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Estive esta manhã na Faculdade de Letras, assisti ao debate e dei por muito bem empregue o tempo que ali passei.
Alertado pelo post do Ramiro, resolvi dar uma vista de olhos pela imprensa online. A conclusão é que para os nossos jornalistas o que é relevante é o “sound-bite”, não cabendo no discurso mediático o menor exercício de reflexão sobre os factos que presenciam.
Na verdade, ao ler as notícias da TSF, RR, Público ou SIC, quem não tenha estado na assistência fica sem qualquer referência às intervenções da deputada Cecília Honório e do professor do ISCTE Nuno David, para além da magnífica intervenção do professor Licínio Lima, da Universidade do Minho, que deu uma magnífica aula sobre o cânone gerencialista em que assentam as políticas neoliberais do governo PS, ancoradas nas orientações das instâncias de regulação supranacionais – UE, OCDE, etc. – cânone esse que tem por base um paradigma neopositivista, que nos remete para conceitos empresariais do início do século XX, de relação entre medida e eficácia, avaliação e eficiência, nos quais a democracia surge como uma espécie de excrecência descartável.
Esta ideia que o professor Licínio Lima deixou, para reflexão dos presentes, mas também como mensagem para uma regeneração das políticas de esquerda, foi para mim a ideia fulcral do debate: quando colocamos em confronto a Democracia e a Eficácia, a História tem-nos ensinado que é a democracia que fica sempre a perder.