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Desde que anunciei que tinha resolvido aceitar o convite para integrar uma das 4 listas que concorrem à direcção do SPGL, foram várias as pessoas, entre amigos e conhecidos, uns professores e outros nem por isso, que resolveram alertar-me para a “insensatez” de tal propósito.

Esses “avisos amigos” partem da premissa de que o sindicalismo é uma coisa perigosa, habitada por gente sem escrúpulos e que apenas se preocupa com o seu interesse pessoal ou, na pior das hipóteses, completamente subjugada aos interesses inconfessáveis de uns políticos mal-feitores, associados em partidos totalitários.

Todos estes “amigos” estão genuinamente preocupados em combater o “perigo partidário-político-sindical”, mas acham que a melhor forma de corrigir essa deriva que os sindicatos tiveram (porque, segundo esses amigos, houve um tempo em que o sindicalismo foi uma coisa séria e útil) é dizerem mal. E quanto pior falarem do sindicalismo e dos sindicalistas (em abstracto) mais eficaz é a sua luta.

Pois bem, pela parte que me toca acho que é mesmo necessário modificar algumas práticas sindicais erradas, que levaram a algum do descrédito que as organizações sindicais têm junto dos seus membros e da classe docente, que têm o dever legal de representar.

Até aceito como bons alguns dos argumentos que os meus “amigos” utilizam, como os que falam de “jogadas de bastidores” ou existência de formas de democracia controlada no seio dos aparelhos sindicais.

Acontece que, não tendo qualquer aspiração a salvador dos professores, a guru ou a uma espécie de oráculo que todos ouvem, acredito na possibilidade da acção colectiva dos actores. No caso da acção sindical docente, os actores são os professores e só através da participação nessa acção se pode aspirar a alterar e melhorar as práticas.

A minha participação nesta actividade visa exactamente a colaboração num trabalho colectivo, cujo resultado espero que seja muito superior à soma de todos os trabalhos individuais.