BOAS FESTAS PARA TODOS (mesmo todos)
24 Quarta-feira Dez 2008
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Dando continuidade à leitura da actividade do governo, à luz dos ensinamentos do mestre e ministro SS, trago à consideração a mais recente proposta do secretário de Estado Jorge Pedreira.
O nosso ilustre secretário de Estado, que nos últimos tempos se tornou o rosto da política educativa do governo Pinto de Sousa, anunciou que para efeitos de concurso de professores «a graduação profissional continuará a ser feita apenas com base no tempo de serviço e na nota de licenciatura, como acontecia até agora, o que responde a uma reivindicação dos sindicatos.» O governante anunciou também que «apresentou ainda uma proposta que prevê que as 2300 vagas de professor titular que ficaram por preencher no primeiro concurso de acesso possam ser ocupadas por docentes já pertencentes a esta categoria noutras escolas e que queiram mudar de estabelecimento de ensino, algo que até agora estavam impedidos de fazer.»
Estas propostas, que segundo o ministério correspondem a uma “iniciativa de boa vontade”, devem ter como contrapartida uma “abertura” das organizações sindicais, sem a qual «O Governo não deixará de extrair conclusões da atitude dos sindicatos (…). Não é possível desenvolver um processo negocial de boa-fé com quem está permanentemente a apelar ao incumprimento da lei»
Olhando para este discurso do secretário de Estado à luz do texto do ministro SS, fica a convicção de que o podemos classificar como mais um exemplo de populismo, porque populismo quer dizer demagogia infrene, exploração das emoções, primarismo ideológico, atenção exclusiva ao curto prazo, desprezo pelas regras institucionais, o que é notório na forma demagógica como se fala da boa-fé negocial do governo por oposição à “atitude dos sindicatos”; mas também porque populismo é fazer-se de vítima e piscar o olho aos ressabiados dos vários quadrantes, que é a posição que transparece nessa frase, acusando os professores e os seus legítimos representantes, para que sejam julgados pela opinião pública que apoia e suporta o governo; e ainda porque populismo é cultivar o clientelismo e a dependência, preferir o truque, o tráfico de influências, a gestão dos interesses, a negociata, que é o que o ME tenta fazer ao propôr benesses a grupos específicos de professores, que ainda à poucas semanas eram alvos a abater para apresentar como troféus de guerra.