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Daily Archives: Fevereiro 5, 2009

Da importância de adequar a projecção mediática à substância da intervenção dos líderes

05 Quinta-feira Fev 2009

Posted by fjsantos in ambiguidade, associativismo

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movimentos "inde"pendentes, sindicalismo docente

Há quem tenha conseguido obter uma projecção mediática (em função da ocupação conjuntural de uma posição mais visível na luta dos professores ao longo do último ano), mas que continua a confundir os níveis de análise e a produzir interpretações à luz de modelos inadequados à situação concreta da Escola Pública, das políticas públicas defendidas pelo poder institucional e das relações entre a classe profissional docente e o movimento sindical.

Como é público e não pretendo escamotear, está a fazer por esta altura um ano que me envolvi pessoalmente em movimentações de professores, que acabaram por culminar na criação de uma associação de professores – a APEDE – o que na altura correspondeu a uma tentativa de mobilização dos professores (ao nível de cada escola) e que se traduziu na criação de diversos movimentos conhecidos como independentes.

Esta ideia de “independência” surgiu como uma forma de contraponto à atitude de algum distanciamento entre as direcções dos diferentes sindicatos e as suas “bases”, i.e., os professores que nas escolas desenvolvem a sua actividade profissional. No entanto, desde o início que a minha posição (como a de grande parte dos colegas que se envolveram nesses movimentos) foi a de colaboração e não hostilização do movimento sindical. Apesar disso, quer a prática, quer o discurso que ao longo de algumas décadas se foi naturalizando (de distanciamento progressivo entre representantes e representados), permitiu que a abordagem mais populista e demagógica de associação do sindicalismo à influência do papão comunista (Fenprof-CGTP-PCP) conduzissem a uma apropriação dos movimentos por parte de gente com maiores afinidades ao centrão que nos (des)governa desde 1976.

No caso da educação isso corresponde às três longas décadas em que se tem consolidado o projecto de recaptura da Escola Pública por parte das classes dominantes, que pode ser melhor entendido à luz do que João Barroso identifica como os processos de Normalização, Reforma e Descontentamento aplicados ao sistema educativo português no pós-revolução.

A propósito da ADD, como das restantes políticas educativas do actual governo, tem havido uma enorme unidade dos professores, tanto em torno das posições da plataforma sindical, como das posições dos chamados movimentos autónomos. No entanto, por baixo desta unidade superficial continua a existir uma enorme tensão, que mantém acesa a divisão de um grupo profissional que pela sua diversidade de formação, cultural, política e ideológica, muito dificilmente pode constituir-se como uma verdadeira classe.

É exactamente neste campo híbrido que se torna mais fácil gerir um discurso aparentemente anti-poder, mas que serve sobretudo dois objectivos: um mais imediato, que se traduz na capitalização de uma projecção mediática que a prazo se possa traduzir na obtenção de vantagens de reconhecimento público (vide a questão da recepção na presidência da República) e outro menos visível, que de traduz num apoio não explícito às políticas do poder institucional (embora sob a máscara da contestação).

A ligação que aqui é feita, entre a contestação à legislação errada e errática do ME e a recusa pura e simples de ser avaliado, além de abusiva demonstra duas coisas: má fé e um profundo desconhecimento da lei e dos objectivos que os que a contestam pretendem atingir.

Evidentemente que para quem está à espera de “saltar fora” do sistema (pelo menos durante cinco anos que não contarão para a carreira, enquanto o actual ECD estiver em vigor) é muito fácil anunciar que se recusa ser avaliado. Também a mim, que estou no topo da carreira, me é fácil dizer que me recuso a ser avaliado e que abdico destes dois anos para a minha progressão [mas qual progressão?]. Isso não me permite é qualificar a opção de quem quer demonstrar que tanto os simplex (I e II), como as sucessivas trapalhadas pseudo-legislativas, levadas a cabo pelos diversos agentes do ME não permitirão a nenhum PCE (por mais adesivo que seja) fazer o que quer na sua escola.

Ao contrário do que este senhor anuncia eu vou preencher e entregar a minha ficha de auto-avaliação (não em Junho, mas depois de terminado o ano lectivo). Vou fazê-lo não porque queira “cumprir uma lei errada”, mas porque não abdico do meu direito a ser avaliado, como sempre aconteceu desde que existe avaliação de professores. Mas também porque acho que é um dever cívico demonstrar que, tanto o governo, como os seus serventuários, são obrigados a cumprir a lei e não a podem modificar a seu bel-prazer.

Além disso, ao contrário do que este senhor anuncia, recuso-me a aceitar a ligação abusiva que o ME e os seus serventuários fazem entre a recusa de entregar os OI’s e a recusa de ser avaliado. Esse é o discurso de Jorge Pedreira, de Valter Lemos, de Margarida Moreira, dos PCE’s adesivos e/ou medrosos, mas é também, pelos vistos, o discurso do presidente da Apede. Lamentavelmente.

Paradigma Albiniano

05 Quinta-feira Fev 2009

Posted by fjsantos in a bem da nação

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escola a tempo inteiro para melhor explorar pais & filhos

“Esta coisa de despejar a matéria e depois esperar que, em casa, os pais tenham literacia suficiente e computadores para ajudar os filhos a perceber as matérias tem que acabar, porque o mundo mudou e as escolas têm que se adaptar.”

Curto e grosso, que é como o excelso criador de paradigmas sócio-educativos que dirige a Confap gosta de falar, acreditando que assim é mais ouvido.

De facto, quem o ouvir sem lhe prestar a devida atenção por certo que não “o leva preso”. Mas basta fazer um pequeno esforço para tentar entender o paradigma albiniano, e logo se constata a contradição entre a frase emblemática e sonora (que os papalvos absorvem de forma acrítica) e a verdadeira intenção, demagógica mas explicitamente escondida, que subjaz à proposta do “secretário de estado para as famílias” deste ministério.

Vejamos:

  • o paradigma albiniano sugere que as escolas abram duas horas e meia antes de começarem as actividades lectivas e fechem duas horas e meia depois de terminarem as actividades de enriquecimento curricular;
  • este aumento proposto cifra-se numas “modestas” 5 horas por dia;
  • as actividades “sugeridas” incluem visionamento de filmes, visitas a museus e outros mimos;
  • estas actividades devem compensar a falta de literacia e de computadores dos pais, que os impedem de ajudar os filhos a perceber as matérias, porque estas cinco horas não devem servir para aumentar a carga lectiva dos petizes;
  • daqui se depreende que a próxima sugestão seja a de definir um novo horário de funcionamento dos museus (ou outros locais a incluir no roteiro de visitas das crianças) – das 07:30 às 09:00 e das 17:00 às 19:00;
  • claro que nada disto está ligado com o interesse das empresas e dos patrões terem os seus emprgados (pais das criancinhas) disponíveis para horários mais flexíveis e maiores;
  • o paradigma albiniano apenas visa compensar a iliteracia dos pais, que segundo a visão de AA estão hoje menos capacitados a ajudar os seus filhos do que os nossos avós em relação à nossa geração.

O ódio que este senhor tem aos professores, e o seu empenho em ser útil ao ministério e ao governo, é tão grande que nem percebe o ridículo e a contradição destes seus enunciados. Mas continua a haver quem lhe garanta um palanque permanente, de onde possa fazer ouvir todos estes disparates.

Aldrabices pegadas

05 Quinta-feira Fev 2009

Posted by fjsantos in avaliação de professores, e-governement

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aldrabices, mentiras, propaganda enganosa

Os responsáveis pelos serviços centrais do ME continuam a achar que andamos todos de OLHOS TAPADOS.

 

olhos-tapados

Entrega de objectivos individuais: DGRHE/ME está a enganar as escolas e os professores

A Direcção-Geral de Recursos Humanos da Educação (DGRHE/ME) está a enganar as escolas e os professores, ao informar, na sua página electrónica, que a primeira fase do processo de avaliação é a “Fixação dos objectivos individuais, por acordo entre o avaliado e o avaliador da Direcção Executiva”.

Basta ter em conta os quadros legais em vigor para concluirmos que se trata de uma gravíssima distorção da lei, que visa, não só, criar ainda mais equívocos junto dos professores, como, através do medo, semeado pela mentira, levar os professores a entregarem os objectivos individuais.

De facto, de acordo com o n.º 1 do Artigo 44.º do Estatuto da Carreira Docente aprovado pelo Decreto-Lei n.º 15/2007, de 19 de Janeiro, constatamos que o processo de avaliação tem diversas fases, mas nenhuma delas corresponde à que é referida pela DGRHE/ME. Aliás, a fixação de objectivos individuais nem sequer é referida.

Se nos reportarmos ao Artigo 15.º do Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro, que tem como epígrafe “fases da avaliação”, verificamos que, das fases enunciadas, não consta a “fixação dos objectivos individuais”… verificamos, também, que a primeira fase do processo de avaliação é o preenchimento da ficha de auto-avaliação.

Portanto, é abusivo, por não corresponder à verdade, o que a DGRHE/ME está a informar na sua página electrónica. É lamentável, reprovável, inaceitável e anti-democrático este comportamento do Ministério da Educação, até desrespeitador das suas próprias leis, pelo que será denunciado e combatido pelos Professores e Educadores e pela FENPROF.

O Secretariado Nacional da FENPROF
4/02/2009

Como mais uma vez fica claramente provado:

A MENTIRA TEM PERNA CURTA

mentir

Correio Electrónico!

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