a bofe) aos cientistas da educação. Imediatamente foi secundado por uns quantos professores que acham que todo o mal da escola desapareceria se não houvesse investigação científica sobre a Educação: «Não tenho tempo agora, para procurar e colocar aqui essa mesma denúncia (do silêncio) feita pelo Pierre Bordieu, sobre todos os intelectuais e especialistas, que preferem conviver com o poder, do que conviverem com aqueles que têm o direito de lhes exigir posições intelectualmente honestas.»

É pena que estes comentadores (e o próprio Ramiro) não tenham estado na tal sessão de abertura. Aí teriam ouvido, como a ministra (e todos os presentes ouviram) o Professor João Barroso fazer uma crítica clara e fundamentada à forma hipócrita como o poder usa o conhecimento científico para justificar algumas das suas decisões políticas, ignorando esse mesmo conhecimento e a opinião de quem o produz, quando tal é desfavorável à agenda política.

Quanto ao alegado silêncio dos especialistas sobre as malfeitorias do poder político em relação aos professores, talvez fosse interessante que, tanto o Ramiro como os seus comentadores, pensassem porque motivo o Congresso não foi objecto de interesse noticioso. Porque será que o discurso da ministra não está disponível em nenhum jornal? Ou em algum sítio online de outro meio de comunicação social? E que notícias tiveram até hoje sobre o que lá se passou?

Já se interrogaram porque motivo um congresso com mais de 370 comunicações, 4 mesas redondas e 3 conferências não despertou o interesse de nenhuma televisão, nenhuma rádio e nenhum jornal de âmbito nacional? Por vezes o “silêncio” não se deve ao facto de não haver emissor da mensagem, mas apenas ao facto de o canal de comunicação ser deliberadamente truncado.

Da Marinha Grande à Alameda

03 Domingo Maio 2009

Posted by fjsantos in a mim não me enganas tu, ética

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dividendos eleitorais, pôr-se a jeito

Durante três dias estive afastado do bulício das notícias, não porque a Bragança não cheguem os jornais, a TV e a Internet, mas porque me desliguei um pouco da voragem noticiosa que nos distrai de outras coisas muito mais interessantes.

Graças a esse “afastamento” só ao de leve tomei conhecimento da brilhante iniciativa da campanha de Vital, que se traduziu em obter para um candidato inexistente as luzes da ribalta que poderão permitir uma esperança de sucesso ao PS lá mais para o final do ano.

É à luz dos acontecimentos do 1º de Maio, e da sua relação com os incidentes na Marinha Grande há mais de 20 anos, que se começa a tornar clara a escolha de Vital Moreira para cabeça de lista de uma eleições que se vão realizar em Junho.

E a ligação entre a água da Alameda e a bofetada da Marinha Grande, apesar de ser minimizada pelos especialista políticos, pode ser constatada até por alguma coincidência em relação aos acompanhantes de Vital, gente próxima de Mário Soares, como é o caso de Vitor Ramalho.

Francisco Almeida Leite escreve «Mário Soares tem sido, na maior parte dos dias, a voz que se faz ouvir no PS, fazendo de Vital Moreira um mero actor secundário. Há dias em que muitas mentes se podem interrogar sobre quem é, afinal, o cabeça-de-lista do PS: o de 1999 ou o de 2009?», ao mesmo tempo que João Marcelino, no mesmo jornal, nos lembra que «Vital Moreira tem pouco a ver com o PS – e é passado. Os cartazes em que o PS vai buscar o seu legado europeu e “traz” Soares, Guterres e até Sócrates, aí já com mais naturalidade, a lembrar a importância do partido na adesão e no relacionamento com a União Europeia representam também o reconhecimento de que “este” candidato, se assegurou os equilíbrios internos e à esquerda, é no entanto pouco para fazer valer o património europeu do partido».

Curiosamente, numa altura em que todos os estudos de opinião conhecidos apontam para o fim da hegemonia socratista, a opção pela vitimização, pela mediatização de uma alegada violência contra os rostos mais odiados do PS e pela culpabilização do “inimigo comunista”, parece ser o único trunfo de Pinto de Sousa. E de pouco adiantarão os desmentidos, porque o efeito propagandístico pretendido pelos “spins”  já começou a fazer o seu caminho

Persistir no erro e no engano

03 Domingo Maio 2009

Posted by fjsantos in a bem da nação, bem público, Currículo, escola pública

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alargamento da escolaridade

A discussão sobre o alargamento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos, ou até ao 12º ano (o que não é a mesma coisa), promete tornar-se numa “reprise” do que sucedeu há 20 anos com o alargamento até aos 15.

A decisão política de impor uma escolaridade básica obrigatória de 9 anos, tomada em 1986, deveria ter garantido que todos os portugueses que entraram no sistema a partir da aprovação da LBSE tivessem concluído, com aproveitamento, o 9º ano (sabemos que isso não é verdade e o próprio governo o reconheceu ao introduzir as Novas Oportunidades).

A questão será a de saber se a decisão actual enferma ou não dos mesmos erros e voluntarismos de que padeceu a anterior decisão de alargamento.

Devo acrescentar que sou de opinião que é melhor ter todas as crianças e jovens escolarizadas, do que ter apenas uma elite na escola e a grande massa como trabalhadores precoces e não qualificados.

Na passada quinta-feira, no discurso de abertura do X Congresso da SPCE, em Bragança, MLR anunciou que o governo tinha aprovado nesse dia o diploma que determina o alargamento da escolaridade obrigatória até ao 12º ano.

Na sua intervenção a ministra declarou que não considera esta medida de alargamento especialmente inovadora, acrescentando que, do seu ponto de vista, a grande reforma terá sido o alargamento até ao 9º ano, decidido na LBSE.

No entanto, ao fazer o diagnóstico do que se passou, MLR acabou por tornar muito mais claro o seu pensamento autoritário e o voluntarismo em que assenta a sua forma de decisão política.

MLR identificou como causa do “fracasso” e do atraso com a que medida tomada em 1986 acabou por se concretizar, o facto de não se ter feito nessa altura uma “quebra de contrato” entre a Escola e os professores, uma vez que a missão que a sociedade passou a atribuir à escola se tornou diferente do que era.

A circunstância de o decisor político optar por colocar todos os cidadãos na escola, em vez de lá ter apenas uma pequena parcela (destinada a ser a elite dominante), mudou claramente a natureza da escola pública. Isso deveria, na opinião da ministra, ter tido consequências na relação entre a administração e os professores, alterando o mandato que é atribuído aos professores e modificando a natureza da aliança entre o Estado e os profissionais.

Não tendo feito estas alterações e continuando a permitir a influência dos saberes profissionais na organização da escola, o Estado teria permitido que os professores se tornassem uma espécie de “forças de bloqueio” em relação à escola para todos até ao 9º ano.

A certa altura do discurso a ministra recordou uma conversa com uma professora de matemática. Segundo as palavras de MLR tratava-se de uma professora “sénior”, com sólida formação e certamente uma excelente professora em termos científicos e didácticos. No entanto a ministra relatou que a dita professora a tinha interpelado dizendo «Eu tenho direito a ter os meus bons alunos, que querem aprender comigo. A senhora, mesmo como ministra, não tem o direito a por na minha escola os que não querem saber e não se esforçam por aprender». Daqui MLR concluiu da necessidade de romper o contrato entre a escola e os professores, uma vez que o mandato a atribuir hoje aos professores não se pode limitar ao ensino das matérias.

Olhando agora para trás e fazendo o balanço do que foram os ataques violentos que este ministério fez aos professores, podemos admitir que os mesmos se enquadravam numa estratégia de alteração do contrato entre o Estado e os profissionais, de forma a garantir à partida que o insucesso que se registou há 20 anos não se repetirá neste final de década.

A precarização da relação contratual entre os professores e a administração, o reforço da cadeia hieráquica de comando no interior das escolas e destas em relação às estruturas regionais do ME, de que o DL 75/2008 constitui o suporte legal, e a visão “resultadista” e sancionatória da ADD são as peças de um puzzle, que se traduz na expectativa de alargar a escolaridade obrigatória até ao 12º em menos de 3 anos.

MLR e o governo continuam a usar de ambiguidade ao fazerem passar a ideia de que escolarizar jovens até aos 18 anos é a mesma coisa que alargar a escolaridade até ao 12º ano. Esse é o engano em que induzem os portugueses e que se destina a obter alguns ganhos eleitorais. Essa é sobretudo uma medida que se destina a diminuir os números do desemprego, uma vez que num passe de mágica deixa de haver desempregados com menos de 18 anos.

Quanto ao erro da ministra e do governo, esse consiste em mais uma vez terem preferido o caminho do autoritarismo e do voluntarismo bacoco, impondo situações consumadas em vez de ouvir, debater e convencer os profissionais, a quem terão que recorrer para aplicar as medidas decididas.

No meio de tudo isto e recordando o que ouvi a ministra dizer na 5ª feira passada em Bragança, uma coisa me impressiona sobremaneira – a persistência no erro, a insistência no quero posso e mando, mesmo quando quem “manda” sabe que só pode exercer a sua autoridade se esta for reconhecida por quem é mandado.

Correio Electrónico!

25A – SEMPRE

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